Luís Marcus (ou Marcos) da Silva nasceu em Fortaleza, 1964. Editou “Noite Empalhada”, no Almanaque de Contos Cearenses. Teve “Ociosidade” classificado (e publicado em coletânea) em 4º. lugar no I Prêmio Literário Cidade de Fortaleza. Estampou contos em jornais. Inédito em livro.
Os contos de Luís Marcus da Silva, embora apresentem características da narrativa realista urbana, buscam o inusitado, o lado obscuro da realidade. Narrado na primeira pessoa, “Noite empalhada”, apresenta um narrador sem nome explícito, envolto em brumas, a falar para outro e, ao mesmo tempo, para si mesmo. Fala de noite, solidão, loucura e morte: “A loucura, a morte: elas sempre chegam durante a noite”. Como se delirasse: “Será que te matei ou te mataram?” Para quem conhece a cidade de Fortaleza, é fácil perceber por onde se locomove o personagem: “A 24 de Maio nos meus delírios, a saudade da outra cidade que não mais existe e uma forte atração pela morte”. Refere-se a uma rua do centro e a uma cidade que se transformou nos últimos anos numa metrópole caótica.
Em “Iniciação”, o mesmo caos interior a se misturar ao caos urbano e do planeta. No entanto, seu narrador se apresenta como um ser mitológico, e não como um personagem de carne e osso. Em vez de um conto realista ou intimista, uma parábola, uma alegoria, em que o narrador seria “o ser humano” e não “um ser humano”. Em “Pedrada” a violência urbana (o caos urbano) e também a violência humana são retratadas num enredo singular, em que meninos na rua atiram pedras uns em outros e terminam por atingir o rosto de uma mulher, “num talho entre os olhos e a boca”. O narrador (escondido em uma mercearia, testemunha ocular dos atos de desordem dos pequenos) não fala de si mesmo, voltado que está para os garotos e suas ações, como um repórter. Para ele, os atiradores de pedras se comportam como seres das cavernas: “A batalha primitiva continua no seu apogeu”.
Fonte:
MACIEL, Nilto. Contistas do Ceará: D’A Quinzena ao Caos Portátil. Fortaleza/CE: Imprece, 2008.
Os contos de Luís Marcus da Silva, embora apresentem características da narrativa realista urbana, buscam o inusitado, o lado obscuro da realidade. Narrado na primeira pessoa, “Noite empalhada”, apresenta um narrador sem nome explícito, envolto em brumas, a falar para outro e, ao mesmo tempo, para si mesmo. Fala de noite, solidão, loucura e morte: “A loucura, a morte: elas sempre chegam durante a noite”. Como se delirasse: “Será que te matei ou te mataram?” Para quem conhece a cidade de Fortaleza, é fácil perceber por onde se locomove o personagem: “A 24 de Maio nos meus delírios, a saudade da outra cidade que não mais existe e uma forte atração pela morte”. Refere-se a uma rua do centro e a uma cidade que se transformou nos últimos anos numa metrópole caótica.
Em “Iniciação”, o mesmo caos interior a se misturar ao caos urbano e do planeta. No entanto, seu narrador se apresenta como um ser mitológico, e não como um personagem de carne e osso. Em vez de um conto realista ou intimista, uma parábola, uma alegoria, em que o narrador seria “o ser humano” e não “um ser humano”. Em “Pedrada” a violência urbana (o caos urbano) e também a violência humana são retratadas num enredo singular, em que meninos na rua atiram pedras uns em outros e terminam por atingir o rosto de uma mulher, “num talho entre os olhos e a boca”. O narrador (escondido em uma mercearia, testemunha ocular dos atos de desordem dos pequenos) não fala de si mesmo, voltado que está para os garotos e suas ações, como um repórter. Para ele, os atiradores de pedras se comportam como seres das cavernas: “A batalha primitiva continua no seu apogeu”.
Fonte:
MACIEL, Nilto. Contistas do Ceará: D’A Quinzena ao Caos Portátil. Fortaleza/CE: Imprece, 2008.
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