RUÍDOS
Traduzo meu risco de ser
buscando-te no desvão do eco
da palavra espanto
plantada no olfato de gestos
deste chão que planejo
assim como a natureza
da morte revisitada
em cada ausência.
–––––––––––––––-
PORTA-RETRATOS
A vida parada num sorriso
que desafia o tempo
e que se destrói
quando alguém
troca a foto
– que já não toca.
–––––––––––––––-
XXII
O cinzeiro mede a hora
e a alma
O tapete acalma os pés
inquietos
com seu carinho sintético
A lâmpada e seu olho quente
observam a
natureza morta do homem
Só o relógio, impunemente,
enterra o tempo
entre os ponteiros
–––––––––––––––––––
1964
Então, foi decretado o escuro.
Eu, que nem iniciara
o aprendizado da luz,
fiquei sem sol.
––––––––––––––-
MACACO
Do espelho ancestral me olhas
em caretas e curiosidade
como a perguntar pelas eras
em que eras eu
Semi-ereto, teu caminho
encontra meu destino recurvo
Em guinchos saúdas a razão
em seu caminho milenar
até a voz
Teus riscos no chão inauguram
as palavras com que te celebraria
mais tarde.
––––––––––––––––––
ANIMA/IS
em penas
em pêlos
em pele
– plenos de si
cantos e escamas
cascos, carapaça e casulo
caudas
seda envoltos
vital invólucro
vôo & passo
uivos
patas irmãs das minhas mãos
em asas e nadadeiras
quebra-cabeças da natureza
misteriosa mistura
de cheiros e gritos e textura
universo inverso
de mim
––––––––––––––––––
PARA SEMPRE
Remeter ao vértice
ao pubiano vórtice incendiado
em alegóricas auroras
entranhadas na hora amortecida
Entre pêlos
..................sábios
.............................lábios
aludir segredos
diluir delírios
Sucumbir em vagas
em estridentes vagas ressoadas
como um bote
––––––––––––––––
Traduzo meu risco de ser
buscando-te no desvão do eco
da palavra espanto
plantada no olfato de gestos
deste chão que planejo
assim como a natureza
da morte revisitada
em cada ausência.
–––––––––––––––-
PORTA-RETRATOS
A vida parada num sorriso
que desafia o tempo
e que se destrói
quando alguém
troca a foto
– que já não toca.
–––––––––––––––-
XXII
O cinzeiro mede a hora
e a alma
O tapete acalma os pés
inquietos
com seu carinho sintético
A lâmpada e seu olho quente
observam a
natureza morta do homem
Só o relógio, impunemente,
enterra o tempo
entre os ponteiros
–––––––––––––––––––
1964
Então, foi decretado o escuro.
Eu, que nem iniciara
o aprendizado da luz,
fiquei sem sol.
––––––––––––––-
MACACO
Do espelho ancestral me olhas
em caretas e curiosidade
como a perguntar pelas eras
em que eras eu
Semi-ereto, teu caminho
encontra meu destino recurvo
Em guinchos saúdas a razão
em seu caminho milenar
até a voz
Teus riscos no chão inauguram
as palavras com que te celebraria
mais tarde.
––––––––––––––––––
ANIMA/IS
em penas
em pêlos
em pele
– plenos de si
cantos e escamas
cascos, carapaça e casulo
caudas
seda envoltos
vital invólucro
vôo & passo
uivos
patas irmãs das minhas mãos
em asas e nadadeiras
quebra-cabeças da natureza
misteriosa mistura
de cheiros e gritos e textura
universo inverso
de mim
––––––––––––––––––
PARA SEMPRE
Remeter ao vértice
ao pubiano vórtice incendiado
em alegóricas auroras
entranhadas na hora amortecida
Entre pêlos
..................sábios
.............................lábios
aludir segredos
diluir delírios
Sucumbir em vagas
em estridentes vagas ressoadas
como um bote
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