quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 321)


Uma Trova Nacional

Partiste... eu sonho... tu sonhas
e nós seguimos mentindo:
nós somos dois sem-vergonhas
que vivem se despedindo.
–ARLINDO TADEU HAGEN/MG–

Uma Trova Potiguar

Mandaram-me “ouvir estrelas”.
Comecei a contemplá-las...
Apenas consegui vê-las,
não consegui escutá-las.
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Uma Trova Premiada

2010 - Curitiba/PR
Tema: IMAGEM - Venc.

Não julgue alguém pela imagem,
pois muitos fazem de tudo
para esconder na “embalagem”
a falta de conteúdo.
–GERSON CÉSAR SOUZA/PR–

Uma Trova de Ademar

Ao partir, causaste um drama
e, em estado de demência,
finjo ter você na cama...
E nem sinto a sua ausência.
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Eu creio em Deus com profundo
sentido de lucidez,
mas no Deus que fez o mundo,
não no Deus que o mundo fez!
–ALFREDO DE CASTRO/MG–

Simplesmente Poesia

Nossas almas como rios caudalosos,
Fundem-se a desaguarem no amor.
Vão recebendo de afluentes preciosos
As delícias deste sentir acolhedor!
Ser livre é não ser escravo das culpas
do passado nem das preocupações do amanhã.
Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama.
É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo.
É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção.
Mas, acima de tudo, ser livre é ter um caso de amor
com a própria existência e desvendar seus mistérios.
–AUGUSTO CURY/SP–

Estrofe do Dia

Sabe o que ficou pra mim
de mamãe que não me esqueço,
um retrato do começo
e o retrato do fim,
ambos agradam a mim
embora os veja sem gosto,
um mostra rugas no rosto
e o outro tão diferente;
um parece o sol nascente
outro parece o sol posto.
–ZÉ DE CAZUZA/PB–

Soneto do Dia

Contradição
–MARIA NASCIMENTO/RJ–

Hoje, mais uma vez, desesperada
por ser injustamente preterida,
vejo que já nasci predestinada
a amar sem nunca ser correspondida...

Mas o que me dói mais, na despedida,
é saber que fui sempre desprezada
porque foste o anjo bom da minha vida
e eu, da tua, jamais pude ser nada.

Se me pudesse ver da eternidade,
chorando de tristeza e de saudade
pelo amor que no tempo se perdeu,

Carlos Drummond de Andrade me diria:
"E agora", como vais viver Maria
sem o José que achavas que era teu?!

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