segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Gislaine Canales (Glosas Diversas) LXVIII


 AMARGA PROFECIA

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MOTE
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Profetizaste, é verdade,
que o nosso amor findaria
mas  esqueceste a saudade
nessa amarga profecia.
Alonso Rocha
Belém/PA, 1926 – 2011

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GLOSA
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Profetizaste, é verdade,
numa certeza que grita,
o fim da felicidade
de nossa história bonita!
 
Previste com muito afã,
que o nosso amor findaria.
Não restaria amanhã,
nem sombra dessa alegria!
 
Falaste com suavidade:
do fim – da separação,
mas esqueceste a saudade
que machuca o coração!
 
Depois do adeus, que é tão triste,
sobrará só nostalgia...
que, na verdade, omitiste
nessa amarga profecia.
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EU QUISERA...
 
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MOTE
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Eu quisera ser feliz,
ser feliz como ninguém,
como ninguém, sempre eu quis,
ser feliz com outro alguém!
Dalvina Fagundes Ebling
Cruz Alta/RS, 2020+

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GLOSA
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Eu quisera ser feliz,
nesse mundo sofredor
e ser eterna aprendiz
na  faculdade do amor!
 
Viver somente alegrias,
ser feliz como ninguém,
e nessas minhas poesias
levar esse amor, além!
 
Quisera um novo matiz
pra minha realidade,
como ninguém, sempre eu quis,
achar a felicidade!
 
Sempre estarás  junto a mim,
pois o meu sonho contém
o desejo de, em meu fim,
ser feliz com outro alguém!
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CHORO AMORES...
 
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MOTE
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Choro meus sonhos perdidos
e os meus desejos frustrados,
pelos anos mal vividos
entre amores fracassados!
Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

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GLOSA
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Choro meus sonhos perdidos
porque os sonhos que sonhei,
sempre em nadas, convertidos,
foi o tudo que ganhei!
 
Meu pranto se faz mais triste,
e os meus desejos frustrados,
me mostram que não existe
nenhum sonho em meus guardados!
 
Meus cantos, viram gemidos
em dorida nostalgia,
pelos anos mal vividos
que entristecem o meu dia!
 
Eu vivo sem emoção.
Tenho os olhos já cansados.
Soluça o meu coração
entre amores fracassados!
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VELHICE... AO VENTO...
 
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MOTE
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Nas curvas do desalento
quando a paixão me convida
eu largo a velhice ao vento
e bebo o sopro da vida!
Eduardo Toledo
Pouso Alegre/MG

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GLOSA
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Nas curvas do desalento
eu procuro desviar
para ver,  se assim aguento
o tempo triste a passar!
 
Mas fico atento e feliz
quando a paixão me convida
a fazer tudo que eu quis,
numa emoção comovida.
 
Sentindo esse doce alento,
me apegando de verdade,
eu largo a velhice ao vento
e vivo a felicidade!
 
Vivo, agora, o meu depois,
junto à quimera esquecida,
no cálice de nós dois,
e bebo o sopro da vida!
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RI, PALHAÇO...
 
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MOTE
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Ri, palhaço, que o teu riso
vai, à dor, dar acolhida,
transformando em paraíso
teu picadeiro da vida.
Giselda Medeiros
Fortaleza/CE

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GLOSA
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Ri, palhaço, que o teu riso
tem sempre um eco profundo
quando te ouço, idealizo
um sorriso para o mundo!
 
O teu riso, diferente,
vai, à  dor, dar acolhida,
diminuindo a dor da gente,
curando qualquer ferida!
 
Em teu gargalhar, diviso,
tudo o que de bom existe,
transformando em paraíso
este nosso mundo triste!
 
Faze, então, doce palhaço
dessa alegria nascida,
sobreviver, sem fracasso,
teu picadeiro da vida.

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CUMPLICIDADE
 
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MOTE
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É quando a noite se aquieta
que eu sinto a cumplicidade,
do amor que me faz poeta,
com a dor que me faz saudade!
João Paulo Ouverney
Pindamonhangaba/SP

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GLOSA
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É quando a noite se aquieta
na languidez das estrelas
que a minha visão de esteta
me deixa feliz, por vê-las!
 
É sempre em noite silente,
que eu sinto a cumplicidade,
pareço um adolescente,
sonhando em profundidade!
 
Encontro na estrada reta,
os pedacinhos de sonhos,
do amor que me faz poeta,
que faz meus dias risonhos!
 
Me identifico também,
com a dor e a ansiedade
e sofro, como ninguém,
com a dor que me faz saudade!

Fonte> Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XI. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Setembro de 2003.

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