terça-feira, 29 de setembro de 2009

Valsema Rodrigues da Costa (Caldeirão Capixaba)



LEVITANDO

Quando te fito levito
E minha alma corre atrás de ti.

Quando te fito não demoro
Te devoro num olhar
Na trilha, na lida
Na vida, neste amar
De medos ou dúvidas
Pois há tantas maravilhas
Vindas de ti!!!

Eis o amor
Arrastando multidão
Voando pelos ares
Penetrando em segredo
Decolando nas camas
Desafiando desenganos
Levantando os lençóis
Ao esparramar
Esse poço de brilhantes e de
Transparentes traições
No olhar aguçado de sonhos
Zombando das diferenças
Alcançando a juventude
No rastro da paixão...
O amar acalenta
Uma alma
Levitando por ti!
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MAR

Porque essa imensidão azul
deságua dentro de mim
invadindo o continente
da costa capixaba,
afogando a solidão
na alma da gente...

Porque é tão presente
essa fúria azul
que vai e vem...
Em marés altas,
em marés baixas
vem...acordando as manhãs
e acendendo o sol...
Vai...adormecendo as noites de luar
e prateando pensamentos...

Essa montanha azul e ondulante
segue torneando destinos e caminhos
azulando sonhos no azul do ser
cristalizando o amor no som cristal
da concha do infinito...

Esse mar azul é como um grito
contornando a Praia da Costa
linda por natureza,
essa beleza deslumbrante
que não se acaba.

Na eternidade e plenitude da vida...
Na verdade esse mar é tudo:
é a oração da natureza
na exaltação do Universo.
É a presença de Deus
na grandeza dos meus versos.
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MAR DE OLHAR

Deixa-me navegar
no mar de olhar
do teu olhar
e mergulhar
no oceano do teu corpo manso
e me banhar nas tuas águas mornas...
Deixa-me sonhar
ao lado da tua estrela
e ser personagem constante
em tua história.

Deixa-me ser a brisa do desejo
ser ondas em teu caminho
ser flor em teu jardim...
Deixa-me ser cadência de amor
na liberdade livre e solta
tal qual gaivota...

Deixa-me ser tua rota, teu destino,
ser o beijo que te beija.
Ser a mão que te conversa
ser o abraço que te abraça...

Deixa-me aportar em tua emoção
e ancorar-me em tua ternura...
Deixa-me ser elo
entre o outono e a primavera.

Deixa-me ser como a vela
que acena no cais
pois não sei se cheguei
muito cedo
ou se foste tu que vieste tarde demais.
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DE REPENTE

De repente, fez-se tudo mais bonito.
Ouço cigarras, sons, ritos
tudo em forma de canção.

De repente o céu é mais azul,
do meu pranto fez-se o riso,
da tortura fez-se o encanto,
do teu olhar fez-se a luz,
da tua voz o acalanto,
dos teus braços fez-se o abrigo.

De repente, aquele amigo,
fez-se muito mais amante,
a vida coloriu-se, num instante.
De repente, se não me engano,
nem sei bem porque
te amo demais,
te amo!!
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CANÇÃO DA AMIZADE

Faço versos
como quem canta.
Com vibração e sonoridade
ternura e serenidade...

Meus versos
são como o correr dos rios
claros, livres, desenvoltos
e acima de tudo
verdadeiros... (como eu)

Cantam o amor e a amizade,
a solidão e a fraternidade.
Cantam a paz necessária
ao mundo ineiro.

Meus versos
são como flores:
-coloridos, delicados,
ternos e transbordantes
de emoção.

Estes foram feitos
para você,
pois quero tê-lo assim
por perto,
como as estrelas,
iluminando o meu coração.
Não quero mais
sentir esta saudade
intensa
que até me fez
abortar a dor
e a tristeza da separação.
Faz escuro,
mas quero estar
a cantar os versos
com você.
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SER MESTRE

Deixe-me, Senhor,
ser guia, ser fé,
orientação e amor.

Deixe-me, Senhor,
direcionar caminhos,
transmitir carinhos,
informar o saber.

Faça-me, Senhor,
unir os fonemas à emoção,
liberdade ao coração
e na canção da alegria
deixe-me ser como a vela,
que consome a própria energia
para conduzir à luz, à verdade,
à democracia.

Deixe-me, Senhor,
com dignidade,
ser Mestre sempre
até o fim dos meus dias.
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INSTANTES FELIZES

Abrir a janela
ouvindo o bem-te-vi cantar
Sentir a brisa suave no rosto,
olhar gaivotas
riscando o azul do céu
e beirando o mar.
Andar pela praia
descalça, pés molhados.

Olhar a lua no acalanto da noite,
sentir o cheiro da flor
e recordar o amor
naquele café da manhã...
Ser plena de mim,
ser infinita me perdendo em você.

Rever rostos amigos
corados, alegres, saudáveis,
ouvir música,
cantar, dançar,
fazer seresta
ler um bom livro,
divulgar literatura,
orientar a criançada,
aconchegar as filhas,
num abraço eterno!...

Viajar...
vestir-me de luz
e escrever poemas.
Cultivar boas amizades.
Receber cartas, telefonar.
Ouvir você, sentir saudades,
e, com certeza, AMAR!
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PRAIA DA COSTA - VILA VELHA

Porque essa imensidão azul
Deságua dentro de mim
invadindo o continente
Da costa capixaba,
Afogando a solidão
Na alma da gente...
Porque é tão presente
Essa fúria azul
Que vai e vem...
Em marés altas,
Em marés baixas
Vem... acordando as manhãs
E acendendo o sol...
Vai...adormecendo as noites de luar
E prateando pensamentos...
Essa montanha azul e ondulante
Segue torneando destinos e caminhos
Azulando sonhos no azul do ser
Cristalizando o amor no som cristal
Da concha do infinito...
Esse mar azul é como um grito
Contornando a Praia da Costa
Linda por natureza,
Essa beleza deslumbrante
Que não se acaba
Na eternidade e plenitude da vida...
Na verdade esse mar é tudo:
É a oração da natureza
Na exaltação do Universo.
É a presença de Deus
Na grandeza dos meus versos.
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É O AMOR

É o amor
um sacrário sagrado,
sacramentado sentimento
abençoando e renovando
assim...

É o amor
que acende o sol das manhãs
e clareia a esperança
do anoitecer.

É o amor
que floreia o viver
e colore o dia-a-dia,
de cores refazendo
o arco-iris em mim.

É o amor
que faz brotar a flor,
nascer o sol
refazendo a emoção
do coração

É o amor
que tece a trama divina
e faz viver cada segundo
como nunca mais

É o amor
que explode,
invade. Pronto. Fim.
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QUEM?

Quem acalmará
a ebulição do corpo, o tremor,
o arrepio, a magia?

Quem passará
pelo corpo as mãos sedentas,
boca desejosa,
assanhando as tardes
e aquecendo o café das manhãs?

Quem sossegará
noites enluaradas,
espalhando mágica e suores
pelos trigais dos cabelos?

Quem atenderá aos apelos
da pele, da alma e dos sonhos,
encarando o riso feliz
prolongando a felicidade?

Quem visitará
e refará comigo
o verso, a rima,
o tema, o poema
eternizando o momento,
unificando
Adicionar imagem a cara-metade
da Poesia.

Quem?
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Fonte:
Vozes & Perfis - Antologia 2002 AFESL

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