quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Clevane Pessoa (Rosas, Rosas, Rosas)


A rosa que atrai inicialmente atrai apenas pela beleza de sua formas e pelo aroma inconfundível, simboliza a energia quíntupla que deve tocar e retocar a alma: a quintessência dos alquimistas... Numa roseira, cada rosa nos oferece, de graça, uma rica simbologia; sobre o círculo perfeito de sua base, as pétalas se espraiem, dando uma impressão do verdadeiro significado de harmonia. Diferentes em cores, tamanhos, suas pétalas, macias e olorosas, são comparadas à pele de um bebê, suavíssimas. Em geral, volteiam no sentido horário, em especial as rosas vermelhas. Já algumas, como as brancas, voluteiam em sentido contrário. As rosas são uma grande atração para os humanos. Para começar, o perfume especialíssimo, as propriedades. Rosas brancas são usadas em rituais de purificação, banhos "de descarrego".

O aroma de rosas é comprovadamente erótico. Enamorados podem forrar o leito com suas pétalas, sendo as vermelhas as mais indicadas, dado o erotismo da própria cor. Acordar alguém com chuva de pétalas também é algo muito especial, pela delicadeza, simbolismo e sinais.

Geléias de pétalas de rosas, iguaria delicada, leva a pessoa a elaboração de bons sentimentos, contou-me uma senhora de noventa anos, muito lúcida.Cheirar rosas a consolava das exigências paternas ,o pai, um senhor verdadeiramente feudal - e quando o marido foi para a guerra, na Itália, usava um frasco desse perfume para sossegar o coração aflito - o que também funcionava para fazer bebês dormirem, contou-me.

Santa Terezinha é a Santa das Rosas. No convento, segundo consta, ela que fora para lá por vocação, com licença especial do papa, adolescente, aos quinze anos, tinha de lidar com a ranzinzice de uma freira idosa, o que fazia com paciência. Consta que havia uma imagem de Cristo e lá ia a Santinha de Lisieux, com os braços carregados dessas delicadas florações. A Irmã mais velha reclamava, dizendo que era alérgica ao cheiro. Na tentativa de solucionar o problema, Terezinha pediu aos familiares rosas de tecido, que colocava nos braços de Jesus. Então, quando a reclamante se afastava, as pétalas tornavam-se verdadeiras e o perfume se espalhava pelo convento. Também já ouvi uma versão onde ela punha flores de verdade, que se transformavam em buquês artificiais tão logo a outra se aproximava. O sentido é mesmo: uma estratégia do Alto para minimizar suas dificuldades e facilitar seu amor pelas roseiras.Contam que antes morrer, aos vinte e quatro anos, Terezinha teria prometido passar, no seu céu a fazer chover pétalas sobre a terra. As rosas seriam as graças que concederia aos sofredores. Os fiéis, até hoje rezam sua novena, e uma rosa costuma lhes ser dada quando a graça é obtida. Confesso que já me aconteceu algo assim ,o que contarei na parte II desse escrito.

Outra Santa de bela biografia é Santa Isabel, da Hungria, casada aos quinze anos e extremamente caridosa. Consta que fora acusada de estar dando aos pobres bens do castelo. Um dia saiu para distribuir comida, levando em seu avental, as esmolas. O marido perguntou-lhe ver o que carregava e ela respondeu; "Rosas". Quando ele quis ver, havia rosas e mais rosas no côncavo do avental. Depois contarei sua história. Nesse caso, é como se, do Alto, alguém avalizasse sua palavra, para inocentá-la na prática de uma caridade que era seu norte desde pequena.

A quintessência das rosas firma-se principalmente, em quatro princípios: seu olor é capaz de nos abrir o chacra cardíaco, provocar curas de ressentimentos, mágoas e outros sentimentos negativos. Uso aromaterapia em meu consultório e óleos de rosas sempre funcionam quando a pessoa sofre dores amorosas, decepções, ódios. Esfrego-o nas mãos, fricciono-as umas contra as outras, aquecendo-a e espraio-as ligeiramente acima do rosto do paciente em estado Alpha, relaxamento profundo. Quando a pessoa inspira profundamente, é harmonizado e o perdão acontece, às vezes perdoar a si próprio. As formas de uma rosa são perfeitamente colocadas no círculo perfeito de sua base - que estimula o desenvolvimento do chamado "terceiro olho", o "Ajna", ponto entre as sobrancelhas, o olho psíquico que faz enxergar com a visão interna do Eu Superior. O aroma é calmante. Sua beleza, de per-si, é um convite ao despertar dos sentidos, capas de propiciar cura. Seu gosto e componentes tem propriedades medicinais.

Antigamente, dificultadas pelos costumes, de falar diretamente com o objeto de seus amores, as pessoas, em especial as mulheres, sinalizavam, com rosas e outras flores), seus sentimentos. Evidentemente usar ou mandar rosas vermelhas queria dizer Paixão. As cor-de rosa significavam Amor. As amarelas, tanto "Estou com ciúmes", quanto mistério, indagação quanto ao sentir do Outro. As brancas, pureza, virgindade, amor sem exigências, amor incondicional. O costume de oferecer rosas, em que pesemos modismos e costumes em relação a outras flores (por exemplo, os regionais, como enamorados, na Áustria, oferecerem a Edelweiss, que floresce da montanhas geladas), atravessa os séculos. Quem não gosta de recebê-las, enfeitar a casa com elas?

Quando meus pais se conheceram, mamãe, que se chamava, por sinal, Terezinha do Menino Jesus, passava com uma rosa presa na ponta dos longos cabelos, por um grampo invisível. Consta, na crônica familiar, que meu pai, Lourival Pessoa da Silva, chamou-a:

- "Psiu, senhorita, a rosa está caindo".

E ela, com apenas quinze anos e que estava imitando a moda lançada em um filme por Doroty Lamour, a rosa na fímbria da cabeleira, respondeu, atrevidamente:

- "Está mais segura do que você".

Papai ficou perdidamente apaixonado e um mês e doze dias depois, estavam casados. Isso aconteceu em Natal, Rio Grande do Norte. Nasci nove meses e dez dias depois do enlace, em S. José de Mipibu. Sou fruto do poder das rosas, talvez por isso, as ame tanto.

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