MINHA ALMA CHORA...
MOTE:
Quando a lembrança me invade
a solidão, como agora,
cresce, no peito, a saudade
e a alma soluça e chora!
(Delcy Canalles)
GLOSA:
Quando a lembrança me invade
tomando conta de mim,
eu perco a serenidade
e a tristeza não tem fim!
Quando chega, é uma agonia,
a solidão, como agora,
sinto a falta da alegria,
me angustia essa demora!
Relembro o amor e a amizade
que a nós dois um dia uniu...
Cresce, no peito, a saudade
depois que você partiu!
A minha noite é bem triste,
já não tenho mais aurora,
pois o meu eu não resiste
e a alma soluça e chora!
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Ó VELHICE!
MOTE:
Ó velhice, eu que temia
que chegasses de repente,
vivo em tua companhia,
sem notar que estás presente!
(Delcy Canalles)
GLOSA:
Ó velhice, eu que temia
que tinha medo de ti,
sem nem perder a alegria,
constatei que estás aqui!
Eu tinha um medo feroz
que chegasses, de repente,
matando tudo que em nós
nos faz bem e nos faz gente!
Parece até bruxaria,
pois chegaste, sem eu ver
vivo em tua companhia,
e é bom esse conviver!
Mas continuo a jornada
com alma de adolescente,
sigo, contigo, esta estrada
sem notar que estás presente!
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ANZÓIS DE ESPERANÇA
MOTE:
Em meus sonhos de criança,
desejei pescar a lua,
e pus anzóis de esperança
nas poças d’água da rua!
(Delcy Canalles)
GLOSA:
Em meus sonhos de criança,
nas nuvens eu caminhava...
Hoje guardo na lembrança
os sonhos, que, então, sonhava!
Nos meus sonhos, incontida
desejei pescar a lua,
porque, sem luar, a vida
fica triste, fica nua!
Dos ventos, fiz uma trança,
como linha de pescar,
e pus anzóis de esperança
quando as joguei no meu mar!
Sonhando eu faço meus versos,
relembrando a imagem tua,
eu vejo até universos
nas poças d’água da rua!
Fonte:
Gislaine Canales glosando Delcy Canalles.
In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós.
http://www.portalcen.org. Janeiro de 2004.
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