Oscar Wilde foi um dos maiores escritores de língua inglesa. Transitou com maestria por diversos gêneros, sempre nos brindando com o tom satírico e irônico que lhe era tão peculiar. Autor de “O Retrato de Dorian Gray”, “O Fantasma de Canterville”, “A Importância de ser Honesto”, entre outros.
Em "Histórias de fadas", livro de contos que escreveu para os filhos, o autor irlandês mantém a crítica à sociedade de seu tempo ao recriar personagens do nosso imaginário, que, subitamente, têm de tomar consciência do mundo imperfeito em que vivemos, numa bela e importante metáfora sobre a vida.
Aqui você vai encontrar os contos "O Príncipe Feliz", "O Gigante Egoísta", "O Amigo Dedicado", "O Foguete Notável", "O Rouxinol e a Rosa", "O Jovem Rei", "O Aniversário da Infanta", "O Filho da Estrela" e "O Pescador e sua Alma", todas narrativas maravilhosas e imbuídas de poesia, capazes de provocar os mais profundos mergulhos para dentro de nós mesmos.
No primeiro conto, “O Príncipe feliz”, a amizade e o amor se mostraram fortes mesmo quando o ser humano tenta estragar tudo com sua vaidade. A estátua do Príncipe está lá no alto, vendo tudo e se preocupando com todos, até que uma Andorinha fica para trás enquanto todas as outras seguem para um lugar quente, pois o inverno se aproxima. A Passarinho ajuda o Príncipe a se doar às pessoas necessitadas, mas a Andorinha precisa ficar todo o inverno por ali.
“Mesmo que meu coração seja feito de chumbo, não posso evitar chorar.”
Em “O gigante egoísta”, as crianças se divertem no quintal do gigante, pois ele viajou para visitar um amigo, e nisso se passaram muitos anos. Quando ele volta, fica furioso com as crianças ali e as expulsa, depois constrói um muro em volta do terreno. Acontece que toda a alegria também se afasta e ali dentro era sempre inverno e tristeza. Até que algo fantástico acontece.
O conto “O amigo dedicado”, nos mostra que todos em algum momento nos deparamos com amizades de mão única. Aquelas que a pessoa se aproveita, mas quando o outro precisa a pessoa sempre desvia.
“Não adianta eu ir ver meu pequeno Hans enquanto dura a neve — dizia o Moleiro à sua mulher —, pois quando as pessoas estão com problemas o melhor é deixá-las sozinhas, para que não tenham de se aborrecer com visitas. Pelo menos essa é a ideia que tenho da amizade, e tenho a certeza de que estou certo. E por isso esperarei até chegar a primavera, quando então irei visitá-lo, e ele poderá dar-me uma grande cesta de margaridas, o que o fará muito feliz.”
Em “O foguete notável”, vemos o ego de um sujeito que pensa ser o mais importante de todos.
“Frequentemente mantenho longas conversas comigo mesmo, e sou tão inteligente que muitas vezes não compreendo uma só palavra do que estou dizendo.” (Frase muitas vezes atribuída de forma errada ao próprio autor e não ao personagem do conto.)
“O Rouxinol e a Rosa” é uma história sobre doação e amor, e como há pessoas interesseiras. A moça diz que só dançará com o rapaz se ele lhe der uma rosa vermelha, então ele corre em busca da flor, o problema é que só há rosas brancas. O Rouxinol percebe o problema e se doa para conseguir a flor.
O jovem rei conta sobre o dia em que o Príncipe seria coroado, então ele passa a sonhar sobre como suas coisas belas, como roupas e joias são conseguidas de forma que fazem seus súditos sofrerem.
“Na guerra — respondeu o tecelão —, os fortes fazem escravos dos fracos, e na paz os ricos fazem os pobres seus escravos.”
Em “O aniversário da Infanta”, vemos como a maldade pode corroer até o coração das jovens. Em seu aniversário de 12 anos ela pode receber seus convidados e dançar com eles. E um deles se apaixona, mas o coração da menina não traz bondade.
O “Filho da Estrela” começa com lenhadores encontrando um bebê abandonado exatamente onde caiu uma estrela. Um deles o leva para casa a fim de que sua mulher cuide dele. Ela reclama, pois têm muitos filhos, mas seu coração amolece e eles o criam como mais um filho. O rapaz cresce e se torna belíssimo! Até que uma atitude dele o faz virar um ser horrendo. Ele sai em busca de reparar sua maldade. No caminho seu coração se mostra bom e ajuda quem precisa.
O personagem de “O pescador e sua alma” deseja se casar com a Sereia que pescou, mas ela diz que apenas conseguirá se ele se separar de sua alma. O rapaz vai atrás da bruxa para que o ajude. Nem ela deseja que ele faça tamanha maldade contra si, mas o ajuda.
São histórias de doação humana, de amizade e sonhos. De seres fortes que recebem sempre algum tipo de lição por seus atos.
Fontes: Livraria da Travessa
Beco do Nunca (Resumos de Celly Borges)
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