terça-feira, 8 de setembro de 2009

José Paulo Paes (Poesias para Crianças)



RARIDADE

A arara
é uma ave rara
pois o homem não pára
de ir ao mato caçá-la
para a pôr na sala
em cima de um poleiro
onde ela fica o dia inteiro
fazendo escarcéu
porque já não pode
voar pelo céu.

E se o homem não pára
de caçar arara,
hoje uma ave rara,
ou a arara some
ou então muda seu nome
para arrara.

De Olha o Bicho (1989)
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GATO DA CHINA

Era uma vez
Um gato chinês

Que morava em Xangai
Sem mãe e sem pai

Que sorria amarelo
Para o Rio Amarelo

Com seus olhos puxados
Um pra cada lado

Era um gato mais preto
Que tinta nanquim

De bigodes compridos
Feito um mandarim

Que quando espirrava
Só fazia “chin!”

Era um gato esquisito
Comia com palitos

E quando tinha fome
Miava “ming-au!”

Mas lambia o mingau
Com sua língua de pau

Não era um bicho mau
Esse gato chinês

Era até legal
Quer que eu conte outra vez?

Do CD Brincando com Palavras (2005)
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S

O sapo saltou na sopa
de um sujeito que, sem mais papo,
deu-lhe um sopapo e gritou: — Opa!
Não tomo sopa de sapo!

De Uma Letra Puxa a Outra (1992)
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VALSINHA

É tão fácil
dançar
uma valsa,
rapaz.

Pezinho
pra frente,
pezinho
pra trás.

Pra dançar
uma valsa
é preciso
só dois.

O sol
com a lua.
Feijão
com arroz.
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CORREÇÃO

Como dizia
aquele bem-te-vi que ficou míope:
“bem te via... bem te via...”

De É Isso Ali (1984)
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