Luiz Damo (Trovas do Sul) XII

Ande sempre com amigos,
nunca no 'mundo da lua',
cuidado com os perigos
que circulam pela rua.
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Ao deixarmos escorrer
uma lágrima no rosto,
deixamos transparecer
a emoção, talvez desgosto.
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A saudade nunca nasce
dum fato pouco marcante,
mesmo que o tempo não passe
ficam marcas no semblante.
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Bastam poucas estocadas
de otimismo e confiança,
pra fazermos das pancadas
novos gestos de esperança.
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Belo presente, o ofertado,
na mesa do entardecer,
podendo ser resgatado
com juros no alvorecer.
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Com muito amor e coragem
bem saibamos escutar,
de Deus a sua mensagem
que tem a nos relatar.
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Conservemos os valores
e sejamos compassivos,
misto de conservadores
e um pouco de permissivos.
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Em fragmentos, folhas rolam,
pelos ventos enxotadas,
verdes campos se descoram
e esperam novas floradas.
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Iluminai-me, Senhor,
ao cair na enfermidade,
transformando cada dor
numa luz de sanidade.
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Mesmo no maior combate
muitos dizem que amariam,
porém no primeiro embate,
largam tudo e renunciam.
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Nossa primeira impressão
é a que sempre permanece,
gravada no coração
e jamais alguém esquece,
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O bem que não for cuidado
no tempo vai se perder,
se for algo inacabado
também deixará de ser.
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O canarinho amarelo
embora preso ele canta,
mas com seu cantar singelo,
sendo livre mais encanta.
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O incrível "João de Barro"
se orgulha de ser autor,
do projeto menos caro
na lida de construtor.
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O que todo o mundo espera
e ninguém questiona o meio,
é seguir quem mais prospera
mesmo olvidando onde veio.
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Os afoitos, na avenida,
nem olham pra atravessar,
outros, não ligam pra vida
e atravessam sem olhar.
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Os efeitos da omissão
são reflexos do egoísmo,
sinais da má formação,
ou do próprio pessimismo.
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Os passos que foram dados
na direção planejada,
são caminhos desbravados
rumo à meta desejada.
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Para chegar ao terraço
podemos usar a escada,
porém maior é o cansaço
e a subida demorada.
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Pra finalizar um texto
não basta um ponto final,
deve ter forma, contexto
e uma conclusão normal.
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Quando voltamos, dizemos:
um pouco de nós ficou
e aquilo que já fizemos
nos campos frutificou.
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São tantos os animais
que os livros fazem memória.
Dinossauros e outros mais
no cativeiro da história.
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Seja qual for o lugar
que algo aconteceu na vida,
a saudade faz voltar
sempre ao ponto de partida.
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Se melhor quiser chegar
ao destino desejado,
ande sempre devagar,
mas nem tanto demorado!
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Sendo fortes os pilares
que sustentam a mansão,
com certeza, muitos lares,
também têm sustentação.
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Somos fortes o bastante
pra podermos derrotar,
todo mal que a cada instante
vem tentando nos matar.
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Toda vez que o mar bravio
pelas costas nos ataca,
dizemos que "por um fio",
não tragou-nos na ressaca.
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Todo fruto, Deus conhece,
mesmo sem tê-lo almejado,
ao colhê-lo reconhece
quando está deteriorado.

Fonte:
Luiz Damo. A Trova Literária nas Páginas do Sul. Caxias do Sul/RS: Palotti, 2014.
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