sábado, 2 de outubro de 2010

Luzia Aparecida Oliva dos Santos (Representações Simbólicas do Indígena Construídas pela Literatura Brasileira)


Como entender a representação do indígena na formação do sistema literário brasileiro? Quais os matizes que diferem essa representação ou a aproxima dentre os conceitos impressos pelo indianismo e pelo indigenismo literários? Tais inquietações são o ponto de partida para O percurso da indianidade na literatura brasileira: matizes da figuração, lançamento do selo Cultura Acadêmica.

Luzia Aparecida Oliva dos Santos faz então uma viagem pela literatura brasileira em busca da imagem do índio em seus diversos matizes sob diferentes convenções ideológicas e de estilo, em obras representativas dos vários movimentos culturais existentes. Reúne a análise de dezoito obras pela perspectiva da figuração, que define a presença do nativo brasileiro pela linguagem e a colore de acordo com a época e com as estratégias de cada autor. O percurso se estende da Carta de Achamento, de Pero Vaz de Caminha, até a publicação de Maíra (1976), de Darcy Ribeiro, buscando-se as afinidades com o universo natural, mítico e aculturado do indígena.

Na leitura estabelecida pelas análises dos textos, descobre-se como o homem americano foi visto frente às relações sócio-econômicas e culturais determinadas pelo encontro com o colonizador e as consequências derivadas dos conceitos contraditórios que emergiram do quadro de ocupação da terra brasileira. Vê-se como as estratégias de figuração criadas no âmbito literário colocam o nativo em interação com um elemento externo à sua cultura, seja ele o não-índio, o cristão ou o civilizado, responsável pela oposição índio versus brasileiro.
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Luzia Aparecida Oliva dos Santos
é doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de São José do Rio Preto, na área de Literaturas em Língua Portuguesa, mestre em Letras, também pela Unesp, em Teoria da Literatura e graduada em Letras pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão. É professora do Departamento de Letras, da Universidade do Estado de Mato Grosso, câmpus de Sinop.

Fonte:
Cultura Acadêmica Editora.

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