terça-feira, 23 de março de 2010

Branca Tirollo (Não Brinque com o Fogo)


Notei a porta entreaberta. Não era o vento a tocá-la. O ar estava parado, e as folhas do coqueiro, silenciosa. Levantei-me do sofá e caminhei até a varanda. Então, notei uma luz bem pequenina por trás das montanhas. Não havia estrelas no céu, nem a lua estava exposta. Havia algumas nuvens escuras.

A luz me atraia cada vez mais, e lentamente caminhando, cruzei a avenida.

Do outro lado havia uma arvore pequena e enquanto voltei meus olhos para ela, a pequenina luz desapareceu. De repente tudo escureceu e na negridão da noite eu me senti perdida. Pensava estar caminhando de volta, mas sentia que o caminho de volta ficava mais distante.

Caminhei, caminhei, e quando dei por conta, estava à beira de um grande rio. Quase não enxergava, mas ouvia nitidamente o som das águas que bravas desciam para o mar.

Meus pés estavam machucados. Não tinha colocado os sapatos quando fui atraída pela porta se abrindo.

Eu não reconhecia o rio e tinha certeza de que não estava em minha cidade, pois lá não havia nenhum rio grande.

Mas eu lembrei de um fato muito importante: eu tinha deixado alguma coisa no fogão, acho que estava cozinhando algo. Só não me lembrava o que era.

Cada minuto que passava, sentia que a água daquele rio misterioso subia com muita força. Já estavam molhados, os meus pés. Ainda estava escuro e eu não enxergava nada.

De repente ouço um estouro: PUF!

Nossa! Eu tinha adormecido no sofá que fica na copa, observando o gás aceso.

Lá tinha se ido a minha panela de pressão. Hilariante! Precisei gastar muita água para limpar a sujeira, mas foi bem melhor do que estar perdida num lugar qualquer.

Fonte:
Colaboração da autora.

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