quarta-feira, 12 de março de 2014

A Natureza em Versos II

Fonte: Libreria Fogola Pisa
CARLOS EDUARDO POMPEU
O Tapete da Vida


 Que a morte venha ternamente
e a vida se esvaia lentamente,
para que eu possa, em placidez,
assistir aos meus últimos momentos.

Que sejam como os das flores
e das folhas do outono,
que ao soçobrarem,
quando dos galhos se desgarrem,
flutuem bailando no ar,
até pousarem num tapete,
casual e úmido,
de flores murchas,
 folhas mortas
e húmus.

NEWTON NAZARETH
Tarde de Verão


 Ebulição infernal, asfalto ferve,
Emana um insuportável vapor,
Vindo do meio dia com sol a pino,
Irradiando seus raios de calor.

 Nas áreas urbanas os arranha-céus,
Parecem unir-se quase no espaço,
E conspirando contra o oxigênio,
Cada vez bem mais difícil e escasso.

 Pessoas andam se esbarrando e trôpegas,
Às pressas e sequiosas por um bar,
Elas parecem suplicar por socorro,
Resfolegando e ansiando o ar.

 Temperatura alta, insuportável,
Face úmida, axilas molhadas,
Gotas de suor escorrem pelas têmporas,
Paletó nas mãos, camisas encharcadas.

 Nas praias superlotadas é a antítese,
Banhistas seminus expostos ao sol,
Distantes de tudo, longes, distraídos,
Mergulhando, ou praticando o “frescobol”.

 É a tranquilidade, é um oásis.
Nos bares da orla, chope e cerveja,
Alegria contagiante com risos,
Euforia, atmosfera benfazeja.

 Surge aos poucos uma pequena aragem,
Que vai se apresentando discretamente,
Mostrando velocidade que aumenta,
Cuja intensidade cresce fortemente.

 É o afamado vento sudoeste,
Respeitado por sua ferocidade.
Mais conhecido como um destruidor,
E o grande formador de tempestade.

 Agora já se nota uma ventania,
Com intensidade avassaladora,
Que vai derrubando tudo à sua frente,
Destruindo com fúria assustadora.

Faíscas de relâmpagos rasgam céu,
É vista uma escuridão vesperal,
Os roncos das trovoadas amedrontam,
É o prenúncio de um forte vendaval.

Vários pingos espessos se precipitam,
Aumentam a cada fração de segundo,
Chove exageradamente, sem parar.
Horrível, até parece o fim do mundo.

Ruas alagadas, trânsito infernal,
Todo sistema de sinais apagado,
Soam sirenes, pedidos de socorro.
Desastre total é o caos instalado.

Todos correm a esmo sem direção,
Desconhecendo riscos e o perigo,
Tropeçando, esbarrando-se, caindo,
A procura de proteção num abrigo.

Gradativamente a chuva diminui,
Silenciosa e serena sem alarde.
Por do sol já aparece no seu ocaso,
E se vislumbra os sinais do fim de tarde.

A noite chega imponente e majestosa,
O céu está sem nuvens todo estrelado,
No fundo a lua cheia resplandecente,
Irradia seu brilho prá todo lado.

Agora com toda calma e sem transtornos,
As pessoas caminham no calçadão,
O calor aos poucos volta como antes,
De uma noite típica de verão.

A cara da cidade volta ao normal,
Toda iluminada e sempre graciosa,
Esbanjando amor e hospitalidade,
Naquela que é linda e maravilhosa.

SUZANA MARIA CRUZ PEIXOTO
Poema em Aldravipéia


 paisagens
  formosas
  encantos
  da
  natureza
  Deus

a
  terra
  nosso
  berço
  nosso
  chão

o sertanejo
  escuta
  o
  capim
  crescer

chuvisco delicioso
  frescura
  de
  capim
  molhado

buquês
  de
  ipê
  florada
  da
  beleza

flores
  no
  jardim
  harmonia
  da
  vida

gotas
  de
  orvalho
  ornamento
  das
  flores

vento
  faz
  voar
  grãos
  de
poeira


o
  vento
  uivando
  açoita
  os
  arvoredos

pássaros
  na
  tempestade
  revoada
  sem
  rumo

outono
  chega,
  folha
  cai,
  árvore
  desnuda

límpidas
  águas
  nascentes:
  lágrimas
  da
  terra
   
chuá...
  chuá...
águas murmurantes
  da
  cascata


cascata
cristalina
sua
sina
sempre
cantar

chuê...
  chuê...
  o
rio
que
  canta

cursos
  dos
  rios
  caminhos
  sem
  volta
   
praia
  beira-mar
  delicada
brisa
que
  alisa

carinhosa
  brisa
  acaricia
  chega
  de
  mansinho

ondas:
  do
  mar

borbulhas
  lambendo
  praias

poderosa natureza
inesgotável
fonte
de
beleza

Fonte:
IV Troféu Literatura da Natureza, in http://www.reinodosconcursos.com.br

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