sábado, 10 de setembro de 2011

Geimes Oliveira (Resenha sobre Livro de Estilística, de José Lemos Monteiro)


MONTEIRO, José Lemos. A Estilística: manual de análise e criação do estilo literário. 2. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2009, Cap. I, pp. 41-99.

A obra Estilística: Manual de análise e criação do estilo literário escrita por José Lemos Monteiro, Doutor em Letras e mestre em Educação, professor titular da Universidade de Fortaleza. É crucial para o nosso entendimento sobre a disciplina em questão, porque sugere métodos para a análise dos usos linguísticos e nos auxilia a identificar os mecanismos que propiciam a escolha de uma forma em vez de outras disponíveis, para melhor explorar o potencial expressivo da linguagem.

Neste primeiro capítulo, o autor introduz algumas considerações sobre a delimitação terminológica do que seja estilo que, por sua vez, faz-se bastante complexo uma vez que alguns teóricos o veem vago e genericamente e outros a querem restrito ao uso individual da linguagem para fins literários. Se bem que a maioria dos autores corroboram que o traço da individualidade é muito presente quando falamos de estilística.

Embora outros discordem que esse valor individual é raro, posto que o processo verbal já resulta de uma extensa quantidade de fatores culturais, como as influências do meio, da época, da estrutura linguística, entre outros. Isto quer dizer que a estilística voltada para o estudo da língua visa analisar as variantes normais com valor expressivo-afetivo. Porém, para alguns autores citados por Monteiro dizem que não existem línguas mais belas, mais harmoniosas que outras.

Por fim, o escritor deste livro ressalta que não há critérios científicos objetivos para definir o grau de beleza e, portanto, os julgamentos desfavoráveis constituem nada mais que uma forma de preconceito. Por isso, a definição do que seja realmente estilo vai além dos recortes terminológicos feitos sobre o assunto.

Dando continuidade a polêmica de conceituação de estilo, Monteiro discute também as diferenças feitas sobre normas e desvios. Notando que as normas tem uma área maior de incidência de dados do que os desvios, visto que a primeira são hábitos, construções ou usos da maioria da população, já os desvios são as alterações devidas ao desconhecimento, lapso de memória e cansaço mental ou algum intuito expressivo.

O autor ressalta ainda que o desvio como nem sempre é fácil identificá-lo pela relação do conceito de norma, é preciso vê os desvios tendo como referência a determinado registro linguístico ou ao ambiente sociocultural. Desse processo temos os conteúdos emotivos que visam estimular a exteriorização psíquica de escritores acerca de seus sentimentos e emoções para constituir o estilo próprio. Sendo que as formas expressivas estão associadas a uma emoção.

Por isso, Monteiro diz que a linguagem conativa é extremamente rica, às vezes de difícil decodificação, em face dos múltiplos significados que engloba, já que a Estilística volta-se a recriação da linguagem em que há as expressões utilizadas buscam sensibilizar, transmitir valores e evocações emotivas nesse processo de reconstrução, sobretudo das ambiguidades da mensagem.

No final desse capítulo, Monteiro mostra exemplos sólidos em textos literários demarcando as figuras usadas pelos escritores para a construção do estilo literário em que os desvios estilísticos foram retoricamente sempre praticados pelo uso de figuras que são simples repetição de palavras que ao posiciona-se no texto causa seu efeito expressivo dentro, é claro, dos níveis sintáticos, morfológicos, semânticos e lógicos mais enfatizados.

Fonte:
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2278861

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