domingo, 22 de novembro de 2009

Distrito de Leiria (Portugal)



Hoje estamos iniciando uma série de folclore dos distritos de Portugal. Iniciamos com o distrito de Leiria, e para que o leitor possa tomar conhecimento sobre ele, coloco alguns dados sobre a história deste distrito.

A região onde se situa Leiria já é habitada há longos tempos, apesar de sua história precoce ser bastante obscura. Os Turduli, um povo indígena da Ibéria, estabeleceu um povoado junto à cidade actual de Leiria (a cerca de 7 km). Essa povoação foi depois ocupada pelos Romanos, que a expandiram sob o nome de Collippo. As pedras da cidade anciã romana foram usadas na Idade Média para construir parte de Leiria.

Pouco é conhecido sobre a área nos tempos dos Visigodos, mas durante o período de domínio árabe, Leiria era já uma vila com praça. A Leiria moura foi capturada em 1135 pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, durante a chamada Reconquista. Essa localidade foi brevemente retomada pelos mouros em 1137, e mais tarde em 1140. Em 1142, Afonso Henriques reconquistou Leiria, sendo desse ano o primeiro foral (legislação elaborada por um rei com o intuito de regulamentar a administração de terras conquistadas e que dispunha ainda sobre a cobrança de tributos e quaisquer outros privilégios), atribuído para estimular a colonização da área.

Os dois reis esforçaram-se por reconstruir as muralhas e o castelo da vila, para evitar novas incursões mouras. A maioria da população vivia dentro das muralhas protetoras da cidade, mas já no século XII uma parte da população vivia na sua parte exterior. A mais antiga igreja de Leiria, a Igreja de São Pedro, construída em estilo românico no último quartel do século XII, servia a freguesia exterior às muralhas.

Durante a Idade Média, a importância da vila aumentou, e foi sede de diversas Cortes. As primeiras Cortes realizadas em Leiria foram em 1254, durante o reinado de Afonso III. No início do século XIV (1324), D. Dinis mandou erguer a torre de homenagem do castelo, como pode ser visto numa inscrição na torre. Esse rei construiu também uma residência real em Leiria (actualmente perdida), e viveu por longos períodos na cidade, que ele doou como feudo à sua esposa, a Rainha Santa Isabel. O rei também ordenou a plantação do famoso Pinhal de Leiria, próximo da costa com o Oceano Atlântico. Mais tarde, a madeira deste pinhal seria usada para construir as naus que serviram aos Descobrimentos portugueses, nos séculos XV e XVI. Durante o século XV, os judeus desenvolveram nesse conselho uma das mais notáveis comunidades, ao ponto de empreenderem uma florescente actividade industrial.

No fim do século XV, o rei D. João I construiu um palácio real dentro das muralhas do castelo. Este palácio, com elegantes galerias góticas que possibilitam vistas maravilhosas da cidade e da meio envolvente, ficou totalmente em ruínas, mas foi parcialmente reconstruído no século XX. D. João I foi também o responsável pela reconstrução da Igreja de Nossa Senhora da Pena, localizada dentro do perímetro do castelo, num estilo gótico tardio.

Por volta do fim do século XV, a cidade continuou a crescer, ocupando a área que se estende desde a colina do castelo até ao rio Lis. Em Leiria foi impresso o primeiro livro em Portugal. O rei D. Manuel I deu à localidade um novo foral em 1510, e em 1545 foi elevada à categoria de cidade, tornando-se sede de Diocese. A Sé Catedral de Leiria foi construída na segunda metade do século XVI, numa mistura dos estilos renascentista (gótico tardio) e maneirista (renascimento tardio).

Comparando com a Idade Média, a história subsequente de Leiria é de relativa decadência. No entanto, no século XX, a sua posição estratégica no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, levando a um grande desenvolvimento da cidade e da sua região.

De fato, durante vários anos, Leiria foi das poucas capitais distritais que não era a cidade mais populosa do próprio distrito, sendo suplantada pela cidade de Caldas da Rainha. Contudo, nos últimos anos a cidade tem-se desenvolvido de forma extraordinária, e é já um dos 25 principais centros urbanos de maiores dimensões do país.

Fonte:
Wikipedia

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