VIVE O SONHO
MOTE:
Se a vida é sonho fugaz,
vive o sonho bem vivido,
que o remorso vem atrás
de cada instante perdido.
Carolina Ramos
GLOSA:
Se a vida é sonho fugaz,
vive e sonha essa alegria,
inventa outro sonho e faz
mais feliz teu dia-a-dia!
Ao romper de cada aurora,
vive o sonho bem vivido,
não lamentes teu outrora...
que ele não volta, é sabido!
Sonhando, tu saberás
que, viver bem, é preciso,
que o remorso vem atrás
de um só momento indeciso!
E colhe os frutos da estrada,
volta, mesmo sem ter ido,
pra não te sentir culpada
de cada instante perdido.
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VELHINHO SORTUDO
MOTE:
A cabecinha de prata,
do velhinho quedo e mudo,
de amores de longa data
no seu silêncio diz tudo.
Alceu Gouveia
GLOSA:
A cabecinha de prata,
de um prateado tão bonito,
parece que nos relata
seus anseios de infinito!
No pensamento reluz,
do velhinho quedo e mudo,
a mocidade, que em luz,
ele relembra a miúdo.
E essa lembrança desata
as mil histórias sem fim
de amores de longa data
que um dia viveu, enfim...
E num sorriso matreiro
esse velhinho sortudo
sem falar, segue faceiro...
no seu silêncio diz tudo.
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BATEU-ME À PORTA
MOTE:
Ternura bateu-me à porta,
com simplicidade entrou
e aquela ilusão já morta,
aos poucos, ressuscitou!
Beatriz Castro
GLOSA:
Ternura bateu-me à porta,
com grande delicadeza...
A ternura nos conforta,
põe fim a nossa tristeza!
Ao ver a porta se abrindo
com simplicidade entrou.
Na taça do amor, eu brindo,
e acariciá-la, então, vou.
Muito amor ela transporta
recarregando a emoção,
e aquela ilusão já morta,
revive no coração!
Nos sonhos que dormitavam,
em silêncio se instalou,
e um por um, dos que lá estavam,
aos poucos, ressuscitou!
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CASCALHOS
MOTE:
Pisei cascalhos e espinhos...
mas firme, em minhas andanças,
com as pedras dos caminhos
fiz castelos de esperanças.
Edmar Japiassú Maia
GLOSA:
Pisei cascalhos e espinhos...
vi sangrarem os meus pés
seguindo nos descaminhos,
transpondo triste revés...
Continuei minha jornada,
mas firme, em minhas andanças
procurei encher meu nada
com minhas simples lembranças!
Lapidei com meus carinhos,
o que antes era cascalho,
com as pedras dos caminhos
eu construí meu atalho!
Segui, adiante... risonho...
E renovando as alianças,
para a prisão do meu sonho
fiz castelos de esperanças.
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas VI.
In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós.
http://www.portalcen.org. abril de 2003.
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