sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Silmar Böhrer (Croniquinha) – 40 –

O bosco tem estado com esse jeito dos tristes - sombrio, silencioso, quase um ausente. As folhas no chão e a umidade do inverno fazem da florestinha uma casa de deserdados. Os pássaros, as formiguinhas, beija-flores, parecem ter abandonado o recanto verde. No entanto, o pulmãozinho do bairro segue respirando. Respirando fundo!

Mas (conjunção legal, faz contrapontos) basta que surja uma manhã de sol em meio à neblina, para que logo a gente passe a ouvir trinados na galharia parecendo vozes sonantes, e a casa da quirerinha vira uma festa, mesmo em tempo de pandemia.

São nuances e contrastes que a natureza proporciona constantemente e nos mostra que somos envoltos em dualidades muitas vezes não percebidas. Das tardes cálidas janeiras, o calendário nos transporta para manhãs de inverno alcandoradas de poesia. Refrigérios para a alma !

Fonte:
Texto enviado pelo autor.

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