quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Edgar Allan Poe (Poema: Balada Nupcial)

Aliança coloco na mão , de grinaldas a fronte ornamento;
tenho jóias, cetins, em montão. Ah! sou feliz neste momento.
Dá-me amor, afeição verdadeira, meu senhor; mas fiquei sem alento
ão ouvir-lhe a promessa primeira, pois sua voz tinha um som de lamento,
semelhante ao da voz derradeira
de alguém, morto ao lutar na trincheira, que é bem feliz neste momento.
Porém ele acalmou-me, com um lento beijo, que na fronte alva senti.
E, num sonho, nas asas do vento, para o campo dos mortos parti. Suspirei, a
pensar que ele, ali, fosse o meu morto amor, D'Elormie:
"Oh! sou feliz neste momento!"
E a palavra assim foi proferida e trocamos assim juramento.
Ah! que importa se fui fementida, se traí, se tenho a alma ferida? Este anel provará,
a quem duvida,
que sou feliz neste momento.
Tivesse eu, ó meu Deus, despertado! Porque sonho, e a sonhar me atormento,
sem que o espírito saiba, agitado se houve um erro e se, por ter errado, esse
morto, esse morto olvidado
será feliz neste momento.
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Obs: Fementida = traída

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