artigo de Maria Aparecida de Vries Mársico
Introdução: a ordem dos fatores altera o produto
Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas soltas, lombadas danificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que devemos fazer primeiro para salvar estes materiais?
A primeira coisa que vem a nossa mente é a necessidade de consertar o que está danificado, ou seja, restaurar o material degradado. Pensamos a partir da seguinte lógica: devemos restituir a integridade física destes materiais para que de novo possam estar acessíveis à pesquisa e ao estudo. Seguindo este raciocínio teríamos a seguinte seqüência de trabalho: primeiro restaurar o material, depois conservá-lo e assim estaríamos preservando a informação para o futuro.
Será que procedendo deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos danificados? Aparentemente sim, a curto prazo. No entanto, caso não identifiquemos os fatores que causaram a sua degradação, estaremos apenas nos iludindo, e, infelizmente, reduplicando o mesmo dano em um futuro próximo. O que fazer, então?
Diante de um acervo danificado e em risco de perda, a primeira providência a ser tomada é efetuar um minucioso diagnóstico dos motivos que levaram à sua degradação, estancar ou minimizar estes agentes agressores. Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e atinjam outros livros ou documentos. Por mais paradoxal que possa parecer, diante de um acervo em risco, a primeira atitude efetiva a ser tomada é conservá-lo. Inverte-se, portanto, a seqüência restauração, conservação e preservação e adotamos uma nova seqüência: preservação, conservação e restauração. Preservar para não restaurar, eis a questão.
A restauração é uma atividade técnica muito onerosa, pois exige equipamentos e materiais de alto custo além de mão de obra especializada. Ao término do trabalho de restauração, todo o benefício do tratamento volta-se para um único objeto. Se este livro restaurado retornar ao mesmo local de guarda e ao meio ambiente que causaram o seu dano, o dispêndio de energia e de recurso financeiro foram em vão. Para termos um procedimento efetivo e duradouro benéfico ao acervo a logo prazo, devemos criar uma política de preservação voltada para a realidade do acervo de cada Instituição ou Biblioteca.
Ao estabelecermos critérios para o tratamento de um acervo, estamos criando prioridades e implantando uma política de preservação, escalonando as atividades técnicas a serem desenvolvidas e dotando o local de guarda do acervo com as condições ambientais favoráveis à sua conservação. A partir deste recorte e das metas a serem atingidas, passamos à ação física de conservação preventiva, que nada mais é que a atualização prática das metas desta política de preservação. Neste instante toda a relação custo/benefício estará voltada para o acervo de modo integral, isto é, benefício partilhado por todos, custo dividido entre vários livros.
Diferentemente do trabalho de restauração, a conservação preventiva é uma atividade técnica de baixo custo financeiro e de fácil implementação. O conhecimento do motivo que causou a degradação de um acervo e a utilização de materiais alcalinos para a guarda são fundamentais para o trabalho de conservação preventiva.
Apresentaremos a seguir os principais fatores de degradação de material bibliográfico. Procuramos especificar os procedimentos técnicos necessários para minimizar e controlar estas fontes de degradação.
Conservação Preventiva
A meta principal da Conservação Preventiva é o estudo e o controle das principais fontes de degradação do papel. Constitui-se, na realidade, em uma série de medidas preventivas contra a ação dessas fontes de degradação, com a finalidade de evitar o alastramento e a disseminação de seus efeitos danosos. Em linhas gerais, os principais agentes de destruição de acervos podem ser divididos em três categorias: fatores internos de degradação; fatores externos ou ambientais de degradação; ação do homem sobre o acervo
Fatores Internos de Degradação
Os fatores internos de degradação são males inerentes à própria estrutura do papel e se originam do processo de feitura a que foi submetido. Dependem basicamente da qualidade da fibra e do tipo de encolagem utilizados na confecção do papel. Sendo assim, o único meio de minimizar esses fatores é através da estabilização das condições ambientais do local de guarda e do manuseio do público
Fatores Externos de Degradação
É consenso entre os conservadores que a permanência e a durabilidade de livros e documentos estão diretamente relacionadas às condições ambientais em que esses materiais estão guardados. Em outras palavras, há uma estreita relação entre a longevidade ou durabilidade do papel e as condições ambientais do acervo. Um controle racional e sistemático do meio ambiente não apenas diminui os problemas dos fatores internos de degradação do papel, como principalmente evita o seu alastramento.
Os principais fatores externos de degradação são os seguintes: umidade, temperatura, luz, poluição atmosférica, insetos, roedores, fungos e bactérias.
Umidade e Temperatura
Esses dois fatores de degradação de acervos são extremamente comuns a nossa realidade de país de clima tropical. A umidade é o conteúdo de vapor d’água presente no ar atmosférico, resultante da combinação dos fenômenos de evaporação e condensação d’água, que estão intrinsecamente relacionados à temperatura ambiental
Independentemente do tipo de fibra, todo o papel possui uma característica comum, o seu caráter higroscópio, ou seja, toda a fibra de papel absorve água e perde água de acordo com a taxa de umidade existente no local em que está sendo mantido.
Essa oscilação de umidade faz com que as fibras se dilatem ao absorver excesso de umidade e se contraiam ao perder umidade. Esse movimento brusco de contração e dilatação ocasiona rupturas na estrutura do papel, causando o seu enfraquecimento. A temperatura elevada aliada à umidade excessiva e à falta de aeração são os fatores básicos para a proliferação de esporos de fungos e bactérias. O controle da umidade se
faz através de desumidificadores, para locais úmidos, e de umidificadores, para locais secos. A temperatura é controlada através de aparelhos de ar refrigerado. A taxa adequada para a manutenção de um acervo é a seguinte: temperatura de 22º a 25ºC, umidade relativa de 55%. A medição da temperatura se faz com o uso de termômetros, e a de umidade com higrômetros, podendo-se utilizar também o termoigrômetro (junção dos dois equipamentos).
Além dessas constantes contrações e dilatações a que as fibras dos papéis estão sujeitas devido às variações de umidade e temperatura, a proliferação de agentes biológicos de degradação, como insetos, fungos e bactérias, encontra um local propício para sua disseminação em ambientes úmidos e quentes.
Luz
A luz provoca a degradação da celulose por processo de fotodegradação, rompendo a estrutura da fibra do papel. Esse tipo de degradação é também conhecido como envelhecimento precoce ou acelerado.
O espectro eletromagnético contém diversos tipos de radiações capazes de causar danos ao papel em vários níveis. Basicamente as radiações eletromagnéticas são as seguintes: a luz visível, o ultravioleta e o infravermelho, cada uma delas atuando de modo danoso sobre o acervo em maior ou menor escala. A radiação ultravioleta situa-se na faixa de comprimento de ondas entre 200 a 400 manômetros, a luz visível situa-se entre 400 a 700 manômetros e o infravermelho na faixa acima de 700 manômetros. A fotodegradação depende de vários fatores associados: faixa de radiação, intensidade da radiação incidente, tempo de exposição e a natureza química dos suportes de documentação. A luz natural, ou seja, a luz solar e as luzes artificiais (as lâmpadas) são os dois elementos básicos da fotodegradação. A luz solar emite os três tipos de radiação acima apontadas. Logo, devemos evitar a incidência de luz solar sobre o acervo, protegendo-o através do uso de persianas, cortinas e filtros absorventes de ultravioleta. As lâmpadas elétricas são outro fator comum de fotodegradação, a degradação será maior ou menor dependendo do tipo de radiação emitida pela lâmpada usada. As lâmpadas fluorescentes são ricas em radiação ultravioleta, as lâmpadas comuns emitem uma quantidade muito grande de calor, sendo assim, não existe um tipo de luz não agressiva aos acervos, o que devemos ter em mente é a necessidade constante de protegermos nossos acervos desse tipo inevitável de degradação.
Poluição atmosférica
A poluição atmosférica é um dos fatores que mais atinge os acervos. Essa poluição deriva-se da poeira do dia a dia que se deposita sobre os materiais e também dos gases tóxicos que são emitidos por automóveis, fábricas, queima de lixo, etc. Esse depósito constante de poeira sobre os livros e documentos causa problemas de ordem estética, constituindo-se em um meio propício ao desenvolvimento de microorganismos.
Nos grandes centros urbanos é comum a poeira conter resíduos de produtos químicos que catalisam reações químicas que aceleram a degradação dos acervos. Os gases ácidos agridem muito rapidamente a estrutura química dos materiais, estando essa degradação relacionada diretamente aos níveis de umidade do meio ambiente.
Um dano muito presente em livros e documentos é o aparecimento de manchas de tom marrom ao longo de um documento, como se um líquido escuro tivesse sido derramado sobre a superfície do papel. Essas manchas, chamadas de manchas d’água, são o resultado do acúmulo de poeira na superfície do documento aliada à umidade relativa elevada.
Em linhas gerais, o processo de formação de manchas d´água é o seguinte: a poeira acumulada na superfície do papel é empurrada pela umidade para o interior das fibras, migrando da superfície para o interior do papel. Essas manchas causam graves problemas estéticos ao documento, pois obliteram grandes áreas da documentação, além de acusarem danos à estrutura do papel, já que a poeira é transferida da superfície do papel para o interior das suas fibras.
Como medida de proteção contra a ação da poluição atmosférica podemos utilizar aparelhos de ar refrigerado e sistemas de ventilação com acoplamento de filtros para ar. Devemos também incentivar uma política sistemática de higienização do acervo, evitando assim o acúmulo de poeira na superfície dos livros e documentos. Atenção especial deve ser dada às janelas quebradas, com vidros partidos, danos que provocam o aumento de poeira no acervo
Insetos, Roedores e Fungos
Os insetos, fungos, bactérias e roedores, denominados agentes biológicos de degradação, são causadores de danos irremediáveis ao acervo e também à segurança do prédio. Sendo assim, muito cuidado deve ser tomado para evitar a proliferação desses agentes predadores. Os países de clima tropical apresentam as condições climáticas ideais para o rápido desenvolvimento desses inimigos do acervo, isto é, temperatura e umidade elevadas. A higienização sistemática do acervo, o monitoramento da temperatura, da umidade são pré-requisitos básicos para o controle de sua ação danosa.
Os insetos e os roedores são basicamente atraídos ao acervo através da ação do homem ao introduzir nele fontes de alimentação. Os métodos de combate a esses organismos envolvem, na maioria das vezes, o uso de produtos químicos, através da desinfestação do acervo. Os insetos mais comuns presentes nos acervos são as traças, as baratas, os anóbios e os cupins.
A melhor estratégia preventiva para evitar a presença de insetos e roedores:
• manter o local de guarda do acervo longe de fontes de alimentos
• evitar comer e manter alimentos no local de guarda do acervo
• evitar que a cantina ou refeitório fiquem em sala ao lado de guarda do acervo
• retirar o lixo do dia após o final do expediente, evitando o pernoite do lixo
• substituir os vidros quebrados das janelas
• arejar os armários onde os livros estejam guardados, abrindo suas portas por algumas horas
Os fungos, comumente denominados de mofo ou bolor, atacam todo tipo de acervo. Os fungos são vegetais desprovidos de clorofila, não sendo capazes de efetuar a fotossíntese. Por essa razão esses organismos instalam-se sobre materiais orgânicos, de onde podem retirar seus nutrientes. A disseminação dos fungos ocorre por meio de esporos, que ficam em suspensão no ar. Os principais fatores que acarretam a proliferação dos fungos são os seguintes: a temperatura elevada, umidade do ar elevada e ar estagnado. Ao se aliarem estes três fatores, os fungos encontram o ambiente ideal para a sua proliferação.
A Ação do Homem como Fonte de Degradação do Acervo
Ao lidar diariamente com o acervo, o homem introduz e utiliza uma série de materiais impróprios à conservação de livros e documentos. Às vezes a tentativa bem intencionada de tentar estancar a degradação provoca, na realidade, danos irreversíveis. Essas tentativas amadoras não fundamentadas nos princípios de conservação se cristalizam com o correr do tempo, transformando-se em hábitos que levam indiretamente a acelerar a degradação de livros e documentos.
Apresentamos uma série de recomendações técnicas gerais, com a finalidade de facilitar a identificação de procedimentos técnicos corretos ao lidar com problemas cotidianos de conservação de acervos.
• Guardar os livros nas estantes em sentido vertical
• Evitar guardar os livros semi-inclinados, quando os mesmos não couberem nas estantes
• Guardar os livros nas estantes em sentido horizontal, quando os volumes excederem em tamanho a área para a guarda em sentido vertical.
• Não sobrepor mais de três volumes ao guardar volumes em sentido vertical
• Manter sempre os volumes maiores como base ao guardá-los em sentido vertical.
• Não superlotar as estantes com livros.
• Reservar espaço de três milímetros entre cada livro para facilitar sua retirada da prateleira e evitar o atrito entre as capas (desgaste por abrasão).
• Utilizar bibliocantos para impedir que os livros tombem.
• Não puxar os livros pelo topo (cabeça) ao retirá-lo das estantes, os volumes devem ser retirados da estante pelo centro da lombada.
• Não manter mapas, documentos, periódicos etc. dobrados ou enrolados. Ao longo do vinco cria-se uma linha de fragilidade nas fibras do papel, ocasionando a médio prazo a ruptura dessa área.
• Manter os documentos, mapas e jornais planificados.
• Evitar umedecer as pontas dos dedos com saliva para virar as páginas do livro.
• Evitar dobrar as margem superiores ou interiores das folhas para marcar as páginas
• Evitar encapar os livros com papel pardo ou similar. Essa aparente proteção contra a poeira causa, na realidade, mais dano do que benefício ao volume em médio e curto prazo. O papel tipo pardo, de natureza ácida devido a seu processo de feitura, transmite seu teor ácido para os materiais que estiver envolvendo (migração ácida).
• Não utilizar fitas adesivas tipo durex e fitas crepes, cola branca (PVA) para evitar a perda de um fragmento de um volume em degradação. Esses materiais possuem alta acidez, provocam manchas irreversíveis onde aplicado.
• Usar cola metil-celulose em todo o trabalho de conservação e na rotina de trabalhos diários. Essa cola é livre de acidez e facilmente reversível.
• Não utilizar grampos e clips metálicos, esses materiais enferrujam com o correr do tempo, deixando, no local aplicado, manchas marrons, oxidando o papel, causando o rompimento das fibras com subseqüente rasgo do papel.
• Evitar a incidência direta de luz solar sobre o acervo, a luz solar provoca o esmaecimento de cores, amarelamento do papel e esfacelamento do couro.
• Evitar a utilização de lâmpadas ricas em radiação de ultravioleta, tais como as lâmpadas fluorescentes.
• Suspender ou afastar as luminárias que incidam sobre as estantes dos livros.
• Colocar cortina ou persiana em portas e janelas de vidro, a fim de evitar a incidência direta de luz solar nas estantes.
• Não encostar as estantes nas paredes: evita-se que a umidade presente nas paredes se transmita aos volumes.
• Colocar telas protetoras contra insetos nas janelas de bibliotecas situadas em locais de muita vegetação.
• Trocar os vidros quebrados de todas as janelas, consertar janelas e portas danificadas; com esse procedimento evita-se a penetração de poeira e insetos no acervo.
. Não abrir os livros que forem atingidos diretamente por água e que estejam com as folhas molhadas.
• Intercalar papel mata-borrão para secar as folhas e as capas de livros atingidos por água.
• Nunca secar os livros molhados com calor: sol, forno de cozinha, secador de cabelo. O calor em excesso faz o papel secar muito rapidamente, causando ondulação do material.
• Usar as duas mãos para virar as páginas de jornais: segurar no topo e no pé da página para virá-lo.
• Usar lápis 6B, quando precisar fazer anotações de identificação no livro.
• Controlar o manuseio e orientar o público.
• Optar por encadernação inteira, ao mandar encadernar um livro. Não sendo possível fazer encadernação inteira, optar por encadernação meia com cantoneiras.
• Evitar excesso de tinta nos carimbos.
• Manter uma política voltada para a higienização do acervo.
Higienização de Acervo
A operação técnica de higienização nada mais é do que manter o acervo de modo limpo e asséptico. Uma operação tão simples de ser realizada e que, por isso mesmo, passa desapercebida para nós, transforma-se a curto prazo em um dos mais sérios problemas enfrentados por bibliotecários, arquivistas e por todos aqueles que têm a missão de
manter um acervo em bom estado.
A poeira, depositada dias após dias sobre os livros e documentos, causa sérios danos para a conservação do acervo. O acúmulo de poeira na superfície das obras interfere no seu aspecto estético e constitui-se em uma fonte contínua de acidez e degradação. Sendo assim, a higienização deve ser executada de modo sistemático, a fim de manter o acervo livre dessa fonte contínua de acidez, deixando-o o mais saudável
possível. Os procedimentos técnicos básicos para a atuação na área de higienização são os seguintes:
• Manter um política sistemática de limpeza de livros e estantes. A higienização do acervo possibilita identificar qualquer problema de início de contaminação do acervo por microorganismo e insetos, além de evitar o acúmulo de poeira nos livros e estantes.
• Examinar, atentamente, todo o material que for incorporado ao acervo da Biblioteca. O exame deve ser feito tanto em livros que forem doados, comprados, permutados, etc., como também em móveis, principalmente em mobiliários de madeira. Tal exame é sumamente importante, pois evita a contaminação do acervo por livro ou móvel que esteja infestado.
• Limpar os livros com trinchas ou pincel nas áreas da cabeça (parte de cima), no pé (parte de baixo) e na goteira (parte lateral). Deve-se segurar o livro pelo centro com a lombada voltada para cima, para evitar que, durante o processo de limpeza, a poeira penetre por entre as folhas. Os livros que forem incorporados ao acervo devem ter prioridade no processo de higienização. Estes livros devem ser limpos individualmente, e folha a folha, forrando-se a mesa de trabalho com papel de tonalidade clara (branca de preferência) para possibilitar a identificação da sujidade removida. O ideal é utilizar uma mesa de higienização com sucção.
• Reforçar a limpeza, com pincel ou trincha, no centro das folhas do livro. Este é o local preferido pelos microorganismos para se desenvolverem e atacarem o papel. Isso se deve, principalmente, ao fato de ser a lombada do livro coberta com espessa camada de cola em geral de base protéica que se torna uma fonte potencial de alimento para os microorganismos.
• Iniciar a higienização das estantes pela prateleira superior. A limpeza pode ser feita com o auxílio de um aspirador de pó doméstico, de flanela ou perfex. Essa limpeza é denominada de limpeza a seco, pois não utiliza vias aquosas de limpeza.
• Trabalho de higienização dos livros e das estantes deve ser feito segundo escala de trabalho a ser estipulada. A princípio de 2 em 2 meses, de acordo com o tamanho do acervo.
Atenção especial deve ser tomada ao se utilizar o aspirador de pó para limpeza das áreas externas do livro, devem-se observar os seguintes procedimentos:
• Revestir internamente o saco coletor de lixo do aparelho com um saco de lixo de plástico descartável. Esta medida evita o acúmulo de sujidade no coletor de lixo do aspirador de pó, tornando a sua limpeza segura e asséptica.
• Revestir o bocal de sucção de limpeza do aparelho com tecido de filó. Na eventual sucção de um fragmento importante do livro, ele é facilmente recuperado sem ter-se de abrir o saco coletor de lixo.
Higienização de Documentos
A limpeza de documentos avulsos deve ser feita com o auxílio de pó-de-borracha. O pó-de-borracha é facilmente obtido através da seguinte operação:
• Materiais necessários: ralador inox, borracha branca TK plastic
• Ralar a borracha Tk plastic em ralador inox, a fim de obter uma fina película.
• Depositar o pó-de-borrracha na superfície do material a ser limpo.
• Friccionar levemente, em movimentos circulares, o pó-de-borracha, depositado na superfície do material a ser limpo.
• Evitar o contato direto do pó de borracha com as pontas dos dedos.
• Utilizar tecido de puro algodão para ajudar a fricção e evitar o contato com os dedos.
• Nunca efetuar a operação de limpeza com pó de borracha sobre superfícies muito danificadas, escritas ou desenhadas a lápis, carvão e com pigmentação.
Higienização do Assoalho
A remoção da poeira depositada no assoalho deve ser feita com cuidado, a fim de evitar o seu deslocamento para a superfície das estantes e para os livros. Idealmente deve ser realizada com o auxílio de aspirador de pó, pois assim evita-se que a poeira fique em suspensão. Não se deve utilizar vassoura ou espanadores como na higienização doméstica, esse procedimento faz com que a poeira se desloque de um local para outro. Procurar utilizar, na impossibilidade de ter aspirador de pó, a vassoura revestida depano levemente umedecido. É necessário que a poeira grude no pano, evitando o seu deslocamento para
outra área do acervo.
Pode-se também utilizar o pano levemente umedecido em mistura de lisoform e álcool, (uma parte de lisoform para duas partes de água) para evitar a proliferação de microorganismos.
Em todo esse processo é fundamental que o pano de chão nunca esteja molhado. Para saber se está no ponto correto de utilização, deve-se torcer o pano até não pingar nenhum excesso líquido. Ao ficar saturado de sujidade, o pano deve ser lavado ou substituído por outro. A utilização do pano sujo causará apenas o deslocamento de sujidade de uma área para outra.
Melhoria Ambiental: Área de Guarda do Acervo
Todos sabemos que a climatização de acervo exige um alto custo financeiro. Manter aparelhos de ar refrigerado, desumidificadores e umidificadores funcionando vinte e quatro horas parece quase que inviável. Mesmo não sendo possível contar com estes aparatos tecnológicos, muito pode ser feito para minimizar os danos causados pela temperatura e umidade por meio da racionalização do espaço disponível para a guarda do acervo.
A disposição das estantes na sala de guarda deve sempre ser pensada de modo a facilitar a aeração (a movimentação e circulação do ar), observando-se os seguintes procedimentos:
• Disposição perpendicular às janelas
• Espacejamento mínimo de 70 cm entre as estantes
• Afastamento mínimo de 30 cm da parede
• Pé direito mínimo de 2,40 m para a circulação do ar sobre as estantes
• Mínimo de 10 cm entre a última prateleira e o piso para favorecer a circulação do ar
• Mobiliário: estantes metálicas, prateleiras ajustáveis e bibliocantos
Melhoria das Condições Ambientais
• Depósitos em área com menor insolação (reduz a temperatura)
• Evitar fontes geradoras de umidade (reduz a umidade relativa)
• Promover a ventilação com uso de circulador de ar
• Evitar a penetração de poeira e poluentes
Desastres em Bibliotecas: Inundação e Incêndio
Em caso de os livros serem atingidos diretamente ou indiretamente por água, decorrente de inundação, chuva, goteira, infiltração, etc., medidas imediatas de controle devem ser tomadas, a fim de evitar problemas de intensa ondulação do papel e de criação de um local ideal para a disseminação de fungos (vulgarmente denominados de mofo). Os seguintes procedimentos técnicos devem ser observados e acionados de modo mais rápido possível.
• Não abrir o livro molhado ou úmido para tentar secar as folhas do livro. Ao abrir, aleatoriamente, as folhas do livro, a água, depositada em algumas folhas, penetra para outras não atingidas ou levemente atingidas, causando o alastramento do problema.
• Secar, inicialmente, as capas do livro com o uso de papel mata-borrão
• Intercalar o papel mata-borrão entre as capas e retirar todo o excesso de água possível.
• Trocar o papel mata-borrão molhado por outros secos.
• Introduzir papel mata-borrão no miolo do livro, começando a operação pelo meio do livro e ir secando as folhas em lotes de 10 folhas.
• Não expor o livro ao sol para secar, nem colocá-lo perto de forno. A secagem com calor se dará muito rapidamente, causando grande deformação do papel.
• Deixar o livro em local arejado, em posição vertical com as folhas levemente entreabertas em forma de leque. Essa operação deve sempre ser precedida de secagem com papel mata-borrão.
Um dos piores danos, em termos de destruição de acervo, é a ocorrência de incêndio em bibliotecas. O papel é um material de fácil e rápida combustão e os danos ocasionados são irreversíveis. O único modo seguro de evitar esse desastre é o trabalho preventivo. Destacamos alguns tópicos que devem ser observados atentamente:
• Não fumar nas dependências do prédio.
• Manutenção periódica de extintores de incêndio.
• Evitar sobrecarga elétrica nas tomadas.
• Os fios e os dutos não devem ficar expostos.
• Desligar todos os equipamentos elétricos ao fim do expediente.
• Produtos inflamáveis devem ser guardados isolados em armários especiais e longe das áreas de trabalho e circulação de pessoas.
O esclarecimento prévio dos funcionários sobre como proceder em caso de incêndio é fundamental para a segurança e rápida evacuação do local. Devemos ter em mente que em primeiro lugar está a vida humana. Sendo assim a prioridade é a segurança das pessoas. Deve-se sempre ter em local visível e amplamente difundido o número de emergência do corpo de bombeiro. Tem-se revelado de grande utilidade a criação de uma brigada de incêndio dentro do estabelecimento, formada por funcionários que ficam encarregados de vistoriar as dependências e as áreas de guarda do acervo.
As saídas de emergências devem ser de conhecimento de todos os funcionários e não podem estar bloqueadas por nenhum motivo. Ter sempre em mente que o único meio de evitar um incêndio é a constante vigilância e obediência aos cuidados básicos acima listados.
Montagem de Exposições: Recomendações Técnicas
A montagem de exposições de livros, gravuras e mapas deve sempre obedecer a diretrizes básicas de conservação, evitando-se, assim, que as peças sofram degradação durante o período de exposição.
Apesar de o período de uma exposição ser curto, os problemas que advêm da exposição inadequada das peças causam danos irreversíveis ao material, o que costumamos denominar de envelhecimento precoce do material ou envelhecimento acelerado do material.
Cuidados especiais devem ser tomados em relação à montagem, à iluminação e às vitrines. Na montagem das gravuras, mapas e livros a serem expostos devem-se obedecer às seguintes recomendações:
• Montar as gravuras em passe-partout duplo, ou seja, com frente e verso.
• Fixar as gravuras no cartão de base do passe-partout, com o uso de cantoneiras de poliester ou de papel japonês.
• Utilizar cartão de pH neutro (alcalino) para a feitura do passe-partout.
• Utilizar cartão neutro com gramatura de no mínimo 600gr, a fim de afastar a obra em relação ao vidro.
• Não utilizar fitas adesivas ou colas para a fixação das gravuras no cartão de base do passe-partout.
• Nunca fixar a gravura no verso do cartão da janela do passe-partout.
• Nunca colocar as gravuras em contato direto com o vidro ou placa de acrílico (montagem tipo sanduíche de vidro).
• As gravuras nunca devem ser expostas sob os efeitos da luz solar ou incandescente. A recomendação de iluminação é de no máximo 60 lux luz.
• Os ambientes da exposição devem conter aparelhos de medição de temperatura e umidade relativa. Temperatura de cerca de 22º a 25C e umidade relativa de 55%.
• Os ambientes devem ter um controle do número de visitantes, evitando a superlotação do local.
• Usar cortinas, persianas, filtros para evitar a entrada de luz solar.
• Os expositores devem ser em forma de vitrines horizontais inclinadas, permitindo a visão dos visitantes.
• Os expositores devem ser revestidos com materiais de qualidade comprovada, papéis alcalinos.
• As peças que forem expostas sem passe-partout devem sempre ter um afastamento em relação ao vidro, evitando o contato direto da gravura com o vidro.
• Os livros expostos abertos devem ter suportes especiais de sustentação (“berço”) como medida de proteção a sua estrutura.
• Não é permitido o uso de “flash” para fotografar o acervo.
Conclusão
A Conservação Preventiva vem sendo amplamente difundida e adotada em diversos segmentos culturais, conscientes de que somente por meio deste trabalho preventivo se efetuará a consolidação da salvaguarda do acervo.
Procuramos, neste artigo, explicar e apresentar soluções viáveis a problemas cotidianos enfrentados por bibliotecários e arquivistas e, também, por aqueles interessados em manter os seus livros e documentos de modo seguro e duradouro. Conhecendo os fatores que causam a degradação do acervo, podemos protegê-lo, indo ao âmago da fonte do problema, e sem dúvida alguma prolongando a vida útil destes bens culturais.
Fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal de Lavras (MG)
http://www.biblioteca.ufla.br
Introdução: a ordem dos fatores altera o produto
Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas soltas, lombadas danificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que devemos fazer primeiro para salvar estes materiais?
A primeira coisa que vem a nossa mente é a necessidade de consertar o que está danificado, ou seja, restaurar o material degradado. Pensamos a partir da seguinte lógica: devemos restituir a integridade física destes materiais para que de novo possam estar acessíveis à pesquisa e ao estudo. Seguindo este raciocínio teríamos a seguinte seqüência de trabalho: primeiro restaurar o material, depois conservá-lo e assim estaríamos preservando a informação para o futuro.
Será que procedendo deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos danificados? Aparentemente sim, a curto prazo. No entanto, caso não identifiquemos os fatores que causaram a sua degradação, estaremos apenas nos iludindo, e, infelizmente, reduplicando o mesmo dano em um futuro próximo. O que fazer, então?
Diante de um acervo danificado e em risco de perda, a primeira providência a ser tomada é efetuar um minucioso diagnóstico dos motivos que levaram à sua degradação, estancar ou minimizar estes agentes agressores. Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e atinjam outros livros ou documentos. Por mais paradoxal que possa parecer, diante de um acervo em risco, a primeira atitude efetiva a ser tomada é conservá-lo. Inverte-se, portanto, a seqüência restauração, conservação e preservação e adotamos uma nova seqüência: preservação, conservação e restauração. Preservar para não restaurar, eis a questão.
A restauração é uma atividade técnica muito onerosa, pois exige equipamentos e materiais de alto custo além de mão de obra especializada. Ao término do trabalho de restauração, todo o benefício do tratamento volta-se para um único objeto. Se este livro restaurado retornar ao mesmo local de guarda e ao meio ambiente que causaram o seu dano, o dispêndio de energia e de recurso financeiro foram em vão. Para termos um procedimento efetivo e duradouro benéfico ao acervo a logo prazo, devemos criar uma política de preservação voltada para a realidade do acervo de cada Instituição ou Biblioteca.
Ao estabelecermos critérios para o tratamento de um acervo, estamos criando prioridades e implantando uma política de preservação, escalonando as atividades técnicas a serem desenvolvidas e dotando o local de guarda do acervo com as condições ambientais favoráveis à sua conservação. A partir deste recorte e das metas a serem atingidas, passamos à ação física de conservação preventiva, que nada mais é que a atualização prática das metas desta política de preservação. Neste instante toda a relação custo/benefício estará voltada para o acervo de modo integral, isto é, benefício partilhado por todos, custo dividido entre vários livros.
Diferentemente do trabalho de restauração, a conservação preventiva é uma atividade técnica de baixo custo financeiro e de fácil implementação. O conhecimento do motivo que causou a degradação de um acervo e a utilização de materiais alcalinos para a guarda são fundamentais para o trabalho de conservação preventiva.
Apresentaremos a seguir os principais fatores de degradação de material bibliográfico. Procuramos especificar os procedimentos técnicos necessários para minimizar e controlar estas fontes de degradação.
Conservação Preventiva
A meta principal da Conservação Preventiva é o estudo e o controle das principais fontes de degradação do papel. Constitui-se, na realidade, em uma série de medidas preventivas contra a ação dessas fontes de degradação, com a finalidade de evitar o alastramento e a disseminação de seus efeitos danosos. Em linhas gerais, os principais agentes de destruição de acervos podem ser divididos em três categorias: fatores internos de degradação; fatores externos ou ambientais de degradação; ação do homem sobre o acervo
Fatores Internos de Degradação
Os fatores internos de degradação são males inerentes à própria estrutura do papel e se originam do processo de feitura a que foi submetido. Dependem basicamente da qualidade da fibra e do tipo de encolagem utilizados na confecção do papel. Sendo assim, o único meio de minimizar esses fatores é através da estabilização das condições ambientais do local de guarda e do manuseio do público
Fatores Externos de Degradação
É consenso entre os conservadores que a permanência e a durabilidade de livros e documentos estão diretamente relacionadas às condições ambientais em que esses materiais estão guardados. Em outras palavras, há uma estreita relação entre a longevidade ou durabilidade do papel e as condições ambientais do acervo. Um controle racional e sistemático do meio ambiente não apenas diminui os problemas dos fatores internos de degradação do papel, como principalmente evita o seu alastramento.
Os principais fatores externos de degradação são os seguintes: umidade, temperatura, luz, poluição atmosférica, insetos, roedores, fungos e bactérias.
Umidade e Temperatura
Esses dois fatores de degradação de acervos são extremamente comuns a nossa realidade de país de clima tropical. A umidade é o conteúdo de vapor d’água presente no ar atmosférico, resultante da combinação dos fenômenos de evaporação e condensação d’água, que estão intrinsecamente relacionados à temperatura ambiental
Independentemente do tipo de fibra, todo o papel possui uma característica comum, o seu caráter higroscópio, ou seja, toda a fibra de papel absorve água e perde água de acordo com a taxa de umidade existente no local em que está sendo mantido.
Essa oscilação de umidade faz com que as fibras se dilatem ao absorver excesso de umidade e se contraiam ao perder umidade. Esse movimento brusco de contração e dilatação ocasiona rupturas na estrutura do papel, causando o seu enfraquecimento. A temperatura elevada aliada à umidade excessiva e à falta de aeração são os fatores básicos para a proliferação de esporos de fungos e bactérias. O controle da umidade se
faz através de desumidificadores, para locais úmidos, e de umidificadores, para locais secos. A temperatura é controlada através de aparelhos de ar refrigerado. A taxa adequada para a manutenção de um acervo é a seguinte: temperatura de 22º a 25ºC, umidade relativa de 55%. A medição da temperatura se faz com o uso de termômetros, e a de umidade com higrômetros, podendo-se utilizar também o termoigrômetro (junção dos dois equipamentos).
Além dessas constantes contrações e dilatações a que as fibras dos papéis estão sujeitas devido às variações de umidade e temperatura, a proliferação de agentes biológicos de degradação, como insetos, fungos e bactérias, encontra um local propício para sua disseminação em ambientes úmidos e quentes.
Luz
A luz provoca a degradação da celulose por processo de fotodegradação, rompendo a estrutura da fibra do papel. Esse tipo de degradação é também conhecido como envelhecimento precoce ou acelerado.
O espectro eletromagnético contém diversos tipos de radiações capazes de causar danos ao papel em vários níveis. Basicamente as radiações eletromagnéticas são as seguintes: a luz visível, o ultravioleta e o infravermelho, cada uma delas atuando de modo danoso sobre o acervo em maior ou menor escala. A radiação ultravioleta situa-se na faixa de comprimento de ondas entre 200 a 400 manômetros, a luz visível situa-se entre 400 a 700 manômetros e o infravermelho na faixa acima de 700 manômetros. A fotodegradação depende de vários fatores associados: faixa de radiação, intensidade da radiação incidente, tempo de exposição e a natureza química dos suportes de documentação. A luz natural, ou seja, a luz solar e as luzes artificiais (as lâmpadas) são os dois elementos básicos da fotodegradação. A luz solar emite os três tipos de radiação acima apontadas. Logo, devemos evitar a incidência de luz solar sobre o acervo, protegendo-o através do uso de persianas, cortinas e filtros absorventes de ultravioleta. As lâmpadas elétricas são outro fator comum de fotodegradação, a degradação será maior ou menor dependendo do tipo de radiação emitida pela lâmpada usada. As lâmpadas fluorescentes são ricas em radiação ultravioleta, as lâmpadas comuns emitem uma quantidade muito grande de calor, sendo assim, não existe um tipo de luz não agressiva aos acervos, o que devemos ter em mente é a necessidade constante de protegermos nossos acervos desse tipo inevitável de degradação.
Poluição atmosférica
A poluição atmosférica é um dos fatores que mais atinge os acervos. Essa poluição deriva-se da poeira do dia a dia que se deposita sobre os materiais e também dos gases tóxicos que são emitidos por automóveis, fábricas, queima de lixo, etc. Esse depósito constante de poeira sobre os livros e documentos causa problemas de ordem estética, constituindo-se em um meio propício ao desenvolvimento de microorganismos.
Nos grandes centros urbanos é comum a poeira conter resíduos de produtos químicos que catalisam reações químicas que aceleram a degradação dos acervos. Os gases ácidos agridem muito rapidamente a estrutura química dos materiais, estando essa degradação relacionada diretamente aos níveis de umidade do meio ambiente.
Um dano muito presente em livros e documentos é o aparecimento de manchas de tom marrom ao longo de um documento, como se um líquido escuro tivesse sido derramado sobre a superfície do papel. Essas manchas, chamadas de manchas d’água, são o resultado do acúmulo de poeira na superfície do documento aliada à umidade relativa elevada.
Em linhas gerais, o processo de formação de manchas d´água é o seguinte: a poeira acumulada na superfície do papel é empurrada pela umidade para o interior das fibras, migrando da superfície para o interior do papel. Essas manchas causam graves problemas estéticos ao documento, pois obliteram grandes áreas da documentação, além de acusarem danos à estrutura do papel, já que a poeira é transferida da superfície do papel para o interior das suas fibras.
Como medida de proteção contra a ação da poluição atmosférica podemos utilizar aparelhos de ar refrigerado e sistemas de ventilação com acoplamento de filtros para ar. Devemos também incentivar uma política sistemática de higienização do acervo, evitando assim o acúmulo de poeira na superfície dos livros e documentos. Atenção especial deve ser dada às janelas quebradas, com vidros partidos, danos que provocam o aumento de poeira no acervo
Insetos, Roedores e Fungos
Os insetos, fungos, bactérias e roedores, denominados agentes biológicos de degradação, são causadores de danos irremediáveis ao acervo e também à segurança do prédio. Sendo assim, muito cuidado deve ser tomado para evitar a proliferação desses agentes predadores. Os países de clima tropical apresentam as condições climáticas ideais para o rápido desenvolvimento desses inimigos do acervo, isto é, temperatura e umidade elevadas. A higienização sistemática do acervo, o monitoramento da temperatura, da umidade são pré-requisitos básicos para o controle de sua ação danosa.
Os insetos e os roedores são basicamente atraídos ao acervo através da ação do homem ao introduzir nele fontes de alimentação. Os métodos de combate a esses organismos envolvem, na maioria das vezes, o uso de produtos químicos, através da desinfestação do acervo. Os insetos mais comuns presentes nos acervos são as traças, as baratas, os anóbios e os cupins.
A melhor estratégia preventiva para evitar a presença de insetos e roedores:
• manter o local de guarda do acervo longe de fontes de alimentos
• evitar comer e manter alimentos no local de guarda do acervo
• evitar que a cantina ou refeitório fiquem em sala ao lado de guarda do acervo
• retirar o lixo do dia após o final do expediente, evitando o pernoite do lixo
• substituir os vidros quebrados das janelas
• arejar os armários onde os livros estejam guardados, abrindo suas portas por algumas horas
Os fungos, comumente denominados de mofo ou bolor, atacam todo tipo de acervo. Os fungos são vegetais desprovidos de clorofila, não sendo capazes de efetuar a fotossíntese. Por essa razão esses organismos instalam-se sobre materiais orgânicos, de onde podem retirar seus nutrientes. A disseminação dos fungos ocorre por meio de esporos, que ficam em suspensão no ar. Os principais fatores que acarretam a proliferação dos fungos são os seguintes: a temperatura elevada, umidade do ar elevada e ar estagnado. Ao se aliarem estes três fatores, os fungos encontram o ambiente ideal para a sua proliferação.
A Ação do Homem como Fonte de Degradação do Acervo
Ao lidar diariamente com o acervo, o homem introduz e utiliza uma série de materiais impróprios à conservação de livros e documentos. Às vezes a tentativa bem intencionada de tentar estancar a degradação provoca, na realidade, danos irreversíveis. Essas tentativas amadoras não fundamentadas nos princípios de conservação se cristalizam com o correr do tempo, transformando-se em hábitos que levam indiretamente a acelerar a degradação de livros e documentos.
Apresentamos uma série de recomendações técnicas gerais, com a finalidade de facilitar a identificação de procedimentos técnicos corretos ao lidar com problemas cotidianos de conservação de acervos.
• Guardar os livros nas estantes em sentido vertical
• Evitar guardar os livros semi-inclinados, quando os mesmos não couberem nas estantes
• Guardar os livros nas estantes em sentido horizontal, quando os volumes excederem em tamanho a área para a guarda em sentido vertical.
• Não sobrepor mais de três volumes ao guardar volumes em sentido vertical
• Manter sempre os volumes maiores como base ao guardá-los em sentido vertical.
• Não superlotar as estantes com livros.
• Reservar espaço de três milímetros entre cada livro para facilitar sua retirada da prateleira e evitar o atrito entre as capas (desgaste por abrasão).
• Utilizar bibliocantos para impedir que os livros tombem.
• Não puxar os livros pelo topo (cabeça) ao retirá-lo das estantes, os volumes devem ser retirados da estante pelo centro da lombada.
• Não manter mapas, documentos, periódicos etc. dobrados ou enrolados. Ao longo do vinco cria-se uma linha de fragilidade nas fibras do papel, ocasionando a médio prazo a ruptura dessa área.
• Manter os documentos, mapas e jornais planificados.
• Evitar umedecer as pontas dos dedos com saliva para virar as páginas do livro.
• Evitar dobrar as margem superiores ou interiores das folhas para marcar as páginas
• Evitar encapar os livros com papel pardo ou similar. Essa aparente proteção contra a poeira causa, na realidade, mais dano do que benefício ao volume em médio e curto prazo. O papel tipo pardo, de natureza ácida devido a seu processo de feitura, transmite seu teor ácido para os materiais que estiver envolvendo (migração ácida).
• Não utilizar fitas adesivas tipo durex e fitas crepes, cola branca (PVA) para evitar a perda de um fragmento de um volume em degradação. Esses materiais possuem alta acidez, provocam manchas irreversíveis onde aplicado.
• Usar cola metil-celulose em todo o trabalho de conservação e na rotina de trabalhos diários. Essa cola é livre de acidez e facilmente reversível.
• Não utilizar grampos e clips metálicos, esses materiais enferrujam com o correr do tempo, deixando, no local aplicado, manchas marrons, oxidando o papel, causando o rompimento das fibras com subseqüente rasgo do papel.
• Evitar a incidência direta de luz solar sobre o acervo, a luz solar provoca o esmaecimento de cores, amarelamento do papel e esfacelamento do couro.
• Evitar a utilização de lâmpadas ricas em radiação de ultravioleta, tais como as lâmpadas fluorescentes.
• Suspender ou afastar as luminárias que incidam sobre as estantes dos livros.
• Colocar cortina ou persiana em portas e janelas de vidro, a fim de evitar a incidência direta de luz solar nas estantes.
• Não encostar as estantes nas paredes: evita-se que a umidade presente nas paredes se transmita aos volumes.
• Colocar telas protetoras contra insetos nas janelas de bibliotecas situadas em locais de muita vegetação.
• Trocar os vidros quebrados de todas as janelas, consertar janelas e portas danificadas; com esse procedimento evita-se a penetração de poeira e insetos no acervo.
. Não abrir os livros que forem atingidos diretamente por água e que estejam com as folhas molhadas.
• Intercalar papel mata-borrão para secar as folhas e as capas de livros atingidos por água.
• Nunca secar os livros molhados com calor: sol, forno de cozinha, secador de cabelo. O calor em excesso faz o papel secar muito rapidamente, causando ondulação do material.
• Usar as duas mãos para virar as páginas de jornais: segurar no topo e no pé da página para virá-lo.
• Usar lápis 6B, quando precisar fazer anotações de identificação no livro.
• Controlar o manuseio e orientar o público.
• Optar por encadernação inteira, ao mandar encadernar um livro. Não sendo possível fazer encadernação inteira, optar por encadernação meia com cantoneiras.
• Evitar excesso de tinta nos carimbos.
• Manter uma política voltada para a higienização do acervo.
Higienização de Acervo
A operação técnica de higienização nada mais é do que manter o acervo de modo limpo e asséptico. Uma operação tão simples de ser realizada e que, por isso mesmo, passa desapercebida para nós, transforma-se a curto prazo em um dos mais sérios problemas enfrentados por bibliotecários, arquivistas e por todos aqueles que têm a missão de
manter um acervo em bom estado.
A poeira, depositada dias após dias sobre os livros e documentos, causa sérios danos para a conservação do acervo. O acúmulo de poeira na superfície das obras interfere no seu aspecto estético e constitui-se em uma fonte contínua de acidez e degradação. Sendo assim, a higienização deve ser executada de modo sistemático, a fim de manter o acervo livre dessa fonte contínua de acidez, deixando-o o mais saudável
possível. Os procedimentos técnicos básicos para a atuação na área de higienização são os seguintes:
• Manter um política sistemática de limpeza de livros e estantes. A higienização do acervo possibilita identificar qualquer problema de início de contaminação do acervo por microorganismo e insetos, além de evitar o acúmulo de poeira nos livros e estantes.
• Examinar, atentamente, todo o material que for incorporado ao acervo da Biblioteca. O exame deve ser feito tanto em livros que forem doados, comprados, permutados, etc., como também em móveis, principalmente em mobiliários de madeira. Tal exame é sumamente importante, pois evita a contaminação do acervo por livro ou móvel que esteja infestado.
• Limpar os livros com trinchas ou pincel nas áreas da cabeça (parte de cima), no pé (parte de baixo) e na goteira (parte lateral). Deve-se segurar o livro pelo centro com a lombada voltada para cima, para evitar que, durante o processo de limpeza, a poeira penetre por entre as folhas. Os livros que forem incorporados ao acervo devem ter prioridade no processo de higienização. Estes livros devem ser limpos individualmente, e folha a folha, forrando-se a mesa de trabalho com papel de tonalidade clara (branca de preferência) para possibilitar a identificação da sujidade removida. O ideal é utilizar uma mesa de higienização com sucção.
• Reforçar a limpeza, com pincel ou trincha, no centro das folhas do livro. Este é o local preferido pelos microorganismos para se desenvolverem e atacarem o papel. Isso se deve, principalmente, ao fato de ser a lombada do livro coberta com espessa camada de cola em geral de base protéica que se torna uma fonte potencial de alimento para os microorganismos.
• Iniciar a higienização das estantes pela prateleira superior. A limpeza pode ser feita com o auxílio de um aspirador de pó doméstico, de flanela ou perfex. Essa limpeza é denominada de limpeza a seco, pois não utiliza vias aquosas de limpeza.
• Trabalho de higienização dos livros e das estantes deve ser feito segundo escala de trabalho a ser estipulada. A princípio de 2 em 2 meses, de acordo com o tamanho do acervo.
Atenção especial deve ser tomada ao se utilizar o aspirador de pó para limpeza das áreas externas do livro, devem-se observar os seguintes procedimentos:
• Revestir internamente o saco coletor de lixo do aparelho com um saco de lixo de plástico descartável. Esta medida evita o acúmulo de sujidade no coletor de lixo do aspirador de pó, tornando a sua limpeza segura e asséptica.
• Revestir o bocal de sucção de limpeza do aparelho com tecido de filó. Na eventual sucção de um fragmento importante do livro, ele é facilmente recuperado sem ter-se de abrir o saco coletor de lixo.
Higienização de Documentos
A limpeza de documentos avulsos deve ser feita com o auxílio de pó-de-borracha. O pó-de-borracha é facilmente obtido através da seguinte operação:
• Materiais necessários: ralador inox, borracha branca TK plastic
• Ralar a borracha Tk plastic em ralador inox, a fim de obter uma fina película.
• Depositar o pó-de-borrracha na superfície do material a ser limpo.
• Friccionar levemente, em movimentos circulares, o pó-de-borracha, depositado na superfície do material a ser limpo.
• Evitar o contato direto do pó de borracha com as pontas dos dedos.
• Utilizar tecido de puro algodão para ajudar a fricção e evitar o contato com os dedos.
• Nunca efetuar a operação de limpeza com pó de borracha sobre superfícies muito danificadas, escritas ou desenhadas a lápis, carvão e com pigmentação.
Higienização do Assoalho
A remoção da poeira depositada no assoalho deve ser feita com cuidado, a fim de evitar o seu deslocamento para a superfície das estantes e para os livros. Idealmente deve ser realizada com o auxílio de aspirador de pó, pois assim evita-se que a poeira fique em suspensão. Não se deve utilizar vassoura ou espanadores como na higienização doméstica, esse procedimento faz com que a poeira se desloque de um local para outro. Procurar utilizar, na impossibilidade de ter aspirador de pó, a vassoura revestida depano levemente umedecido. É necessário que a poeira grude no pano, evitando o seu deslocamento para
outra área do acervo.
Pode-se também utilizar o pano levemente umedecido em mistura de lisoform e álcool, (uma parte de lisoform para duas partes de água) para evitar a proliferação de microorganismos.
Em todo esse processo é fundamental que o pano de chão nunca esteja molhado. Para saber se está no ponto correto de utilização, deve-se torcer o pano até não pingar nenhum excesso líquido. Ao ficar saturado de sujidade, o pano deve ser lavado ou substituído por outro. A utilização do pano sujo causará apenas o deslocamento de sujidade de uma área para outra.
Melhoria Ambiental: Área de Guarda do Acervo
Todos sabemos que a climatização de acervo exige um alto custo financeiro. Manter aparelhos de ar refrigerado, desumidificadores e umidificadores funcionando vinte e quatro horas parece quase que inviável. Mesmo não sendo possível contar com estes aparatos tecnológicos, muito pode ser feito para minimizar os danos causados pela temperatura e umidade por meio da racionalização do espaço disponível para a guarda do acervo.
A disposição das estantes na sala de guarda deve sempre ser pensada de modo a facilitar a aeração (a movimentação e circulação do ar), observando-se os seguintes procedimentos:
• Disposição perpendicular às janelas
• Espacejamento mínimo de 70 cm entre as estantes
• Afastamento mínimo de 30 cm da parede
• Pé direito mínimo de 2,40 m para a circulação do ar sobre as estantes
• Mínimo de 10 cm entre a última prateleira e o piso para favorecer a circulação do ar
• Mobiliário: estantes metálicas, prateleiras ajustáveis e bibliocantos
Melhoria das Condições Ambientais
• Depósitos em área com menor insolação (reduz a temperatura)
• Evitar fontes geradoras de umidade (reduz a umidade relativa)
• Promover a ventilação com uso de circulador de ar
• Evitar a penetração de poeira e poluentes
Desastres em Bibliotecas: Inundação e Incêndio
Em caso de os livros serem atingidos diretamente ou indiretamente por água, decorrente de inundação, chuva, goteira, infiltração, etc., medidas imediatas de controle devem ser tomadas, a fim de evitar problemas de intensa ondulação do papel e de criação de um local ideal para a disseminação de fungos (vulgarmente denominados de mofo). Os seguintes procedimentos técnicos devem ser observados e acionados de modo mais rápido possível.
• Não abrir o livro molhado ou úmido para tentar secar as folhas do livro. Ao abrir, aleatoriamente, as folhas do livro, a água, depositada em algumas folhas, penetra para outras não atingidas ou levemente atingidas, causando o alastramento do problema.
• Secar, inicialmente, as capas do livro com o uso de papel mata-borrão
• Intercalar o papel mata-borrão entre as capas e retirar todo o excesso de água possível.
• Trocar o papel mata-borrão molhado por outros secos.
• Introduzir papel mata-borrão no miolo do livro, começando a operação pelo meio do livro e ir secando as folhas em lotes de 10 folhas.
• Não expor o livro ao sol para secar, nem colocá-lo perto de forno. A secagem com calor se dará muito rapidamente, causando grande deformação do papel.
• Deixar o livro em local arejado, em posição vertical com as folhas levemente entreabertas em forma de leque. Essa operação deve sempre ser precedida de secagem com papel mata-borrão.
Um dos piores danos, em termos de destruição de acervo, é a ocorrência de incêndio em bibliotecas. O papel é um material de fácil e rápida combustão e os danos ocasionados são irreversíveis. O único modo seguro de evitar esse desastre é o trabalho preventivo. Destacamos alguns tópicos que devem ser observados atentamente:
• Não fumar nas dependências do prédio.
• Manutenção periódica de extintores de incêndio.
• Evitar sobrecarga elétrica nas tomadas.
• Os fios e os dutos não devem ficar expostos.
• Desligar todos os equipamentos elétricos ao fim do expediente.
• Produtos inflamáveis devem ser guardados isolados em armários especiais e longe das áreas de trabalho e circulação de pessoas.
O esclarecimento prévio dos funcionários sobre como proceder em caso de incêndio é fundamental para a segurança e rápida evacuação do local. Devemos ter em mente que em primeiro lugar está a vida humana. Sendo assim a prioridade é a segurança das pessoas. Deve-se sempre ter em local visível e amplamente difundido o número de emergência do corpo de bombeiro. Tem-se revelado de grande utilidade a criação de uma brigada de incêndio dentro do estabelecimento, formada por funcionários que ficam encarregados de vistoriar as dependências e as áreas de guarda do acervo.
As saídas de emergências devem ser de conhecimento de todos os funcionários e não podem estar bloqueadas por nenhum motivo. Ter sempre em mente que o único meio de evitar um incêndio é a constante vigilância e obediência aos cuidados básicos acima listados.
Montagem de Exposições: Recomendações Técnicas
A montagem de exposições de livros, gravuras e mapas deve sempre obedecer a diretrizes básicas de conservação, evitando-se, assim, que as peças sofram degradação durante o período de exposição.
Apesar de o período de uma exposição ser curto, os problemas que advêm da exposição inadequada das peças causam danos irreversíveis ao material, o que costumamos denominar de envelhecimento precoce do material ou envelhecimento acelerado do material.
Cuidados especiais devem ser tomados em relação à montagem, à iluminação e às vitrines. Na montagem das gravuras, mapas e livros a serem expostos devem-se obedecer às seguintes recomendações:
• Montar as gravuras em passe-partout duplo, ou seja, com frente e verso.
• Fixar as gravuras no cartão de base do passe-partout, com o uso de cantoneiras de poliester ou de papel japonês.
• Utilizar cartão de pH neutro (alcalino) para a feitura do passe-partout.
• Utilizar cartão neutro com gramatura de no mínimo 600gr, a fim de afastar a obra em relação ao vidro.
• Não utilizar fitas adesivas ou colas para a fixação das gravuras no cartão de base do passe-partout.
• Nunca fixar a gravura no verso do cartão da janela do passe-partout.
• Nunca colocar as gravuras em contato direto com o vidro ou placa de acrílico (montagem tipo sanduíche de vidro).
• As gravuras nunca devem ser expostas sob os efeitos da luz solar ou incandescente. A recomendação de iluminação é de no máximo 60 lux luz.
• Os ambientes da exposição devem conter aparelhos de medição de temperatura e umidade relativa. Temperatura de cerca de 22º a 25C e umidade relativa de 55%.
• Os ambientes devem ter um controle do número de visitantes, evitando a superlotação do local.
• Usar cortinas, persianas, filtros para evitar a entrada de luz solar.
• Os expositores devem ser em forma de vitrines horizontais inclinadas, permitindo a visão dos visitantes.
• Os expositores devem ser revestidos com materiais de qualidade comprovada, papéis alcalinos.
• As peças que forem expostas sem passe-partout devem sempre ter um afastamento em relação ao vidro, evitando o contato direto da gravura com o vidro.
• Os livros expostos abertos devem ter suportes especiais de sustentação (“berço”) como medida de proteção a sua estrutura.
• Não é permitido o uso de “flash” para fotografar o acervo.
Conclusão
A Conservação Preventiva vem sendo amplamente difundida e adotada em diversos segmentos culturais, conscientes de que somente por meio deste trabalho preventivo se efetuará a consolidação da salvaguarda do acervo.
Procuramos, neste artigo, explicar e apresentar soluções viáveis a problemas cotidianos enfrentados por bibliotecários e arquivistas e, também, por aqueles interessados em manter os seus livros e documentos de modo seguro e duradouro. Conhecendo os fatores que causam a degradação do acervo, podemos protegê-lo, indo ao âmago da fonte do problema, e sem dúvida alguma prolongando a vida útil destes bens culturais.
Fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal de Lavras (MG)
http://www.biblioteca.ufla.br
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