TROVAS
Amou o belo e a verdade
Sem crer no Céu nem no Inferno
Do mundo, em vez de saudade.
Sente agora alívio eterno.
Dão-se prêmios repetidos
a livros que valem nada,
de versos desenxabidos
ou prosa vazia e aguada
De amor os versos que fiz
dariam mais de um milheiro.
Toda mulher que me quis
foi por amor... ao dinheiro!
Larápios de mil padrões
há neste mundo, dispersos.
Até conheço ladrões
que roubam frases e versos...
Os asnos são divertidos,
asnos bípedes, é claro,
todos se julgam sabidos,
dotados de senso raro.
Retornado ao pó obscuro,
coração, urna de pranto,
quem saberá, no futuro,
que amaste e sofreste tanto?
Se eu respeitasse o jumento
mesmo o bravio e coiceiro,
adeus meu divertimento,
alegre humor galhofeiro…
Amou o belo e a verdade
Sem crer no Céu nem no Inferno
Do mundo, em vez de saudade.
Sente agora alívio eterno.
Dão-se prêmios repetidos
a livros que valem nada,
de versos desenxabidos
ou prosa vazia e aguada
De amor os versos que fiz
dariam mais de um milheiro.
Toda mulher que me quis
foi por amor... ao dinheiro!
Larápios de mil padrões
há neste mundo, dispersos.
Até conheço ladrões
que roubam frases e versos...
Os asnos são divertidos,
asnos bípedes, é claro,
todos se julgam sabidos,
dotados de senso raro.
Retornado ao pó obscuro,
coração, urna de pranto,
quem saberá, no futuro,
que amaste e sofreste tanto?
Se eu respeitasse o jumento
mesmo o bravio e coiceiro,
adeus meu divertimento,
alegre humor galhofeiro…
POEMAS
CREDO PANTEÍSTA
Creio em ti, Natureza, que és meu culto.
Creio, sem ritos místicos e altares.
No resplendor pleorâmico dos mares,
Onde assoma a grandeza do teu vulto.
Creio na tua força, e pasmo, e exulto,
Vendo, através de lentos avatares,
A gradação das formas singulares,
Até à maravilha do homem culto.
Creio em tuas florestas, nos teus montes,
Na poesia dos rios e das fontes,
Na beleza da terra reflorida.
Creio nas lindas noites estreladas,
No refúgio das brancas alvoradas,
Na sinfonia universal da vida.
(Caminhos sonoros/1941)
OFERENDA À POESIA
Um trono eu te erguerei, um trono, escuta bem,
De esmero original,
Como, em tempo nenhum, na terra, houve ninguém
Que tivesse outro igual
A púrpura - será do meu sangue inda vivo,
Ardente e palpitante.
O ouro - da áurea prisão do meu verso cativo,
Aos teus pés suplicante
Às estrelas irei, na asa da inspiração,
De uma a uma escolhe-las,
Para cingir-te a fronte a reverberação
Das mais lindas estrelas
Que valerão do mundo efêmeras grandezas,
Ante o teu resplendor?
Vencerás imortal rainhas e princesas,
Pela glória do amor.
(Novos poemas/1955)
Fontes:
Colaboração da Profa. Dione de Souza/RN
http://www.geraldo2006.com/arte4.html#Esmeraldo%20Siqueira
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