sábado, 10 de setembro de 2011

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Poesia, Soneto e Trova III)


Arre!..
ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG


Aroeira, arataca, arapuca,
Araponga, ariranha, ururau,
Sol a pino queimando na nuca,
Araruta no fogo é mingau...

Arruela, artimanha, arruaça,
Assa-peixe, assai, açafrão,
Cala-boca de pobre é mordaça,
Todo amor que machuca é paixão.

Arretado, arremesso, arraial,
Arraigado, arrepio, arrastão,
Milho seco enchendo o paiol,
Peixe grande fisgado no anzol
Na panela o fubá do pirão...

Arrebate, arrebique, arrebento,
Arrebol, arredio, arremate,
Gente pobre jogada ao relento,
Erva pura, erva-doce, erva-mate!

Armadilha, armazém, armarinho,
Arquiteto, arquivista, artesão,
Coração implorando carinho,
A saudade chorando baixinho
E o juízo perdendo a razão...

Solidão
MIGUEL RUSSOWSKY


Depois que o amor passou... fez-se o vazio
e o desespero armou a sua tenda,
num leito triste abandonado e frio,
que nem a própria insônia recomenda.

Ficararam três promessas em contenda,
semi murchas e tortas , num desvio.
As ilusões gentis, em minha agenda,
entraram em completo desvario.

Sobrou a solidão que está comigo.
Sou bom anfitrião e dei-lhe abrigo,
pois prefere pessoas com idade.

A solidão é muito inteligente,
vive plantando, a sós, uma semente,
que nasce sob a forma de saudade.

TROVA

Na distância, ao teu aceno,
quanta tristeza me invade:
- O trem ficando pequeno
e, em mim, crescendo a saudade!
HERMOCLYDES SIQUEIRA FRANCO – RJ

Fonte:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg

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