Antonio Manoel Abreu Sardenberg (São Fidélis/RJ)
RUMO DA VIDA
Tirei o traço na trena,
Toquei fogo na fornalha,
Saí de foco, de cena,
Rezei com fé a novena,
Dei flores pra namorada...
Afinei minha viola,
Recitei o meu poema
Confessei o meu dilema,
Pra vida eu nem dei bola.
Fugi cedo da escola
E o filme da minha vida
Projetei no meu cinema...
Arrumei as minhas tralhas,
Fiquei perdido na trilha,
Refugiei-me na ilha
Desse mundo de ilusão.
Doei pra você todinho
O meu pobre coração!
José Antonio Jacob (Juiz de Fora/MG)
ALMINHA
Desperto, pois que o sol já está lá fora,
E ainda zonzo de sono e de esperança,
Deixo pular pela janela afora
A minha inquieta alminha de criança.
Que corre alegre, rodopia e trança
Entre o florado que a manhã decora,
Depois, como uma folha, vai embora
Seguindo a brisa que na tarde avança.
Não se descuide minha alminha boa
Que vai anoitecer, (a tarde é breve!)
O sol logo declina e o tempo voa!...
E, antes que o dia, ao alto, se deforme,
Ela retorna dócil, meiga e leve,
E acomoda-se, no meu colo, e dorme...
Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior (1847 / 1898)
VISITA À CASA PATERNA
Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, olhou-me grave terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que da luz noturna à claridade
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto
jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.
Pedro Emílio (São Fidélis/RJ)
Planta um beijo em meu Jardim
meu amor, quando te fores,
que ao ver teu beijo florir
murcharão as outras flores!
Fonte:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
RUMO DA VIDA
Tirei o traço na trena,
Toquei fogo na fornalha,
Saí de foco, de cena,
Rezei com fé a novena,
Dei flores pra namorada...
Afinei minha viola,
Recitei o meu poema
Confessei o meu dilema,
Pra vida eu nem dei bola.
Fugi cedo da escola
E o filme da minha vida
Projetei no meu cinema...
Arrumei as minhas tralhas,
Fiquei perdido na trilha,
Refugiei-me na ilha
Desse mundo de ilusão.
Doei pra você todinho
O meu pobre coração!
José Antonio Jacob (Juiz de Fora/MG)
ALMINHA
Desperto, pois que o sol já está lá fora,
E ainda zonzo de sono e de esperança,
Deixo pular pela janela afora
A minha inquieta alminha de criança.
Que corre alegre, rodopia e trança
Entre o florado que a manhã decora,
Depois, como uma folha, vai embora
Seguindo a brisa que na tarde avança.
Não se descuide minha alminha boa
Que vai anoitecer, (a tarde é breve!)
O sol logo declina e o tempo voa!...
E, antes que o dia, ao alto, se deforme,
Ela retorna dócil, meiga e leve,
E acomoda-se, no meu colo, e dorme...
Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior (1847 / 1898)
VISITA À CASA PATERNA
Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, olhou-me grave terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que da luz noturna à claridade
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto
jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.
Pedro Emílio (São Fidélis/RJ)
Planta um beijo em meu Jardim
meu amor, quando te fores,
que ao ver teu beijo florir
murcharão as outras flores!
Fonte:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
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