BIOGRAFIA
Se o espelho conservasse as imagens
Eu desfilaria sem roupas
por extensas paisagens
mas o espelho não tem memória.
Não retém o formato dos corpos,
tão pouco devolve o feedback
das histórias vividas.
Da aparência de ontem
nem a sombra,
Na dispersão dos ventos
nenhum oi.
No pequeno infinito
do espelho do meu quarto
cruzo as asas...
Ao descer a cortina
pinto a boca distraída,
Não sei porque fui esquecer
a senha desse acesso.
Só os trevos cultivados
em torno da retina
continuam a gravar
minha biografia.
LÁPIS
Emcaixado confortável
bailando entre meus dedos
grava marcas no papel
este objeto delgado.
Fino lenho preparado
com recheio de grafite
traz a história preservada
torna a arte permanente.
A terna função de escriba
que assumo intuitiva,
não mais me torna cativa
dos sonhos que construí.
Seguindo o velho roteiro
dos sonhos que encoragei
Surgiu o esboço vivo,
no poema me libertei.
Esta pequena varinha
que carrego como fada
vai desenhando o caminho
risca o lápis minha estrada.
A POESIA
A poesia salta da idéia
e cria vida própria.
Sonda lugares fantásticos,
descreve outras paisagens
Percorre distantes países
pensa novas matrizes
dança e reluz
como grão de poeira
projetado na luz.
Descreve trajetória errante
esmiuça sentimentos alheios,
redescobre lugares
que nunca esteve,inventa matizes.
Abraça todos os povos,
faz acordos com o insólito.
A poesia saltitante itinerante
navega na rede,traduz signos gravados
para o mundo ela escapa...
depois de cansado seu corpo de letras,
enroscada na folha como bicho inocente
adormece no livro protegida na capa.
PASTORIL
Apascentei rebanhos nas encostas
conduzi os animais a boa aguada
trouxe ramos de alecrim e flor do campo.
Compuz versos singelos na caverna
junto as cabras espiando o chuvisqueiro
e a neblina pondo a capa na campina.
A luzir a lanterna nos caminhos
rodopiei audaz,desviando o precipício
onde rolam pedras sózinhas no desfiladeiro.
A voz do bosque atraente me chamando
para um encontro mágico na fonte
com água transparente e oração
margeiam musgos, fungos na vertente
santuário verde onde em versos pastoris
esparramei minha canção.
GARATUJAS
Da grafite silenciosa
surgem figuras reais,
rabisco na santa paz
imagens do inconsciente.
O desenho em fragmentos
surge livre no papel
faz deliciosos os momentos
pensando num tal rapaz.
O fundo dessa gravura
de tal forma é texturado
que parece usar recursos
da velha xilogravura.
Rabiscos que crio hoje
tentando fazer desenhos
fugiram pela tangente.
E a imagem que eu queria
desmanchou-se em garatujas
virou pequena poesia.
DAS NAVEGAÇÕES...
Se teu olhar oblíquo descobrisse
a viagem que acontece a revelia
eu nem me atreveria a explicar.
Esfarelo versos na ponta dos dedos
adormeço salpicada de vontades
no afã de te encontrar ...
Acarinho certas verdades
escovo a cabeleira revolta
querendo ancorar conforto.
Desdobrada e solitária
sigo a jornada, embora
navegues em mim
Nunca nós dois atracaremos
nossos barcos para dormir
juntos no mesmo porto.
Se o espelho conservasse as imagens
Eu desfilaria sem roupas
por extensas paisagens
mas o espelho não tem memória.
Não retém o formato dos corpos,
tão pouco devolve o feedback
das histórias vividas.
Da aparência de ontem
nem a sombra,
Na dispersão dos ventos
nenhum oi.
No pequeno infinito
do espelho do meu quarto
cruzo as asas...
Ao descer a cortina
pinto a boca distraída,
Não sei porque fui esquecer
a senha desse acesso.
Só os trevos cultivados
em torno da retina
continuam a gravar
minha biografia.
LÁPIS
Emcaixado confortável
bailando entre meus dedos
grava marcas no papel
este objeto delgado.
Fino lenho preparado
com recheio de grafite
traz a história preservada
torna a arte permanente.
A terna função de escriba
que assumo intuitiva,
não mais me torna cativa
dos sonhos que construí.
Seguindo o velho roteiro
dos sonhos que encoragei
Surgiu o esboço vivo,
no poema me libertei.
Esta pequena varinha
que carrego como fada
vai desenhando o caminho
risca o lápis minha estrada.
A POESIA
A poesia salta da idéia
e cria vida própria.
Sonda lugares fantásticos,
descreve outras paisagens
Percorre distantes países
pensa novas matrizes
dança e reluz
como grão de poeira
projetado na luz.
Descreve trajetória errante
esmiuça sentimentos alheios,
redescobre lugares
que nunca esteve,inventa matizes.
Abraça todos os povos,
faz acordos com o insólito.
A poesia saltitante itinerante
navega na rede,traduz signos gravados
para o mundo ela escapa...
depois de cansado seu corpo de letras,
enroscada na folha como bicho inocente
adormece no livro protegida na capa.
PASTORIL
Apascentei rebanhos nas encostas
conduzi os animais a boa aguada
trouxe ramos de alecrim e flor do campo.
Compuz versos singelos na caverna
junto as cabras espiando o chuvisqueiro
e a neblina pondo a capa na campina.
A luzir a lanterna nos caminhos
rodopiei audaz,desviando o precipício
onde rolam pedras sózinhas no desfiladeiro.
A voz do bosque atraente me chamando
para um encontro mágico na fonte
com água transparente e oração
margeiam musgos, fungos na vertente
santuário verde onde em versos pastoris
esparramei minha canção.
GARATUJAS
Da grafite silenciosa
surgem figuras reais,
rabisco na santa paz
imagens do inconsciente.
O desenho em fragmentos
surge livre no papel
faz deliciosos os momentos
pensando num tal rapaz.
O fundo dessa gravura
de tal forma é texturado
que parece usar recursos
da velha xilogravura.
Rabiscos que crio hoje
tentando fazer desenhos
fugiram pela tangente.
E a imagem que eu queria
desmanchou-se em garatujas
virou pequena poesia.
DAS NAVEGAÇÕES...
Se teu olhar oblíquo descobrisse
a viagem que acontece a revelia
eu nem me atreveria a explicar.
Esfarelo versos na ponta dos dedos
adormeço salpicada de vontades
no afã de te encontrar ...
Acarinho certas verdades
escovo a cabeleira revolta
querendo ancorar conforto.
Desdobrada e solitária
sigo a jornada, embora
navegues em mim
Nunca nós dois atracaremos
nossos barcos para dormir
juntos no mesmo porto.
Fonte:
http://gladisdeblepoesia.blogspot.com/
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