PROLIXO.
Linguagem prolixa é aquela desenvolvida através de termos e expressões supérfluas, digressões inúteis, excesso de adjetivos, períodos extensos e emaranhados.
Ser prolixo é ficar “enrolando”, “enchendo lingüiça”, não ir direto ao assunto.
Antes de mais nada, sem mais delongas, permito-me apresentar minhas sinceras e respeitosas discordâncias com relação às proposições que vossa senhoria fez presentes nesse colóquio.
Expressões prolixas: antes de mais nada, muito pelo contrário, por outro lado, por sua vez.
PRONOME.
Cuidado com o emprego ambíguo dos pronomes seu, sua, dele, dela.
Não comece frase com pronome.
ERRADO_____________CERTO
Me dá_______________Dá-me
Me presenteou_________Presenteou-me
Lhe disse isso__________Disse-lhe isso
Evite usar pronomes a todo o momento.
EM VEZ DE________________PREFIRA
Eu brinquei________________Brinquei
Eu estudei_________________Estudei
Eu dormi__________________Dormi
Não empregue pronomes pessoais do caso reto no lugar do pronome oblíquo. Escreva sempre “julgá-lo”, nunca “julgar ele”.
PROSOPOPÉIA.
É a atribuição de qualidades ou sentimentos humanos a seres irracionais ou inanimados.
A Lua espia-nos através da vidraça.
A raposa disse algo que convenceu o corvo.
O tempo passou na janela e só Carolina não viu.
PROVÉRBIO OU DITO POPULAR.
Não utilize provérbios, ditos populares, frases feitas, pois eles empobrecem a redação. Faz parecer que seu autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso freqüente.
Portanto, nada de ficar usando:
A palavra é de prata e o silêncio de ouro.
Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido.
Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas carnalmente.
QUANTIDADE DE LINHAS.
Não deixe linhas em branco no corpo do texto.
Não faça menos nem ultrapasse o máximo de linhas exigido na redação.
Quando for redigir alguns temas, para efeito de treinamento, escreva 15 (quinze) linhas no mínimo a 30 (trinta) linhas no máximo, pois é assim que são pedidas as redações em vestibulares e concursos.
QUE, DE QUE.
Lembre-se de que os verbos gostar e precisar são transitivos indiretos e, portanto, são sempre precedidos de “de que”.
ERRADO
Outra coisa que gostei.
O livro que precisava era aquele.
Este é o professor que lhe falei.
CERTO
Outra coisa de que gostei.
O livro de que precisava era aquele.
Este é o professor de quem lhe falei.
QUEÍSMO.
É o uso excessivo do “que”, cuja conseqüência é produzir períodos longos. Evite-o.
ERRADO
Aquele que diz que faz que é forte e que tudo pode é que teme que se diga dele que é fraco e que nada pode.
Este é o apartamento que comprei de João, que tinha outros seis imóveis que estavam todos à venda.
CERTO
Quem diz ser forte e tudo poder teme que se revele sua fraqueza e impotência.
Este é o apartamento que comprei de João, dono também de outros seis imóveis. Estavam todos à venda.
RADICALISMO.
Não afirme o que não pode provar.
Evite análises radicais e posições extremistas, injustas e levianas.
Nada como um texto equilibrado. Posicione-se, mas sem exagero.
Todos os deputados são corruptos.
A bem da verdade, nem todos o são, não é mesmo?
Esse tipo de gente merece ser exterminado.
Radical demais, não lhe parece? E até grosseiro!
RASCUNHO.
Jamais deixe de fazer o rascunho. Ele é a primeira versão do texto. Os escritores fazem várias versões de seus livros antes de publicá-los. Não seja você, um iniciante, a querer dispensá-lo. Nele há a possibilidade de melhorar sua redação, alterar palavras, construir melhor os períodos, mudar a posição dos parágrafos, etc.
Para evitar rasuras no texto definitivo, releia o rascunho com muita atenção. Não tenha preguiça nem pressa em passá-lo a limpo. O sucesso do seu texto depende, muitas vezes, de uma leitura atenta e cuidadosa do rascunho.
Ao reler o rascunho, você se torna um leitor crítico do próprio texto. Revise-o com muita atenção: elimine, acrescente, substitua. Questione o seu texto. Esse trabalho irá, certamente, contribuir para a qualidade de seu texto definitivo.
RASURAS, BORRÕES.
Não use borracha.
Não apresente as questões desarrumadas e riscadas.
Não faça rasuras, marcas, sinais e borrões no corpo da redação.
Em caso de erro na redação já passada a limpo, risque o que estiver errado e escreva adiante de modo correto.
REALIDADE.
A realidade pode ser reproduzida literalmente ou, a partir dela, pode-se criar uma outra, com sensibilidade e imaginação.
Dorme a floresta circundante, sem sussurros de brisas, nem regorjeio de aves. Só o urutau pia longe, e uma ou outra suindara perpassa. No centro do terreiro, atado a um poste da canjerana rija, o prisioneiro branco vela.
As lágrimas da cidade enchiam bueiros que não agüentavam e empurravam para fora toda a sujeira interior. Os carros parados, na infinita espera de algo que não iria acontecer, com suas buzinas destoantes do choro de São Paulo.
REDAÇÃO OU COMPOSIÇÃO.
Leia atentamente o que está sendo solicitado.
As provas de redação têm maior peso na maioria dos vestibulares.
Planeje o texto sem utilizar fórmulas prontas. O fio condutor deve ser seu pensamento. Acredite em seus pontos de vista e defenda-os com convicção. Eles são seu maior trunfo. Capriche no conteúdo, não se desviando do tema proposto, e não se descuide da parte gramatical.
Escrever uma redação é como vender um peixe. Você precisa convencer o cliente da qualidade do seu produto. O texto escrito não é para você. Será lido e entendido por outras pessoas. Ninguém vai perder tempo para ler textos confusos e ininteligíveis. Portanto, capriche na escrita, alinhe os parágrafos, escolha bem o vocabulário, mostre organização.
Leia e releia aquilo que escreveu e faça a você mesmo as seguintes perguntas:
será que vão entender minhas idéias?
Fui claro em minhas exposições?
As orações estão bem coordenadas entre si?
Será que os períodos estão muito longos e cansativos para quem irá lê-los?
Escrevi muito e não disse nada?
Houve fuga do tema?
Escrevi o mínimo de linhas exigido pelo vestibular?
REDUNDÂNCIA.
Cuidado com as redundâncias. É errado escrever, por exemplo: “Há cinco anos atrás”. Corte o “há” ou dispense o “atrás”. O certo é “Há cinco anos...”.
Fonte:
http://www.sitenotadez.net
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