Havia numa terra um mercador casado com uma formosa mulher.
Todos os dias erguia-se o mercador muito cedo da cama, ia visitar uma propriedade, voltava, ia ao quarto beijar a esposa, e dirigia-se para o seu estabelecimento.
As casas do mercador eram pegadas a um jardim, que comunicava com o paço. O príncipe ouvia falar muito da formosura da mulher do mercador e, sabendo que este ia todos os dias visitar a sua propriedade, ficando a mulher deitada, combinou com um crido desta entrar no quarto da ama, quando o mercador saísse.
Entrou o príncipe no quarto, onde dormia a formosa mulher, abriu os cortinados do leito, mas nessa ocasião veio à pressa o criado participar-lhe que o mercador vinha próximo. Então o príncipe safou-se apressadamente, deixando cair uma luva.
O mercador entrou no quarto da esposa e viu a luva no chão.
Voltou para trás e foi para o estabelecimento sem beijar a mulher. Nesse dia não lhe falou apesar da mulher lhe perguntar a razão. Soube o príncipe, por via do criado, do que se passava entre o mercador e a esposa, e desejou congraçá-Ios. Fez-se amigo do marido e foi um dia convidado por este a jantar em sua casa. Ao jantar assistiram o príncipe, o mercador e a esposa. No fim pediu o príncipe ao mercador que lhe contasse alguma história e como este se recusasse, instou com a mulher. Esta disse apenas:
Eu já fui querida, amada,
Agora sou desprezada
Sem contudo fazer nada.
Respondeu o marido:
Eu à minha vinha fui
Rastos de ladrão achei
Se comeu uvas ou não
Isso não vi nem eu sei.
Então observou o príncipe:
Eu à tua vinha fui
Parras verdes eu abri
Como príncipe aqui juro
Que das uvas não comi.
Houve depois todas as explicações entre os três, e o marido congraçou-se novamente com sua. esposa, visto estar esta completamente livre de qualquer censura ou da mais mínima culpa.
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Este conto você pode encontrar narrado por Luiz Gaspar (em português de Portugal), em seu site, indicado abaixo.
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Fonte:
PEDROSO, Consiglieri. Contos tradicionais do Algarve.
http://www.truca.pt/raposa_textos/historia_76_mulher_do_mercador.html
Todos os dias erguia-se o mercador muito cedo da cama, ia visitar uma propriedade, voltava, ia ao quarto beijar a esposa, e dirigia-se para o seu estabelecimento.
As casas do mercador eram pegadas a um jardim, que comunicava com o paço. O príncipe ouvia falar muito da formosura da mulher do mercador e, sabendo que este ia todos os dias visitar a sua propriedade, ficando a mulher deitada, combinou com um crido desta entrar no quarto da ama, quando o mercador saísse.
Entrou o príncipe no quarto, onde dormia a formosa mulher, abriu os cortinados do leito, mas nessa ocasião veio à pressa o criado participar-lhe que o mercador vinha próximo. Então o príncipe safou-se apressadamente, deixando cair uma luva.
O mercador entrou no quarto da esposa e viu a luva no chão.
Voltou para trás e foi para o estabelecimento sem beijar a mulher. Nesse dia não lhe falou apesar da mulher lhe perguntar a razão. Soube o príncipe, por via do criado, do que se passava entre o mercador e a esposa, e desejou congraçá-Ios. Fez-se amigo do marido e foi um dia convidado por este a jantar em sua casa. Ao jantar assistiram o príncipe, o mercador e a esposa. No fim pediu o príncipe ao mercador que lhe contasse alguma história e como este se recusasse, instou com a mulher. Esta disse apenas:
Eu já fui querida, amada,
Agora sou desprezada
Sem contudo fazer nada.
Respondeu o marido:
Eu à minha vinha fui
Rastos de ladrão achei
Se comeu uvas ou não
Isso não vi nem eu sei.
Então observou o príncipe:
Eu à tua vinha fui
Parras verdes eu abri
Como príncipe aqui juro
Que das uvas não comi.
Houve depois todas as explicações entre os três, e o marido congraçou-se novamente com sua. esposa, visto estar esta completamente livre de qualquer censura ou da mais mínima culpa.
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Este conto você pode encontrar narrado por Luiz Gaspar (em português de Portugal), em seu site, indicado abaixo.
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Fonte:
PEDROSO, Consiglieri. Contos tradicionais do Algarve.
http://www.truca.pt/raposa_textos/historia_76_mulher_do_mercador.html
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