terça-feira, 14 de agosto de 2012

Afonso Louzada (Fernão Dias Paes Leme)

A morte de Fernão Dias Paes Leme (Década de 40),
Raphael Gaspar Falco (1885-1967)
Óleo sobre tela

Varando as regiões desconhecidas,
entre matas e rios e montanhas,
no calor das audácias e façanhas,
buscando as pedrarias escondidas.

as “bandeiras” rasgavam as entranhas
da terra virgem; mil lutas renhidas,
desbravando paragens mal feridas,
no assombro das florestas mais estranhas.

Na braveza das serras misteriosas
atrás das esmeraldas, alma brava
que era de um povo o símbolo gigante,

as mãos crispadas apertando, ansiosas,
as suas pedras verdes, expirava
Fernão Dias Paes Leme, o bandeirante.

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Fernão Dias Paes Leme (1608-1681) nasce provavelmente na vila de São Paulo do Piratininga, descendente dos primeiros povoadores da capitania de São Vicente. A partir de 1638 desbrava os sertões dos atuais estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai. Em 1661 fixa-se nas margens do rio Tietê, perto da vila de Parnaíba, e administra uma aldeia com cerca de 5 mil índios escravizados. Em julho de 1674 parte de São Paulo à frente da bandeira das esmeraldas, da qual Fazem parte o genro Manuel da Borba Gato e os filhos Garcia Rodrigues Pais e José Dias Pais. Este último conspira contra o pai, que manda enforcá-lo como exemplo. A expedição alcança o norte de Minas Gerais, e por mais de sete anos o bandeirante explora os vales dos rios das Mortes, Paraopeba, das Velhas, Aracuaí e Jequitinhonha. Encontra turmalinas, que pela cor verde confunde com esmeraldas. Morre de malária, ao retornar a São Paulo.

Fonte:
LOUZADA, Afonso. Templo Abandonado. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945.

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