sábado, 14 de junho de 2008

Luiz Antonio Aguiar (Diário de um pai de primeira viagem)

resenha por Bruno Philippsen
A iminência da chegada do primeiro filho é algo que, indubitavelmente, modifica a vida de qualquer um. Mesmo que seja um casal maduro, que ache que está completamente preparado para isso, sempre há descobertas e temores. Agora, imagine quando isso acontece para um casal jovem e que não está esperando a chegada de mais um membro na família.

É nessas circunstâncias que Rui – um homem que já passou da adolescência, mas tem mais dúvidas do que um garoto de 15 anos – conversa com sua futura filha no livro Confidências de um pai pedindo arrego, de Luiz Antonio Aguiar. Sempre se dirigindo à filha, Rui apresenta os estranhos personagens da história: Anna, a namorada estressada de Rui; Dona Laura, sogra de Rui, muito mais rabugenta que a filha; Alfa-Ômega (ou A-O) irmão de Anna que estuda muito para prestar vestibular para medicina e Seu Coisa, sogro e criatura tenebrosa que se limita a soltar alguns grunhidos, na visão de Rui.

Anna e Rui descobrem que vão ser pais e decidem morar junto, mas as coisas ficam difíceis, pois ele trabalha por conta como escritor, fazendo roteiros para HQs e escrevendo para revistas, o que infelizmente não dá muito retorno financeiro ao casal. Então eles acabam tendo uma briga, pois os pais dela – seres absolutamente estranhos e intragáveis para Rui – decidiram começar a ajudar. É esse o enredo que é contado e ao mesmo tempo vivenciado por um pai inexperiente, mesclando a narrativa com lembranças de infância e devaneios muito engraçados sobre a paternidade, para sua filha ainda no ventre materno. No decorrer do livro, o narrador acaba aprendendo com quem ele nem imagina lições muito valiosas sobre como ser um bom pai.
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Luiz Antonio Aguiar

Luiz Antonio Aguiar nasceu em 1955, no Rio de Janeiro. Mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ, resenhista em cadernos literários, animador de oficinas de leitura e redação, trabalhou durante muito tempo como roteirista de histórias em quadrinhos. Também escreveu pocket-books e atuou na área de publicidade e marketing. Tem 70 títulos publicados e ganhou diversos prêmios com seus livros, inclusive o Jabuti, em 1994, com Confidências de um pai pedindo arrego.
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Bruno Philippsen é formado em Letras - Língua portuguesa e respectivas literaturas, pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e atualmente é monitor no Centro de Referência de Literatura e Multimeios (Mundo da Leitura) da UPF.
É fácil perceber quem são os meus grandes mentores poéticos: Baudelaire, Augusto do Anjos, Fernando Pessoa, Paulo Leminski, Mário Quintana, Manoel de Barros, entre outros... Estou buscando uma voz e um estilo próprios. (ou talvez eu já os tenha... os críticos é que analisem...)
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Fontes:
Jornadas Literárias de Passo Fundo - n. 60 - 13/06/2008
http://mundodaleitura.upf.br/boletim/60/
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/laertidas

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