Sim, essa é outra história de nosso querido Paulo Paixão, o homem que vive em apuros.
No tempo de Fagundes, Paulo fazia o chamado turno duplo. Após a primeira pegada ou etapa, os carros eram levados para a Ilha da Conceição, em Niterói, onde se localizava uma garagem de apoio da empresa.
Bem, diversos motoristas largavam ao mesmo tempo, e juntos se dirigiam para o bairro de Ponto Cem Reis, onde pegavam o ônibus para a garagem do bairro Laranjal, em São Gonçalo, para prestar conta da féria arrecadada.
Pois lá foi o Paulo, junto a diversos cobradores e motoristas, dentro de um ônibus da linha Apolo x Niterói. Naquela hora da manhã, só haviam leões (rodoviários) dentro do ônibus. Paulo sentou-se num dos bancos da frente. Do outro lado do salão sentou-se o motorista Márcio, conhecido popularmente como Topete.
Falador, Topete logo sacou um enorme celular, e começou a contar vantagem:
- Tá vendo esse celular aqui, Paulinho? Achei ontem! Olha aí, que pancadão! Bluetooth, WiFi, autofalante potente.... Fui ver nas Casas Bahia: um celular desses custa uma grana, mano!
Realmente o celular era, à época, de último modelo, com todas as melhores funcionalidades que a tecnologia permitia. Paulo apenas observava, em silêncio.
Pois então eis que, aproximando-se o veículo da altura do bairro de Novo México, se levanta um indivíduo que estava sentado logo no banco grande lá da frente, até então apenas ouvindo a história que estava sendo contada às suas costas. Ele olha para Topete e Paulo, saca uma arma e aponta para... Paulo.
- Você aí! Perdeu, mané! Me passa o celular de que você tá falando aí!
Paulo, pego de surpresa, ainda tentou argumentar, ao perceber que o ladrão imaginara ser ele quem falava do tal celular:
- Eu? Mas meu celular é velhinho e está com defeito...
O malandro não acreditou e apanhou o celular que Paulo apresentou.
- O dinheiro, agora me dá o dinheiro!
- Mas eu não tenho dinheiro. Eu sou motorista e trabalho com cobrador, e não fico com o dinheiro.
Enquanto todo esse diálogo transcorria, o presepeiro do Topete já havia escondido seu poderoso celular. Vendo que Paulo não tinha mais nada para perder, e satisfeito por ter ganho o celular, o malandro puxou a cigarra (campainha) e desceu no ponto do Novo México, sem roubar mais ninguém, deixando para trás alguns passageiros bastante assustados.
Quanto ao sacana do Topete, ele ria baixinho, feliz por o indivíduo ter confundido o Paulo com ele. Já o nosso querido Paulo, lendário sofredor que, de "bucha", perdera seu velho Motorola "tijolão", estava desconsolado...
Só mais um detalhe: O celular de Paulo, que o malandro levara achando tratar-se de um último modelo, além de velho, estava com defeito: o miserável só falava no viva-voz.
Pobre Paulo. E pobre ladrão.
No tempo de Fagundes, Paulo fazia o chamado turno duplo. Após a primeira pegada ou etapa, os carros eram levados para a Ilha da Conceição, em Niterói, onde se localizava uma garagem de apoio da empresa.
Bem, diversos motoristas largavam ao mesmo tempo, e juntos se dirigiam para o bairro de Ponto Cem Reis, onde pegavam o ônibus para a garagem do bairro Laranjal, em São Gonçalo, para prestar conta da féria arrecadada.
Pois lá foi o Paulo, junto a diversos cobradores e motoristas, dentro de um ônibus da linha Apolo x Niterói. Naquela hora da manhã, só haviam leões (rodoviários) dentro do ônibus. Paulo sentou-se num dos bancos da frente. Do outro lado do salão sentou-se o motorista Márcio, conhecido popularmente como Topete.
Falador, Topete logo sacou um enorme celular, e começou a contar vantagem:
- Tá vendo esse celular aqui, Paulinho? Achei ontem! Olha aí, que pancadão! Bluetooth, WiFi, autofalante potente.... Fui ver nas Casas Bahia: um celular desses custa uma grana, mano!
Realmente o celular era, à época, de último modelo, com todas as melhores funcionalidades que a tecnologia permitia. Paulo apenas observava, em silêncio.
Pois então eis que, aproximando-se o veículo da altura do bairro de Novo México, se levanta um indivíduo que estava sentado logo no banco grande lá da frente, até então apenas ouvindo a história que estava sendo contada às suas costas. Ele olha para Topete e Paulo, saca uma arma e aponta para... Paulo.
- Você aí! Perdeu, mané! Me passa o celular de que você tá falando aí!
Paulo, pego de surpresa, ainda tentou argumentar, ao perceber que o ladrão imaginara ser ele quem falava do tal celular:
- Eu? Mas meu celular é velhinho e está com defeito...
O malandro não acreditou e apanhou o celular que Paulo apresentou.
- O dinheiro, agora me dá o dinheiro!
- Mas eu não tenho dinheiro. Eu sou motorista e trabalho com cobrador, e não fico com o dinheiro.
Enquanto todo esse diálogo transcorria, o presepeiro do Topete já havia escondido seu poderoso celular. Vendo que Paulo não tinha mais nada para perder, e satisfeito por ter ganho o celular, o malandro puxou a cigarra (campainha) e desceu no ponto do Novo México, sem roubar mais ninguém, deixando para trás alguns passageiros bastante assustados.
Quanto ao sacana do Topete, ele ria baixinho, feliz por o indivíduo ter confundido o Paulo com ele. Já o nosso querido Paulo, lendário sofredor que, de "bucha", perdera seu velho Motorola "tijolão", estava desconsolado...
Só mais um detalhe: O celular de Paulo, que o malandro levara achando tratar-se de um último modelo, além de velho, estava com defeito: o miserável só falava no viva-voz.
Pobre Paulo. E pobre ladrão.
Fonte:
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes do dia-a-dia dos Rodoviários.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes do dia-a-dia dos Rodoviários.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
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