sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ialmar Pio Schneider (Mensagem aos Jovens)


“Apresentaram-lhe umas crianças para que as tocasse, porém os discípulos os repreendiam. Vendo-o Jesus, indignou-se e lhes disse: Deixai vir a mim as criancinhas, e não as estorveis, porque delas é o reino de Deus. Em verdade vos digo, quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-as, abençoou-as, impondo-lhes as mãos”. Marcos 10-13 a 16

De minhas leituras da adolescência, uma me ficou ao longo do tempo na memória. Trata-se da história de um menino, que após haver sido enjeitado pelos pais, foi entregue a um apresentador de espetáculos públicos e passou a viver as mais difíceis situações para sobrevivência. Levavam com eles três cachorros e um macaquinho com que divertiam os assistentes. O titulo do livro é Sem Família, cujo autor Heitor Henrique Malot, foi premiado pela Academia Francesa, 1878. Estou agora relendo-o e descobrindo passagens que já permaneciam esquecidas, mas não de todo, pois relatos deste jaez sempre ficam.

Quantas crianças andam por aí abandonadas pelas ruas, se perdendo no consumo das drogas, sem perspectivas favoráveis de uma vida digna, em total abandono ! Todavia, temos visto algumas pessoas altruístas que também surgindo da pobreza, como é o caso daquela gari da Restinga, que está abrigando inúmeras crianças e ainda continua a construir mais acomodações para proporcionar estudo aos carentes necessitados.

Nesta data desejo transcrever meus versos Mensagem ao poeta, que escrevi no ano de 1981 e publiquei no livro Poesias Esparsas Reunidas, antes, porém, no O Timoneiro de 20.11.81, que assim dizem:

Vai em frente, segue a estrada
sem muito esperar da glória,
vida simples, devotada…
Se alguém ouvir tua estória
nostálgica e merencória,
canta sempre, até por nada !…

Faze como o passarinho
que saúda a natureza,
enquanto busca um raminho,
com afã e singeleza,
pra construir o seu ninho:
- maior prova de beleza !

Sejam teus versos cantigas
que a gente escuta na rua,
pobres canções, mas amigas
como as estrelas e a lua;
pois a terra será tua
longe de dor e fadigas…

Não temas crítica austera
e nem te afastes do tema,
sempre alcança quem espera;
prosseguir seja teu lema
e verás a primavera
coroar-te com seu diadema !

Esta é uma simples homenagem que dedico às crianças com o poema e à primavera que estamos vivendo.

Outrossim, desejo registrar que li com muito proveito o livro cheio de dinamismo, altruísmo e humanismo, da consagrada preletora da Seicho-No-Ie, Norma Maria Varani, cujo título Uma Vida Dedicada a Servir, já por si diz tudo o que contém de trabalho à uma causa nobre, quais sejam à APAE, ao Asilo Padre Cacique, e outras atividades filantrópicas ao bem-estar da coletividade.

Por fim, com nostalgia dos meus jovens tempos, quero transcrever este soneto antológico de Júlio Salusse, poeta romântico do Rio: “VISÃO

– Vi passar num corcel a toda brida,
Nuvens de poeira erguendo pela estrada,
Um gigante, impassível como o nada,
Indiferente a tudo – à morte e à vida !

Tinha nos braços, como adormecida,
Deusa de olhos azuis, Quimera ou Fada:
Seria, acaso, uma ilusão dourada,
Ou, porventura, uma ilusão perdida?

Assombrado, gritei para o Gigante:
- Quem és tu? Essa deusa é tua amante?
E o cavaleiro – o Tempo – respondeu:

- Eu sou tudo e sou nada nos espaços
E a Quimera, que levo nos meus braços,
É a tua mocidade, que morreu...” –
Rio 27-9-926 ( De “O Cruzeiro”) – Revista.

Lendo-o, atualmente, deixo um recado à juventude, que aproveitem esta quadra da vida para sua formação intelectual e ética a fim de realizarem as obras necessárias ao desenvolvimento deste imenso País, com mais paz e justiça social. Até mais e obrigado pela atenção...

Fonte:
Texto enviado pelo autor
Imagem = por Carla Neli Neto

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