1
A vida é feita de indagações
e elas realmente existem,
por que será que tantas opiniões
nunca jamais mudam, persistem?
2
Vou devagar divagando
para não me assustar,
na vida bem a divagar
vou divagando devagar.
3
Devemos ser espertos
em tudo na vida.
Talvez um dia
cheguemos a expertos.
4
Não é situada a cita
nesta rua transversal,
a citada sempre foi sita
na avenida principal.
5
O esquilador desfia
as ovelhinhas mais leves,
o esquiador desafia
aquelas branquinhas neves.
6
Muitas vezes não sei
se estou certo,
mas certamente
certo estou
em querer saber
se mesmo estou.
7
São múltiplas parcerias
nas nossas miles de faces,
ou acaso pensarias
que és uno quando nasces?
8
Serão nuvens nas alturas
ou são avezinhas do céu,
aquelas imagens-esculturas
sem mácula ou labéu?
9
Na floresta, meu ir e vir
ouvindo o som da cascata.
Mais ver ou mais ouvir?
Gosto de sentir sua cantata.
10
Não tenho visto as ilhas
nestas névoas hibernais,
ainda existem os tais
abrigos de velhas quilhas?
11
O solilóquio das águas
é algo demais aprazível,
será que falam de mágoas
deste mundo tão terrível?
12
Despojados, sim, sejamos,
sejamos mui despojados,
se algum dia nos vamos,
por que viver tão anojados?
13
Daquelas noites sombrias
com friozinho a espantar,
voltaram, será, as invernias
nas vacarias do mar?
14
Será, onde estão indo
estas nuvens passageiras,
buscam o futuro, insistindo
como os humanos toupeiras?
15
Uma indagação do esteta:
Espelho, espelho meu,
tens visto outro mau poeta,
tão mau assim quanto eu?
Fonte:
Versos enviados pelo poeta.
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