ISABEL
Eu
vejo teu ventre crescendo, menina,
Semente
que a gente plantou.
Teu
jeito de “mãe aprendendo”, menina,
me
ensina que a vida mudou.
Eu
vejo em teus olhos de espera, menina,
a
paz de quem faz o depois,
e
a flor que trará primavera, menina,
germina
o amanhã de nós dois.
Menina,
teus sonhos também são meus sonhos,
são
teus o meu som, minha voz,
e
com paciência tu geras a essência
do
amor que se fez entre nós.
Ficar
em teu colo dormindo, menina,
é
um bem que não tem outro igual.
Teu
rosto tão lindo sorrindo, menina,
termina
de vez com o mal.
Menina,
teus sonhos também são meus sonhos,
são
teus o meu som, minha voz,
é
lindo, te juro, menina, o futuro
do
amor que se fez entre nós.
___________
QUIMICAMENTE
FALANDO
Quimicamente
falando
nós
vivemos reagindo,
somos
átomos se unindo,
compostos
se combinando.
Falando
quimicamente
somos
soluto e solvente,
comburente
e combustível.
Viver
sem ti é impossível,
quimicamente
falando.
Quimicamente
falando
nós
temos grande entalpia,
a
nossa estequiometria
está
sempre balanceando.
Falando
quimicamente
o
nosso calor latente,
mantém
essa ebulição.
Somos
dupla ligação,
quimicamente
falando.
Quimicamente
falando
Tu
és a equação direta,
o
íon que me completa,
o
amor se catalisando.
Falando
quimicamente
Esta
paixão entre a gente
jamais
será diluída
Eu
te entrego a minha vida
quimicamente
falando.
___________
DEUSA
DA NOITE
Quando
a noite se fez pela estrada
surgiste
do nada, vieste da rua.
Uma
deusa perfeita e formosa,
coberta
de rosas, vestida de lua.
Como
que compensando o sol posto,
a
luz do teu rosto brilhou no caminho,
preenchendo
o vazio do leito,
enchendo
o meu peito de paz e carinho.
Tua
boca sorriu, me tocou,
num
beijo mandou para longe a saudade,
e,
de amor, nossos corpos se uniram
e
então descobriram a felicidade.
Vendo
agora esta noite findando
fico
te observando, com medo no olhar,
de
que sejas um sonho somente,
e
que, de repente, eu precise acordar...
___________
CIDADE
AMADA
Nasci
longe daqui, porém aconteceu
que
a vida assim quisesse me ver perto de ti.
E
então, Cidade Amada, cheguei... te conheci...
e
este teu povo alegre logo me recebeu.
Provando
a erva mate que o solo ofereceu,
amando
o jeito alegre deste povo daqui,
na
beira do Iguaçu, pescando um lambari,
depressa
eu me senti igual a um filho teu.
Desejo,
minha terra, toda a felicidade,
e
que tu sigas sempre sendo a linda cidade
na
qual eu vim morar, por vontade de Deus.
E
que todos escutem o que o meu verso diz:
não
há outro lugar para ser mais feliz
do
que a cidade amada, chamada São Mateus!!!
___________
VEREI
QUE É PRIMAVERA
Verei
que é primavera se o poente
cobrir
com raios rubros nosso leito,
e
a flor do nosso amor (que era perfeito)
surgir
desabrochando lentamente.
Verei
que é primavera se meu peito
Sentir
brotar o ardor que estava ausente,
e,
então, tendo-te perto novamente,
unir
as partes do que foi desfeito.
Verei
que é primavera se chegares
e
o teu perfume em todos os lugares
vier
recompensar tão longa espera.
O
inverno da saudade irá sumindo,
deixando,
em seu lugar, o amor florindo,
e
ao ser feliz verei que é primavera...
Poesia
premiada no concurso de sonetos de Pouso Alegre/MG
___________
LEMBRANÇAS
Nas
horas em que bate uma incerteza,
em
que meus pés não pisam com firmeza,
eu
busco, pai, a força dos teus passos.
Como
se eu fosse ainda uma criança
que
tenta caminhar... treme... balança...
mas
sabe que ao cair, cai em teus braços.
Nas
horas em que eu erro (e eu erro tanto)
para
acalmar as dores do meu pranto
eu
tento recordar cada lição...
E
então, como num toque de magia,
eu
volto a ver o olhar que corrigia
e
a ouvir a voz que dava o teu perdão.
Nas
horas em que eu busco mais coragem,
ao
reencontrar, na mente, a tua imagem,
com
ela, os meus temores eu reparto.
E
eu sinto que tu segues ao meu lado
me
protegendo, como no passado,
afugentando
os monstros do meu quarto...
Pai,
eu cresci... E o teu menino agora
não
pode te chamar sempre que chora
e
nem pedir teu colo quando cai.
Porém
eu sou, no mundo das lembranças,
a
mais feliz de todas as crianças
por
ter um grande amigo, herói e pai!
Fonte: SOUZA, Gerson César. Dons
DiVersos. Cachoeirinha/RS: Texto Certo, 2012.
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