quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ademar Macedo (Carnaval em Versos)


T R O V A S

Aquele amor sem fronteira
no carnaval de nós dois,
morreu nesta quarta-feira
pra virar cinzas... depois!
–ADEMAR MACEDO/RN–

Nesta paixão sem igual,
de alegria verdadeira,
nossa vida é um Carnaval
sem direito à quarta-feira!
–ARLINDO TADEU HAGEN/MG–

As cinzas da quarta-feira
são prantos de Carnaval...
Quanta menina faceira
trocou o "bem" pelo "mal"...
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–

Vi cinzas, na quarta-feira
retratando a decepção
de uma folia passageira
de um carnaval de ilusão.
–MIFORI/SP–

Meio-dia...quarta feira,
com os meus passos ranzinzas,
no trabalho, que canseira...
estou coberto de cinzas...
–NILTON MANOEL/SP–

Pôs-se fim na pagodeira,
resta a cinza, em despedida,
que o vento da Quarta feira
vai levando na avenida!
–PEDRO WILSON ROCHA/CE–

P O E S I A S :

Neste carnaval, espero,
Que brinque com sensatez
E abraçar todos vocês
Na quarta, é o que mais quero
Eis meu pedido sincero
Que faço e não volto atrás
Gosto de você demais
Se for dirigir, não beba
De Deus a graça receba
Tenha um carnaval de paz!
–FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE–

Na quarta-feira de cinzas
logo bem cedo do dia,
faço de rimas e versos
toda minha fantasia;
me visto de inspiração
pra ser mais um folião
no bloco da poesia!
–ADEMAR MACEDO/RN–

S O N E T O S

Palhaço
–SERGIO SEVERO/RN–


A maquilagem, aos poucos, perde o viço
O narigão vermelho se desprega
As “Troças” inda insistem na “refrega”,
Mas os Maracatus, deram sumiço.

Num ombro um suspensório jaz, puído
no outro, já caiu, de desfiado
O frouxo pantalão, qual um vestido
velho, põe à mostra o aramado.

Já arrefece o som do tamborim,
Os lábios já perderam o seu carmim,
as pernas não suportam o mesmo passo...

Com o Carnaval morrendo na Ribeira,
junto com a chuva, desta quarta-feira,
chora, o meu tristíssimo Palhaço.

Quarta-Feira de Cinzas
–J. G. DE ARAÚJO JORGE/AC–


Toda a terra está envolta nas neblinas
e a friagem se difunde pelo espaço...
– longe se ouve, em cadência, passo a passo
o caminhar dos boêmios nas esquinas...

Pela sombra - as estrelas pequeninas
com sono, tem o olhar nevoento e baço...
No silêncio da noite ouço o compasso
do sereno a pingar das serpentinas...

Algum bando tardio passa adiante
- e deixa pela noite uma batida
de samba em agonia - estrebuchante...

Quarta-feira de cinzas já amanhece,
- mais outro carnaval em minha vida,
vida que há muito um carnaval parece!...

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