quinta-feira, 11 de março de 2010

Cláudio de Souza (1876 - 1954)



Cláudio de Sousa (C. Justiniano de S.), médico e teatrólogo, nasceu em São Roque, SP, em 20 de outubro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de junho de 1954.

Era filho do escrivão Cláudio Justiniano de Sousa e de Antônia Barbosa de Sousa, e casado com Luísa Leite de Sousa, filha dos barões de Socorro. Feitos os estudos preliminares em São Roque, seguiu para o Rio de Janeiro, onde se formou em Medicina em 1897. Desde os 16 anos colaborava na imprensa carioca, em O Correio da Tarde e A Cidade do Rio.

Diplomado, foi residir em São Paulo. Ali instalou consultório médico e continuou colaborando na imprensa paulistana. Foi professor de Terapêutica na Escola de Farmácia de São Paulo, hoje integrada à USP. Em 1909, juntamente com um grupo de intelectuais, foi um dos fundadores da Academia Paulista de Letras. Na imprensa, escreveu também sob os pseudônimos Mário Pardal e Ana Rita Malheiros.

Em 1913, mudou-se para o Rio de Janeiro. Passou então a dedicar-se inteiramente à ficção e ao teatro, deixando a clínica médica. Naquele ano estreou na literatura com o romance Pater, muito bem recebido pela crítica. Suas peças de teatro, como Flores de sombra (1916) e O turbilhão (1921), obtiveram êxito com sucessivas representações.

Iniciador do teatro ligeiro de comédia, escreveu diversas peças, todas muito apreciadas e levadas com idêntico sucesso no país e no exterior. Pronunciou conferências, no Brasil e no exterior, reunindo-as em volumes. Publicou igualmente diversos livros registrando impressões de viagem.

Foi presidente da Academia Brasileira de Letras por duas vezes, em 1938 e 1946. No ano do cinqüentenário de fundação da ABL, como presidente, promoveu as solenidades comemorativas e editou o volume ilustrado Revista do Cinqüentenário.

Foi o fundador (1936) e primeiro presidente do Pen Clube do Brasil.

Terceiro ocupante da Cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 28 de agosto de 1924, na sucessão de Vicente de Carvalho e recebido pelo Acadêmico Alfredo Pujol em 28 de outubro de 1924. Recebeu os Acadêmicos Osvaldo Orico e Clementino Fraga.

Bibliografia
Além dos relatos de viagem e obras de ficção, Cláudio de Sousa escreveu inúmeras peças teatrais, em geral ligeiras e humorísticas, muitas delas traduzidas para outros idiomas. Além da literatura e teatro, deixou ainda vários artigos e textos médicos.

Teatro
Mata-a ou Ela te Matará (1896);
Eu Arranjo Tudo (1916);
Flores de Sombra (1916);
O Assustado das Pedrosas (1917);
Um Homem que Dá Azar (1918);
Outono e Primavera (1918);
A Jangada (1920);
A Sensitiva (1920);
O Turbilhão (1921);
O Exemplo de Papai (1921);
O Milhafre (1921);
Os Bonecos Articulados (1921);
Uma Tarde de Maio (1921);
Ave, Maria (1921);
O Galho Seco (1922);
O Conto do Mineiro (1923);
A Escola da Mentira (1923);
Noves Fora... Nada (1924);
A Matilha (1924);
A Arte de Seduzir (1927);
Os Mestres do Amor (1928);
Os Arranha-céus (1929);
O que não existe (1933);
Rosas da Espanha (1933);
O Grande Cirurgião (1933);
Papai, Mamãe, Vovó (1936);
Fascinação (1936);
Pátria e Bandeira, (1942);
Le Sieur de Beaumarchais, (1942).

Ficção e relatos
Pater, (1913);
A Conversão, (1917);
Ritmos e Idéias, ensaios (1917);
Da Eva Antiga à Eva Moderna, conferência (1917);
Maria e as Mulheres Bíblicas, conferência (1921);
De Paris ao Oriente, viagem, 2 vols. (1921);
Os Infelizes, romance (1926);
As Mulheres Fatais, romance (1928);
As Conquistas Amorosas de Casanova, romance (1931);
Um Romance Antigo, (1933);
Três Novelas, (1933);
Nosso Primeiro Comediógrafo, conferência (1934);
O Teatro Brasileiro, conferência (1935);
Viagem à Região do Pólo Norte, (1939);
Terra do Fogo, viagem (1939);
O Humorismo de Machado de Assis, conferência (1939);
Impressões do Japão (1940);
Os Paulistas, seu Passado, seu Presente, conferência (1941);
O Teatro Luso-brasileiro do Século XVI ao XIX, conferência (1941);
Raul Pompéia, conferência (1941);
Os Últimos Dias de Stefan Zweig, ensaio biográfico (1942);
A Vida e o Destino, contos (1944);
Sol e Sombra, contos (1945);
Assistência aos Escritores, conferência (1944);
Pirandello e seu Teatro, conferência (1946).

Fonte:
Academia Brasileira de Letras

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