sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Contos e Lendas do Paraná - 13 (Curitiba: assombrações)


A LOIRA FANTASMA

Prestem atenção na história que vou contar...
Pois, este conto é de arrepiar!
É uma lenda famosa dos anos setenta...
E que até hoje faz sucesso e arrebenta!

Lurdes era uma loira muito bonita,
Que morava na cidade de Curitiba!
Certa noite, ao sair muito tarde...
Ela resolveu pegar um táxi sem alarde...

Mas, o taxista era um psicopata tarado,
Que estava muito perturbado!
Então, ele levou a loira para o matagal...
Estuprou e matou a pobre com todo o seu mal!

Mas, o que ele não sabia...
É que a loira pertencia...
A uma seita de magia!

Por isto, o espírito da loira ainda rondava...
A cidade como uma escrava!
Um mês se passou e o mesmo taxista...
Ainda trabalhava na estrada e na pista!

Ele estava trabalhando numa noite de chuva e de frio,
Que a todos causa um tremendo arrepio!
Então, uma mulher com capa preta e escura...
Pediu para que o táxi parasse de uma forma dura!

O táxi parou e a mulher entrou no carro com o rosto coberto...
No meio daquele caminho deserto...
Pedindo para o motorista seguir em direção ao Cemitério Municipal...
Com uma voz misteriosa e nada normal!

Chegando na rua nebulosa do cemitério...
A mulher disse ao motorista com todo o mistério:
“– Pode me deixar aqui, minha morada é um túmulo decente...
Mas, você gostaria que fosse diferente... “

O motorista então, falou:
“– Não estou entendendo nada...
Pare de brincadeira , pois já é madrugada!”
Então, a moça tirou o seu escuro véu,

Que mostrou o seu rosto de um jeito cruel!
A loira assim, falou:
“– Sou a mulher que você matou com loucura,
Que, agora, deseja colocar seu corpo numa sepultura! “

O motorista reconhecendo o fantasma...
Teve um ataque de asma...
E morreu asfixiado...
No seu carro, todo congelado!

Mas, o fantasma da loira continuou assustando vários taxistas...
Porém, sua alma nunca deixou rastros e nem pistas.
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O FANTASMA DA GRÁVIDA DA PRAÇA DA UCRÂNIA

Por favor, não se surpreenda...
Contarei mais uma lenda:
Em Curitiba, toda a sexta-feira...
Havia uma tradicional feira,

Na praça da Ucrânia...
Toda espontânea!
Mas, num inverno de gelar...
Bem numa noite sem luar...

Uma grávida passeava com o seu marido,
Fiel, amado e querido,
Pela feira da Praça da Ucrânia...
Numa sexta-feira espontânea!

Então, esta grávida bela...
Numa barraquinha cor de canela...
Pediu um sanduíche com mortadela!

Enquanto ela esperava o lanche ansiosamente...
Aconteceu algo que embaralhou a mente...
Das pessoas no local:
Um motoqueiro mau...

Desceu da moto e começou a disparar...
Tiros, bravamente, pelo ar!
Mas, ao ver o marido da grávida,
Que já estava toda pálida...

Este motoqueiro tentou acertar vários tiros sem paz...
Naquele pobre, assustado e indefeso rapaz!
Mas, alguns tiros atingiram a gestante...
De um jeito nada elegante!

Então, levaram a grávida para o hospital...
Porém, aconteceu algo mau:
A grávida faleceu...
No meio do breu!

Então, a partir daquele dia...
Começou a ocorrer algo com toda a agonia:
Toda a sexta-feira espontânea...
Bem na praça da Ucrânia...
Uma grávida...
Misteriosa e pálida...
Começou a aparecer de um jeito ruim,
Pedindo para alguém, bem assim:

– Sou uma gestante...
Faminta e nada brilhante!
Porque numa noite nada singela...
Eu tive uma morte nada bela...

E nem tive o meu último pedido...
Socorrido e atendido,
Que era comer um sanduíche de mortadela...
Numa barraca cor de canela!

Mas, como eu sei que você não é ruim:
Você poderia pagar um sanduíche para mim?
Dizem que toda a sexta-feira, de um jeito dolorido...
Ela aparece na Praça da Ucrânia e faz este mesmo pedido.

Fonte:
Renato Augusto Carneiro Jr (coordenador). Lendas e Contos Populares do Paraná.
Curitiba : Secretaria de Estado da Cultura , 2005.

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