quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever uma Boa História Descritiva)

Escrever é uma forma de arte muito popular. Na escrita, qualquer um é capaz de se expressar através de diferentes paixões, sentimentos e expressões. Ser descritivo é uma característica importante para qualquer escritor, mas como escrever de maneira descritiva?

COMEÇANDO

1. Certifique-se de ter uma boa introdução.

É isso que atrairá o leitor para a história. Por exemplo: “Eu permaneci lá, na fortaleza da montanha, esperando e observando. Não sabia pelo que esperava, mas tinha certeza de que deveria estar ali. É como se tudo já estivesse determinado para acontecer."

2. Utilize linguagem descritiva!

Adjetivos são belos exemplos de palavras descritivas, tais como vermelho, macio, pegajoso, magnífico, horrendo, escamoso, entre outros. Com isso, o leitor poderá ter uma ideia clara do que está acontecendo na história. 

Por exemplo: “A cobra vermelha e escorregadia deslizou por entre as duas moitas espessas e repletas de folhas verdes.”

3. Crie sua conclusão.

Um final emocionante. NÃO use apenas o tradicional “Fim”, isso seria muito maçante! Termine de maneira inesperada, algo que ninguém nunca havia usado antes.

Por exemplo: “Ao perceber que minha jornada havia acabado, voltei meu olhar para o céu tão azul que parecia encoberto por um tecido. As nuvens eram negras como a noite. Embora tenha vencido, não realizei meu último desejo, que era encontrar minha mãe há muito perdida.”

USANDO A LINGUAGEM DESCRITIVA

1. Comece sua história de maneira que prenda a atenção do leitor.

A menos que esteja escrevendo um conto de fadas, você provavelmente não começará seu texto com “Era uma vez...”. Ao invés disso, use alguma coisa que desperte imediatamente o interesse do leitor, por exemplo:

“Mary foi ao chão ao que uma grande explosão atravessava a floresta como uma faca cortando um tecido.”. 

Com isso, o leitor será imediatamente apresentado ao personagem e ação principal. Não comece com uma cena de ação empolgante para depois seguir com várias páginas de exposição sobre o passado dos personagens e os bastidores de todas as ações. 

O leitor ficará irritado ao perceber que se interessou por uma parte apenas para ser forçado a passar por todas as partes entediantes.

Por exemplo: se você começar a história apresentando a personagem Mary e o contexto da explosão na qual está envolvida, dê sequência a esse segmento evitando seguir para páginas de descrição sobre como a floresta era antes e como passara por diversas transformações até se tornar o cenário atual, além de como era a aparência de Mary e sua história completa, etc. 

Ao invés disso, continue a ação principal contando o que Mary estava fazendo na floresta e o que causou a explosão.

2. Desperte os cinco sentidos do leitor.

Descreva como as coisas são, que cheiro elas têm, que sons podem ser ouvidos e que sensações podem ser sentidas. Dessa forma o leitor poderá sentir-se como parte integrante da ação e visualizar facilmente tudo o que está acontecendo.

Por exemplo, descreva como Mary sentiu o calor da explosão percorrendo seu corpo, faça com que o cabelo tenha ficado chamuscado para que ela possa sentir o cheiro de queimado.

Crie uma sequência em que ela quase sufoca com a fumaça acre e começa a tossir desesperadamente. E, por fim, faça com que seus ouvidos fiquem zunindo devido ao barulho da explosão (ao que esse pode ser um dos pontos-chave, onde Mary é capturada por não ouvir seus agressores se aproximando).

Obviamente, descreva apenas o que seja importante para sua história. Tente montar o cenário para dar ao leitor uma noção de como é a área onde está ocorrendo a ação, mas não sobrecarregue o leitor com cada ínfimo detalhe. Confie na imaginação do público.

3. Descreva os pensamentos e emoções de seu(s) personagem(ns).

Permitir que o público tenha esse conhecimento fará com que o leitor se sinta mais próximo e conectado a eles. Disserte sobre como os eventos da história influenciam a maneira como os personagens se sentem, como passam por mudanças emocionais devido aos eventos que experienciaram e que tipo de ação ou acontecimentos são criados a partir desses momentos.

Por exemplo: Mary pode estar se sentindo aterrorizada pela explosão na floresta, visto que ela havia dedicado sua vida a preservar esse habitat natural, ou talvez por que um de seus amigos estava próximo do ponto de impacto. Ela pode estar arrasada por causa da explosão, ou simplesmente nervosa. Talvez até esteja se sentindo arrasada, nervosa e aterrorizada, tudo ao mesmo tempo.

Reflita sobre como os pensamentos e emoções mudam conforme o rumo da história. Você não desejaria criar um personagem estático que não passa por nenhuma mudança, ao mesmo tempo que um personagem que passa por uma transformação drástica e sem sentido também poderia não agradar ao leitor. 

Por exemplo: no início da história, Mary pode estar se sentindo envergonhada por não ter ido contra as pessoas que criaram a explosão e, no decorrer da trama, desenvolve força e coragem impressionantes que a permitem derrotar os vilões.

4. Mostre, mas não conte.

Esta é a principal regra utilizada pelos mais criativos autores e escritores descritivos pelo mundo. 

Você não pode entregar toda a história pronta para o leitor, ao invés disso, utilize elementos de linguagem que passem pelo que você está querendo dizer, mas que não revelem o sentido literal de cada passagem construída.

Por exemplo: ao invés de dizer “Mary estava nervosa por causa da explosão”, você pode optar por uma passagem mais elaborada, tal como: “Mary cerrou os punhos ao ver as chamas e a fumaça devastando aquilo que um dia fora sua linda floresta. Ela mal sentia as pontas das unhas perfurando a carne de suas palmas. Tudo que ela havia trabalhado tanto para proteger agora estava destruído. Nesse momento, não era apenas a fumaça ardente que fazia seus olhos lacrimejarem.”.

DICAS

Não seja descritivo demais. 

Por exemplo, “Peguei com a mão esquerda a faca que estava guardada em sua devida posição dentro da gaveta localizada ao lado da geladeira com o imã vermelho de Papai Noel.” 

Isso é descritivo demais e facilmente incomodaria qualquer leitor. No entanto, evite fazer apenas descrições curtas e simples demais, tais como: “Seu cabelo era preto.”. Isso seria maçante demais!

Uma boa maneira de escrever uma história é pensar no que toca os personagens, o que escutam, cheiram, etc. Por exemplo: “Quanto mais ela andava floresta adentro, mais sentia o ar carregado”, ou algo parecido.

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