Voam num frenético zumbido
das flores colhem sem "estresse "
e parecem terem sumido
mas, voltam na mesma flor sem GPS.
Colhem o néctar, o pólen
e para colmeia vão levar
e mais tarde vão além
em mel, cera, própolis, transformar.
Abelhas existem são doces
outras também assassinas,
vieram de longe, alguém trouxe.
Enfeitam os jardins e ensinam
com seu trabalho, polenizador e escravo,
como se beija a rosa perto do cravo.
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A BRUXA DO AMOR
Vassoura na mão
Gritando , empurrando
Fervendo na ação
Jurando , jorrando
Eterno amor...
Na encruzilhada da dor
Onde inferniza o trotar
Sem jeito, no olhar
Sincero de quem
Não sabe de onde vem
A felicidade a jorrar
Nas bruxarias, a mostrar.
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MOMENTO
Plem... plem... plem
Rasga um sino. Morre o sol no horizonte.
Uma coruja avança. O Silêncio
No agouro da noite.
O dia pouco a pouco se consome,
Vem a noite!
Com passos firmes em meio ao luto das trevas…
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PRIMAVERA
Até que em fim
Sorri o jardim
Onde dançam os sabiás
Entre as folhas e flores
Fazem ninhos cá e lá
Dando adeus ao que já era
Vivendo a alegria da primavera
E no bailado açucarado
Vão empilhando seu canto
Voando pra todo lado.
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RIO TEJO
De onde estou o mundo vejo
Brilhando lá fora pelo clarão
Luzes a iluminar o ímpar Tejo
Fechado estou, sufoca o coração
Um besouro escorrega pela
Janela entreaberta e foge
Voando, rasante atropela
A brisa que perfuma o hoje
E cruzando, caracóis de ruas
Pelo Tejo, buscando o mar
Um veleiro navega às escuras
Abrindo horizontes a sonhar
Lembranças portuguesas carrega
E ao mundo o exemplo delega
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TEATRO
Nossa vida é um teatro
Onde interpretamos nossos dias
Lindos, perfumados, criativos de fato
Felizes, sorridentes, amargos ou frias
De acordo com os acontecimentos
Onde as interpretações nos levam
A saciar ilusões contidas nos passos
Ou na construção de ideias
No desespero entre os laços
Do fazer e fugir
Do querer e fingir
Do ver e não crer
Ou não querer saber...
Do acontecer ou do fracasso , enfim:
Somos surpreendidos neste teatro
Onde nosso coração ateia fogo
E , sopramos a fumaça
Que bem perto passa...
E nos dá vida nesse jogo.
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VAZOU
A lua está cheia
E por trás das nuvens clareia
Fazendo brilhar no chão a areia
Que pouco a pouco alumeia
Meus passos, num vai e vem, sem eira
No mundo bem na beira...
E no amor que vazou da gibeira
Não entendi teu olhar, besteira,
Definitivamente dei bobeira.
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Fonte: Revista Carlos Zemek – Arte e Cultura https://revistacazemek.blogspot.com/
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