sábado, 19 de setembro de 2009

Sílvia Araújo Motta (Trovas: Sou Guerreira)


Se não sou mulher rendeira,
sou eleita mulher forte,
sempre chamada guerreira
que luta para ter sorte.

Desde os seis anos, menina,
Belovalense, mineira,
nos desafios da sina,
venço na linha primeira.

Não tenho medo de nada,
nem à noite, nem de dia,
trago uma garra danada,
busco o brinde da alegria.

Santa Guerreira não fui,
pois conheço meu pecado,
meu pensamento polui,
só quando fico ao teu lado.

Fico a pensar em querer
teu amasso, beijo, abraço...
porém não deves saber
deste segredo que faço.

Eu sou guerreira do amor
quando me rendo aos teus laços,
venço a batalha da dor,
com o remédio dos teus braços.

Sou guerreira da alegria
que apresenta seus encantos...
nas notas da sinfonia
já não desafinam prantos.

Sou guerreira, sou Rainha
do meu lar que tanto amo,
sou mãe e tia Silvinha;
do passado não reclamo.

Sou guerreira, sou escrava
do achego do meu bem,
mulher ciumenta, brava
que defende o amor também.

Sou guerreira e sou amante
que sabe bem o que quer...
Valorizo cada instante
com carinhos de mulher.

Sou guerreira, mas minha arma
é carregada de amor,
minha luta não alarma:
-Encontro Paz no Senhor.

Sou guerreira, sou amada
por tanta gente real,
até recebi cantada
na mensagem virtual.

Sou guerreira, rumo o Norte,
faça o vento que quiser,
terei sempre o pulso forte
quando o meu amor vier.

Sou guerreira mãe de três
rapazes, prontos à vida...
Entrego-os ao Deus que os fez
junto à porta de saída.

Sou uma guerreira estudante
vou aos livros todos dia,
só não quero ser “pedante”
pois Sócrates é meu guia.

Sou guerreira que conduz
a espada de Cristo-Rei,
pela Fé, acendo a luz
e não esqueço o que sei.

Sou guerreira contra o mal,
sei acalmar sofrimento,
vou à luta contra o tal
do preconceito, em lamento.

Sou guerreira consciente
para vencer meu defeito,
procuro ser paciente:
-“O ser humano é imperfeito.”

Sou guerreira de verdade,
quando estou a navegar
enfrento a dificuldade
na calmaria do mar.

Sou uma guerreira felina
se precisar da defesa
pra tentar mudar a sina
tenho garras, com certeza.

Sou guerreira da vontade
para atingir o ideal,
não desisto, na verdade,
torno meu sonho real.

Sou guerreira, sem tombar,
diante das tribulações,
procuro Deus...sei orar,
evito lamentações.

Sou guerreira, e se cair,
eu tentarei levantar...
Se acaso, não conseguir,
minha alma? Sei entregar.

Sou guerreira, por opção,
quero vencer pelo amor,
os braços, não cruzo, não,
por isso, não ligo à dor.

Eu tenho a Alma guerreira!
Os céus me abrem caminho,
“quem busca a glória altaneira
quer chegar ao fim da linha.”

Sou uma guerreira valente,
Carrego amor e leladade,
a espada com sangue quente
esfria qualquer maldade.

Sou guerreira, com razão
é o amor que me conduz,
perdôo qualquer decepção
porque Cristo dá-me luz.

Sou guerreira e tenho um sonho:
-Quero lutar até o fundo...
pela Paz, eu me proponho;
sou uma POETA del MUNDO.

Sou guerreira e com ternura
com o sabre da Fé que rege
na barreira da bravura
tenho o “poder” que elege.

Sou guerreira na área urbana,
sentinela audaciosa,
contra a cobiça que emana
a vida dispendiosa.

Sou guerreira, com coragem,
útil à sobrevivência,
já recebi a homenagem
pela minha experiência.

Sou guerreira inteligente
protetora da cultura,
das Artes, em toda mente,
que muita doença cura.

Sou guerreira da Esperança
na lição da natureza,
que floresce na lembrança,
da semente, com certeza.

Sou guerreira, sou vulcão,
que explode chamas de amor,
brilhante, na erupção,
ao magma, dou meu sabor.

Da mágoa, fui prisioneira,
mas quis minha liberdade,
por isso, hoje, sou guerreira,
por perdão e dignidade.

Sou guerreira da justiça,
tenho ferro em minha mão,
na balança da injustiça
ponho o prato do perdão.

Sou guerreira permanente,
contra a fome mundial,
violência inconsequente
torna a dor universal.

Sou guerreira da Paixão
que encanta qualquer amante,
luto contra a solidão,
mas pelo amor triunfante.

Sou mulher, forte guerreira
que não tem medo de nada,
Belovalense, mineira,
sinto-me perfeitamente, amada,

Sou guerreira e pelo amor
luto em qualquer estação,
no outono ou inverno da dor,
na primavera ou verão.

Sou guerreira e dou a volta
por cima ou passo por baixo...
só não aceito a revolta,
do rebelde contra-baixo.

Reconheço ser guerreira,
“osso duro de roer”
sei que não sou feiticeira,
“Só faço o que dá prazer.”

Sou guerreira diferente,
sei lutar e persistir,
sou madeira, sou valente,
sem depressão, sei reagir.

Sou guerreira e quem diria:
-Quero ser frágil em teus braços,
ser feliz da noite ao dia
e ter teus beijos e amassos.

Sou guerreira que acredita
até o fim de uma jornada...
Tenho a esperança bendita
que põe Fé, na caminhada.
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