segunda-feira, 26 de setembro de 2011

França Júnior (1838 – 1890)


França Júnior (Joaquim José da F. J.), jornalista e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de março de 1838, e faleceu em Poços de Caldas, MG, em 27 de setembro de 1890. É o patrono da Cadeira n. 12 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Urbano Duarte.

Filho de Joaquim José da França e de Mariana Inácia Vitovi Garção da França.

Cursou humanidades no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e formou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1862.

Como estudante deu os primeiros passos como autor teatral. De volta ao Rio, estreou no jornalismo no periódico de caricaturas Bazar Volante (1863-67) e como colaborador eventual do Correio Mercantil.

Após exercer a advocacia, reside por um período na Bahia, onde é nomeado secretário de governo do presidente daquela província.

Por volta de 1880 retorna ao Rio de Janeiro e aprende a desenhar com o aquarelista Benno Treidler. Entusiasmado com a descoberta da nova arte, frequenta como assistente a Academia Imperial, onde lecionava Georg Grimm. Desligando-se este da academia, acompanha o mestre que acabara de formar o Grupo Grimm para pintar ao ar livre e ao natural. Mas pouco durou esta ligação com o grupo do paisagista alemão. Concentra-se mais na sua vocação jornalística e literária.

Começou a carreira de dramaturgo em 1861 com duas "comédias de costumes acadêmicos", A república modelo e Meia hora de cinismo, sobre as relações entre um calouro e um grupo de estudantes veteranos. Revelou-se um continuador de Martins Pena. Em 1862, estreou no Ginásio Dramático (RJ) Tipos da atualidade, comédia mais conhecida como O barão de Cutia, graças à extrema popularidade do personagem do mesmo nome, um fazendeiro rico que uma viúva interesseira deseja ardentemente ter por genro. Dando à peça o título "Tipos da atualidade", o comediógrafo faz da mediocridade e do interesse as molas-mestras das relações interpessoais na sociedade fluminense de então. Utilizando-se de enredos aparentemente anedóticos, França Júnior fez de suas comédias pequenas caricaturas de aspectos variados do cotidiano e da família fluminense. Outro alvo de suas comédias é o "estrangeiro", sobretudo o "inglês", e os privilégios que obtém do governo brasileiro, como em O tipo brasileiro e Caiu o ministério, comédias representadas em 1882.

Importante como painel crítico do Rio de Janeiro no fim do século, a obra de França Júnior reforça a tradição cômica do teatro brasileiro e se caracteriza pela agilidade das falas curtas, das peças em um ato, com linguagem coloquial, jogo cênico rápido, ambigüidades e grande noção de ritmo teatral.

Além de comediógrafo, França Júnior foi promotor público e curador da Vara de Órfãos no Rio de Janeiro, secretário do Governo da Província da Bahia e, como jornalista, autor de folhetins bastante populares à época, publicados em O País, O Globo Ilustrado e Correio Mercantil (reunidos em Folhetins, em 1878, com prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira).

Foi considerado pelos historiadores o principal seguidor de Martins Pena, o que o tornou, cronologicamente, o segundo mais importante autor do teatro brasileiro. Como seu mestre, escreveu para o palco comédias de costumes e sátiras políticas de grande sucesso, algumas hoje infelizmente desaparecidas.

Obras

A República Modelo (1861)
Meia Hora de Cinismo (1862)
Tipos da Atualidade (ou O barão de Cutia) (1862)
Amor com Amor se Paga (1870)
Direito por Linhas Tortas (1870)
O Defeito da Família (1870)
O Tipo Brasileiro (1882)
Como se Fazia um Deputado (1882)
Caiu o Ministério! (1883)
Dois Proveitos em um Saco (1883)
Entrei para o Clube Jácome (1887)
Maldita Parentela (1887)
As Doutoras (1889)
Ingleses na Costa (1889)
Os Candidatos (1889)
A Lotação dos Bondes
Bendito Chapéu
O Carnaval do Rio

As peças de França Júnior foram reunidas em 1980 em O teatro de França Júnior, em dois volumes.

Fontes:
Wikipedia
Academia Brasileira de Letras
Fundação Biblioteca Nacional

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