sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ialmar Pio Schneider (O Poeta em Sonetos e Trovas I)

Soneto apaixonado

Ultimamente eu tenho andado muito triste
e também muito só... passo as noites e os dias
procurando compor amargas elegias
mesmo sabendo que você, meu bem, existe !

Amor que se retrai, amor que não insiste,
é platônico, então, isento de alegrias,
simples contemplação das almas arredias,
que mais de sofrimento e de ilusão consiste...

Por isso, minha amada, eu quero os teus carinhos,
um bem-querer, enfim, pra nós amadurece
como as flores se abrindo à beira dos caminhos...

e os nossos corações assim entrelaçados,
cantando e proferindo a mesma infinda prece
de dois seres agora assaz apaixonados...

TROVAS

Quem me dera que uma trova
que eu fizesse de improviso,
te trouxesse vida nova,
te despertasse um sorriso !

Tenta fazer do teu verso
uma lição de ternura;
então terás do Universo
a mais sublime ventura...

Tudo tem o seu começo
e um fim também há de ter,
mas das dores que conheço
a pior é não te ver...

Tu mereces muito mais
daquilo que posso dar-te,
mas um dia entenderás
que te dei toda minha arte.

Vai meu verso, segue o mar
alm da arrebentação;
em outra praia ao chegar
talvez encontres paixão...

MUSA CONSOLADORA

Foge-me a inspiração levada pelo vento
e junto vais, oh musa ardente e sedutora,
deixando-me sozinho envolto em meu tormento
e a se desesperar minh’alma sofredora !

Foste minha ilusão e meu contentamento,
a luz que prende a alma e a torna sonhadora,
e se hoje tua ausência em vão choro e lamento,
é porque te perdi, fada consoladora !

Aguardo teu retorno, encantada revinda,
pra que volte a cantar e a bendizer o amor...
Na noite mais atroz te concebo mais linda

e necessito, enfim, de teu magno esplendor
que me faça entender, talvez um pouco ainda,
o sonho genial de ser poeta e cantor...
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Fonte:
O Autor

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