sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Daniel Maurício (Poemininos) – 3

Ao
Precipitar-se
Sobre
A teia,
A senhora
Neblina
Arrebentou
Seu
Colar
De pérolas.
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Cansado
De ser folha,
Foi asa...
Voou com o vento
Descortinando
Novas paisagens.
Exausta,
Rodopiou mansinho
Sonhando
Que o redemoinho
Era uma antiga
Canção de ninar.
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Domingo...
Na sombra
Improvisada
Os patos
Batem papo
Esperando
O sol
A se banhar.
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Encantamento...
Ao toque
Do amor,
A alma
Dança
Leve
De
Contente.
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Entre
Os cachos
Da
Bougainville*
Reservo
Meus beijos
No teu olhar.
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Formosura..
A espera
Do noivo,
Com véu
E grinalda
A árvore
Se olha
No espelho
Do rio.
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Guiando estrelas,
O pequeno draco
Esqueceu
De voltar
Pra casa.
Ficou
Eternamente
Na constelação
Do coração
Da sua amada.
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Não importa
A cor das asas
O importante
É querer voar.
Sem bagagens
Sem
Preconceitos,
Porque o sonho
Logo ali
Pode estar.
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Na tarde
De inverno
Ao arar
O céu
O sol
Deixou
Pra trás
Pequenas
Flocos
De algodão.
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Ponteando
Sonhos
Com os fios
Do destino,
A aranha
Ágil
Desenha
A sua
Própria
Mandala.
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Pureza...
A alma
De tão pura,
Não cabia
Dentro do espelho
Mas, o "eu posso"
De todos os dias,
Faz
O pequeno
Estufar
O peito.
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Um céu
De flores
Encanta
A borboleta
Que
Ao perceber
Meus olhos
Enamorados,
Esquece
De voar.
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Um navegador, escritor e matemático francês no século 18 percorria mares e continentes à procura de riquezas para o seu reino. Ouro, prata, pedras preciosas, alimentos e plantas eram o alvo de sua pesquisa. Junto com ele, viajava uma comitiva que o apoiava em tudo. Como membro desse grupo, estava um grande botânico que tinha o dom especial de encontrar plantas que seriam sucesso na Europa e em outros locais do mundo afora.

E assim foi que por volta de 1767, esses navegadores chegaram ao Brasil motivados pela rota de novidades da época. O sensível botânico logo descobriu, em pleno Rio de Janeiro, uma linda planta com flores de cor forte, que duravam muito tempo. Quase de imediato, ele mostrou a planta para o amigo matemático que ficou simplesmente encantado pelo vigor daquele vegetal. O nome desse navegador era Louis Antoine de Bougainville e em sua homenagem, o botânico batizou a planta. (Trapp. Clube da Jardinagem)

Fonte: Daniel Maurício. Poemininos. Curitiba/PR: Ed. do Autor, 2021. Enviado pelo poeta.

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