A Mulher ideal …
É aquela que se apresenta perante a sociedade como a mais formosa dama.
Mas quando na intimidade partilhe todos os segredos..
Enfim, a Mulher ideal …
É aquela que mesmo não sendo Deusa, sabe como ninguém trazer um pedacinho do céu.
(Anônimo)
É aquela que se apresenta perante a sociedade como a mais formosa dama.
Mas quando na intimidade partilhe todos os segredos..
Enfim, a Mulher ideal …
É aquela que mesmo não sendo Deusa, sabe como ninguém trazer um pedacinho do céu.
(Anônimo)
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Qual seria, na sua concepção, meu caro leitor amigo, a mulher perfeita? Seria aquela que os antigos veneravam como a Amélia, que era de verdade, que não fazia exigências, que passava fome e achava bonito dormir no chão, eternizada nos versos de Ataulfo Alves? Ou uma mistura de Marilyn Monroe em Nunca fui Santa e Anita Eckberg em A Doce Vida de Fellini? Qual seria, afinal, a mulher dos sonhos de cada um de nós, simples mortais? Na prática, essa deusa seria a que o Roberto Carlos imortalizou na sua Mulher de 40? Será que ainda pode ser encontrada alguma dessa espécie numa esquina qualquer do destino?
Segundo uma determinada corrente, a mulher ideal é como peça rara de museu, jóia não encontrada em lugar nenhum. Diamante não lapidado. Aquela que não gasta telefone, nem água, nem luz, nem bebe refrigerante em excesso. A mulher ideal não frequenta salões de beleza requintados, não faz fofoca com as amigas, não pinta as unhas de vermelho, não tinge os cabelos com cores berrantes, não usa brincos, não usa piercing, nem raspa as pernas. Não usa sapatos de grife, nem veste roupas caras nem põem os cartões de crédito do marido à beira de um ataque de histerismo.
A mulher ideal não gasta, ou melhor, não desperdiça sabão em pó, nem água sanitária. Não usa o fogão e, por conseqüência, mantém cheio o botijão de gás. Não quebra copos, não suja pratos, nem diz palavrões. Tampouco solta gases em festinhas de crianças ou reuniões importantes. Alheia a caras feias, não seduz, se deixa ser cantada, emprega seus dias da melhor maneira, tentando aprimorar o conhecimento e expandir os horizontes. Jamais paga o mico de falar mal do seu amado quando ele chega quase ao romper da manhã.
É impecável, submissa, leal, econômica, companheira, sobretudo, companheira. Tem o nobre dom de tocar na mente daquele que ousa a se ajoelhar a seus pés estimulando o infeliz a realizar tarefas importantes, como a ir ao mercado, levar o cachorrinho para fazer pipi, comprar o jornal de domingo e aturar a sogra achata e rabugenta. A mulher ideal sabe como ser a amante exata, como distribuir seus encantos e atributos na medida certa, e, acima de tudo, aprende com a convivência diária como deixar o coração da sua cara metade com as batidas descompassadas, mas sem que o sujeito tenha um infarto e caia fulminado.
Não usa óculos escuros, jamais sai de casa de saia comprida, ao contrario, vai para as ruas com essas sainhas esvoaçantes que, ao sabor do vento, deixam à mostra as frutas saborosas que deixa qualquer homem de olhos esbugalhados. A mulher ideal é aquela vidrada em calcinhas minúsculas, a que veste blusinhas que permitem ficarem os seios em constante estado de ebulição. A mulher ideal é lógica, e, dentro dessa lógica, não comete certas asneiras como: arranjar um cara duro que pinte no pedaço só para tirar umazinha, também não trai, não flerta, ou arranja uma barriga indesejável só para dizer para as amigas que “é linda a gravidez”.
Extremamente fina e requintada nos menores gestos, onde chega abafa. A mulher ideal, nesse emaranhado todo, se assemelha àquela marca italiana e muito cobiçada de automóvel, a Ferrari. É sensual, nunca passa dos vinte anos, vive nativa do seu ar de superioridade, mas, ao mesmo tempo, é humilde a ponto, inclusive, de se mostrar soberba e impecável no andar, e no modo de se vestir. Sabe como atrair o oposto sem trair os sentimentos verdadeiramente de quem ama e os deixa expostos, a céu aberto. A mulher ideal não se importa com a pouca carne do traseiro magro, nem em transformar os pneuzinhos e culotes em fantasmas a lhe assombrarem diante do espelho.
Milagrosa, consegue freqüentar academias sem aparecer por lá, como igualmente ao visitar o dentista deixá-lo de boca geometricamente aberta. Faz chover em dia de sol, nevar em pleno calor e, quando gosta de verdade, deixa que a volúpia do amor maior atravesse o corpo da criatura que ama, de um lado para outro, sem se importar com seu coração safenado.
Para outro seguimento, todavia, a mulher ideal é ainda mais complexa: escorregadia, gentil, não contesta, seduz com palavras as próprias palavras, não pensa em luxúria, não se embriaga, é tolerante e não tropeça na estupidez das desvairadas, nem se deixa dominar pela burrice enfática das loiras. É, acima de tudo, forte, briguenta, boa no meio do campo, sabe chutar as bolas para o gol e no momento exato derrubar o goleiro por mais forte e esperto que seja, ou queira parecer, diante da sua rede. É livre de pensamentos impuros, conhece os direitos melhor que qualquer advogado, sentencia uma causa como nenhum juiz seria capaz de fazê-lo. É a tábua da salvação para o náufrago, a bóia para o desesperado no meio do rio, a respiração boca-a-boca quando a vida de um moribundo apaixonado está se esvaindo, é a maca para alojar o atropelado no meio da avenida, como o sol quente que brilha resplandecente quando o frio gélido insiste em apertar os ossos.
Para os filósofos e pensadores, a mulher ideal é aquela criatura divina, imaculada, que procura, acima de tudo, uma razão para viver, para a busca constante a si mesma, sem se perder na procura. Mulher ideal é ainda a que se entusiasma com aquelas que almejam um ideal e o alcançam sem pisotear os que vêm logo atrás. Para os loucos, bem, para os loucos, a mulher ideal é aquela que beija os pés, ajoelha, reza, engole o suor supremo com o objetivo de alcançar o êxtase da fome que a devora por dentro. É a regra que quebra todas as regras, que passa por cima de tabus e preconceitos e supera o insuperável.
É ainda, a mulher ideal, a que fala a língua dos homens e dos anjos, como também a do diabo e dos quintos do inferno. Para os aficcionados em sexo, a mulher ideal é aquela que já vem com os motores esquentados - a que se entrega convidativa a um passeio agradável por seu corpo. Vive somente para dar, não na acepção da palavra, mas igualmente receber, dar e se dar, às avessas, sem amarras, sem subterfúgios; receber reciprocamente, e, nessa reciprocidade, ser tocada, tocar, extasiar, gritar, urrar, ir às nuvens. Com o que o seu homem trouxe da rua, na comida colocar o seu tempero secreto, a sua massa de tomate, o seu coentro, o seu eu; misturar salsa, cebolinha, pedacinhos de pimentão e uma pitada quase invisível de bom óleo português e, em seguida, colocar tudo na panela e fritar, cozinhar a fogo alto, e acabe virando comida de primeira, incendiada em escala interplanetária.
Para a maioria, bem, para a maioria, que é a que realmente conta, a mulher ideal não existe. É utópica e onipresente. Inexistente como Deus no céu. Nasceu morta, ou melhor: sequer chegou a ser concebida.
Fontes:
Colaboração do Autor
– Imagem = http://meuslivros.weblog.com.pt/
Segundo uma determinada corrente, a mulher ideal é como peça rara de museu, jóia não encontrada em lugar nenhum. Diamante não lapidado. Aquela que não gasta telefone, nem água, nem luz, nem bebe refrigerante em excesso. A mulher ideal não frequenta salões de beleza requintados, não faz fofoca com as amigas, não pinta as unhas de vermelho, não tinge os cabelos com cores berrantes, não usa brincos, não usa piercing, nem raspa as pernas. Não usa sapatos de grife, nem veste roupas caras nem põem os cartões de crédito do marido à beira de um ataque de histerismo.
A mulher ideal não gasta, ou melhor, não desperdiça sabão em pó, nem água sanitária. Não usa o fogão e, por conseqüência, mantém cheio o botijão de gás. Não quebra copos, não suja pratos, nem diz palavrões. Tampouco solta gases em festinhas de crianças ou reuniões importantes. Alheia a caras feias, não seduz, se deixa ser cantada, emprega seus dias da melhor maneira, tentando aprimorar o conhecimento e expandir os horizontes. Jamais paga o mico de falar mal do seu amado quando ele chega quase ao romper da manhã.
É impecável, submissa, leal, econômica, companheira, sobretudo, companheira. Tem o nobre dom de tocar na mente daquele que ousa a se ajoelhar a seus pés estimulando o infeliz a realizar tarefas importantes, como a ir ao mercado, levar o cachorrinho para fazer pipi, comprar o jornal de domingo e aturar a sogra achata e rabugenta. A mulher ideal sabe como ser a amante exata, como distribuir seus encantos e atributos na medida certa, e, acima de tudo, aprende com a convivência diária como deixar o coração da sua cara metade com as batidas descompassadas, mas sem que o sujeito tenha um infarto e caia fulminado.
Não usa óculos escuros, jamais sai de casa de saia comprida, ao contrario, vai para as ruas com essas sainhas esvoaçantes que, ao sabor do vento, deixam à mostra as frutas saborosas que deixa qualquer homem de olhos esbugalhados. A mulher ideal é aquela vidrada em calcinhas minúsculas, a que veste blusinhas que permitem ficarem os seios em constante estado de ebulição. A mulher ideal é lógica, e, dentro dessa lógica, não comete certas asneiras como: arranjar um cara duro que pinte no pedaço só para tirar umazinha, também não trai, não flerta, ou arranja uma barriga indesejável só para dizer para as amigas que “é linda a gravidez”.
Extremamente fina e requintada nos menores gestos, onde chega abafa. A mulher ideal, nesse emaranhado todo, se assemelha àquela marca italiana e muito cobiçada de automóvel, a Ferrari. É sensual, nunca passa dos vinte anos, vive nativa do seu ar de superioridade, mas, ao mesmo tempo, é humilde a ponto, inclusive, de se mostrar soberba e impecável no andar, e no modo de se vestir. Sabe como atrair o oposto sem trair os sentimentos verdadeiramente de quem ama e os deixa expostos, a céu aberto. A mulher ideal não se importa com a pouca carne do traseiro magro, nem em transformar os pneuzinhos e culotes em fantasmas a lhe assombrarem diante do espelho.
Milagrosa, consegue freqüentar academias sem aparecer por lá, como igualmente ao visitar o dentista deixá-lo de boca geometricamente aberta. Faz chover em dia de sol, nevar em pleno calor e, quando gosta de verdade, deixa que a volúpia do amor maior atravesse o corpo da criatura que ama, de um lado para outro, sem se importar com seu coração safenado.
Para outro seguimento, todavia, a mulher ideal é ainda mais complexa: escorregadia, gentil, não contesta, seduz com palavras as próprias palavras, não pensa em luxúria, não se embriaga, é tolerante e não tropeça na estupidez das desvairadas, nem se deixa dominar pela burrice enfática das loiras. É, acima de tudo, forte, briguenta, boa no meio do campo, sabe chutar as bolas para o gol e no momento exato derrubar o goleiro por mais forte e esperto que seja, ou queira parecer, diante da sua rede. É livre de pensamentos impuros, conhece os direitos melhor que qualquer advogado, sentencia uma causa como nenhum juiz seria capaz de fazê-lo. É a tábua da salvação para o náufrago, a bóia para o desesperado no meio do rio, a respiração boca-a-boca quando a vida de um moribundo apaixonado está se esvaindo, é a maca para alojar o atropelado no meio da avenida, como o sol quente que brilha resplandecente quando o frio gélido insiste em apertar os ossos.
Para os filósofos e pensadores, a mulher ideal é aquela criatura divina, imaculada, que procura, acima de tudo, uma razão para viver, para a busca constante a si mesma, sem se perder na procura. Mulher ideal é ainda a que se entusiasma com aquelas que almejam um ideal e o alcançam sem pisotear os que vêm logo atrás. Para os loucos, bem, para os loucos, a mulher ideal é aquela que beija os pés, ajoelha, reza, engole o suor supremo com o objetivo de alcançar o êxtase da fome que a devora por dentro. É a regra que quebra todas as regras, que passa por cima de tabus e preconceitos e supera o insuperável.
É ainda, a mulher ideal, a que fala a língua dos homens e dos anjos, como também a do diabo e dos quintos do inferno. Para os aficcionados em sexo, a mulher ideal é aquela que já vem com os motores esquentados - a que se entrega convidativa a um passeio agradável por seu corpo. Vive somente para dar, não na acepção da palavra, mas igualmente receber, dar e se dar, às avessas, sem amarras, sem subterfúgios; receber reciprocamente, e, nessa reciprocidade, ser tocada, tocar, extasiar, gritar, urrar, ir às nuvens. Com o que o seu homem trouxe da rua, na comida colocar o seu tempero secreto, a sua massa de tomate, o seu coentro, o seu eu; misturar salsa, cebolinha, pedacinhos de pimentão e uma pitada quase invisível de bom óleo português e, em seguida, colocar tudo na panela e fritar, cozinhar a fogo alto, e acabe virando comida de primeira, incendiada em escala interplanetária.
Para a maioria, bem, para a maioria, que é a que realmente conta, a mulher ideal não existe. É utópica e onipresente. Inexistente como Deus no céu. Nasceu morta, ou melhor: sequer chegou a ser concebida.
Fontes:
Colaboração do Autor
– Imagem = http://meuslivros.weblog.com.pt/
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