domingo, 13 de julho de 2008

Ricardo Guilherme Dicke (1936 - 2008)

- Nasceu em 16 de outubro de 1936, no Mato Grosso.

- Bacharelou-se em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1971.

- Em 1972 , licenciou-se em Filosofia, pela Faculdade de Educação também da Universidade Federal de Rio de Janeiro. Fez especialização em "Heidegger e o Problema do Absoluto" e "Fenomenologia" de Merleau Ponty e ainda freqüentou a Escola Superior de Museologia.

- Trabalhou como professor, tradutor e jornalista para várias editoras e jornais de grande circulação no Rio de Janeiro e Cuiabá.

- Foi revisor e copy-desk em várias editoras e especialmente entre 1973 e 1975 no jornal O Globo, do Rio de Janeiro.

- Como artista plástico estudou pintura e desenho, entre 1967 e 1969 com Frank Scheffer e entre 1969 e 1971, com Ivan Serpa e Iberê Camargo.

- Estudou Cinema no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

- Fez exposições em Cuiabá e no Rio de Janeiro.

- Em sessão publica solene do Conselho Universitário (Consuni), o reitor Paulo Speller, outorgou na data do 34º aniversário da UFMT, em 2004, o título de Doutor Honoris Causa ao escritor chapadense Ricardo Guilherme Dicke, que é o mais premiado autor mato-grossense. Dicke foi descoberto e reconhecido por Antônio Olinto, João Guimarães Rosa e Jorge Amado, e o livro Madona dos Paramos é constantemente comparado ao Grande Sertão Veredas pelos críticos literários. Hoje, Dicke vai além das fronteiras e O Salário dos Poetas foi lançado como peça teatral em Lisboa

Falando como relatora da Comissão de Apreciação de Concessão do Título de Doutor Honoris Causa ao Homenageado, a Profª Teresa Cristina Cardoso Higa, membro do Consuni e Diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFMT, declarou que a proposta partiu do reitor Paulo Speller que apresentou ao Conselho dados sobre a contribuição do indicado para a cultura mato-grossense e sobre a relevância do conjunto de sua obra. Disse, ainda, que a decisão de outorgar o título foi unânime e representa o reconhecimento por parte da Universidade do talento de um ficcionista, que se caracteriza pelo requinte na arte de escrever e pela profundidade na abordagem dos temas.

Após receber o título, o homenageado pediu que sua filha, Ariadne Dicke, lesse a página de agradecimento que havia preparado para a ocasião. Em seu texto, Dicke fala sobre a beleza. ´´Há uma coisa de que quase todo mundo se esqueceu. É a beleza. Alguns dirão que a beleza não dá camisa para ninguém, mas ela está presente em tudo. ´´ Citou o romancista russo Dostoievski, que afirmava que o mundo se salvaria bela beleza. Lembrou, também, o filósofo neo-platônico Plotino, para quem a beleza era a alma do mundo. ´´Quanto mais beleza,´´ insistiu Dicke, ´´melhor. Qual a pessoa que não se curva diante da beleza? Os grandes do mundo seguem com suas maldades e mesquinharias e a beleza é supremo consolo para o sofrimento da humanidade.´´ Na sua opinião, o que pode levar ao êxtase é a beleza e a religiosidade.

Em sua fala, o reitor Paulo Speller afirmou que Dicke faz parte daquele grupo de literatos que dedica suas vidas à busca - garimpagem - da identidade de seu povo, a partir de um compromisso com a realidade social regional. ´´A literatura brasileira do século XX é rica destes comprometidos com seu tempo e seu espaço. O Nordeste viveu momentos de glória com um José Lins do Rego e um Graciliano Ramos. Minas Gerais - minha terra - encantou-nos com um João Guimarães Rosa e um Mário Palmério. No Rio Grande do Sul destacou-se Érico Veríssimo. O Centro-Oeste também está nesse pódium, representado por escritores como Cavalcante Proença, Tereza Albuês, Wlademir Dias-Pino, Manoel de Barros, Pedro Casaldáliga e Ricardo Guilherme Dicke. Para Speller, ´´a obra de Ricardo Dicke é a voz de Mato Grosso e de sua gente sofrida´´ e, ao conceder-lhe o título de Doutor Honoris Causa, ´´estamos, portanto, bastante retardatários neste reconhecimento.´´

- Publicou os seguintes romances: Deus de Caim; Como o Silêncio; Caieira; A chave do Abismo; Madona dos Páramos; O Último Horizonte; Cerimônias do Esquecimento; Conjuctio Opositoruium no Grande Sertão, tese de mestrado em Filosofia na UFRJ; O Salário dos Poetas; Rio Abaixo dos Vaqueiros.

- Escreveu, além destes, mais de dez títulos de romances e outras vinte obras, de contos, teatro e poesia, que permanecem em sua casa aguardando um editor.

- Prêmio Walmap (1967): Seu primeiro romance de estréia "Deus de Caim" cujos jurados foram Jorge Amado e Guimarães Rosa.

- Prêmio Remington (1977): Seu segundo livro "Caieira", considerado por Glauber Rocha, num programa de TV, como leitura obrigatória.

- Prêmio "Madona dos Paramos" (1981) - Seu terceiro título premiado pela Fundação Cultural do Distrito Federal.

Fonte:
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_dentrodocampus_bgjja.html
http://www.secom.mt.gov.br/ng/conteudo.php?cid=42867&sid=48
http://blog.estadao.com.br/ (foto)

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