domingo, 16 de fevereiro de 2014

A Saudade em Versos Diversos IV

GERMANA FACUNDO
Saudades do que nunca viveu

Que saudades
Como pode alguém sentir saudades do que nunca houve
Como pode alguém sentir saudades do que nem viveu
É como estou hoje
Com saudades
Morrendo de saudades dos sonhos que criei
Chorando de saudades das horas que imaginei
Das histórias que sonhei
Hoje estou assim
Querendo que o tempo vá para onde eu quero
Para onde ele nunca esteve
Mas a saudade é tanta que me paralisa
É muita saudade
E nem aconteceu
E nada eu vivi
Como se pode sentir saudades de uma época que não existiu
De fantasias e de promessas que nunca se concretizaram
Por que sentir saudades de um futuro inventado
Quando há um presente imenso para se viver
Mas não se manda no coração
O coração é pretensioso e quase sempre faz o que quer
A razão até tenta dominar
Mas raramente consegue
E por causa do coração a gente faz um monte de besteira
E fica esperando, esperando
Esperando que tudo volte a ser como antigamente
Ou pior
Que tudo seja como criamos em nossos sonhos mais recorrentes.

CHARLES CHAPLIN
Se amanhã sentires saudades

Tua caminhada ainda não terminou
A realidade te acolhe
Dizendo que pela frente
O horizonte da vida necessita
De tuas palavras
E do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades
Lembra-te da fantasia
E sonha com tua próxima vitória
Vitória que todas as armas do mundo
Jamais conseguirão obter
Porque é uma vitória que surge da paz
E não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
Tempestuosas novamente
Mas haverá de ver sempre
O lado bom da chuva que cai
E não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem
Atender a quem te chama é belo
Lutar por quem te rejeita
É quase chegar a perfeição
A juventude precisa de sonhos
E se nutrir de lembranças
Assim como o leito dos rios
Precisa da água que rola
E o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
O sinônimo de nunca
Nem o ontem te seja o mesmo
Que nunca mais
Teus passos ficaram
Olhes para trás
Mas vá em frente
Pois há muitos que precisam
Que chegues para poderem seguir-te.

MÁRIO QUINTANA
Do Amoroso Esquecimento

Eu, agora - que desfecho
Já nem penso mais em ti
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Nenhum comentário: