“Quem é esse seu padrinho?
A moça lhe perguntou —
Disse ela: o padre Cícero
Que agora se cabaou
A moça fez: quá, quá, quá
Naquilo se transformou
Transformada ainda disse
Para a dita mulherzinha:
Não bote luto por ele
Sim por minha cachorrinha
Que morreu no mesmo dia
Sepultou-se à tardezinha”
(Moisés Matias de Moura)
Era uma jovem, filha de um coronel. Linda e bem-educada, residia na cidade de Palmeira dos Índios. Tinha uma cachorrinha de estimação, que criava desde novinha. No dia da morte do padre Cícero Romão, a cachorra adoeceu e também morreu. Muito triste e chorosa, a moça preparou-lhe um velório com vela e sentinela.
Algum tempo depois, estava ela em uma loja, comprando vestidos e perfumes, quando entrou uma senhora procurando por tecido preto, para luto. Ao saber que se tratava de uma devota do padre Cícero Romão, a moça riu e sugeriu que era melhor que a devota pusesse luto para a sua cachorrinha. No mesmo instante, começou a se transformar em uma cachorra, latindo, uivando e correndo em disparada. Contam que os pais morreram de desgosto. Um irmão a pegou e trancou em uma jaula, onde vive sua maldição.
****************************************
A cachorra da Palmeira é mito de origem alagoana, mas que ocorre, com variantes, em vários estados do Nordeste. O castigo da transformação da moça malcriada em cadela é tema recorrente na literatura de cordel. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos brasileiros, afirma conhecer algumas dezenas de folhetos sobre o assunto. Segundo Téo Brandão, existia em Viçosa uma peça de reisado que fazia alusão à cachorra e terminava com os seguintes versos:
Meu Santileno
Pra ela num tem carinho
Discreiou de meu padrinho
Virou cachorra, anda correndo
Fonte:
Jangada Brasil. Revista Galeria de Mitos Brasileiros.
A moça lhe perguntou —
Disse ela: o padre Cícero
Que agora se cabaou
A moça fez: quá, quá, quá
Naquilo se transformou
Transformada ainda disse
Para a dita mulherzinha:
Não bote luto por ele
Sim por minha cachorrinha
Que morreu no mesmo dia
Sepultou-se à tardezinha”
(Moisés Matias de Moura)
Era uma jovem, filha de um coronel. Linda e bem-educada, residia na cidade de Palmeira dos Índios. Tinha uma cachorrinha de estimação, que criava desde novinha. No dia da morte do padre Cícero Romão, a cachorra adoeceu e também morreu. Muito triste e chorosa, a moça preparou-lhe um velório com vela e sentinela.
Algum tempo depois, estava ela em uma loja, comprando vestidos e perfumes, quando entrou uma senhora procurando por tecido preto, para luto. Ao saber que se tratava de uma devota do padre Cícero Romão, a moça riu e sugeriu que era melhor que a devota pusesse luto para a sua cachorrinha. No mesmo instante, começou a se transformar em uma cachorra, latindo, uivando e correndo em disparada. Contam que os pais morreram de desgosto. Um irmão a pegou e trancou em uma jaula, onde vive sua maldição.
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A cachorra da Palmeira é mito de origem alagoana, mas que ocorre, com variantes, em vários estados do Nordeste. O castigo da transformação da moça malcriada em cadela é tema recorrente na literatura de cordel. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos brasileiros, afirma conhecer algumas dezenas de folhetos sobre o assunto. Segundo Téo Brandão, existia em Viçosa uma peça de reisado que fazia alusão à cachorra e terminava com os seguintes versos:
Meu Santileno
Pra ela num tem carinho
Discreiou de meu padrinho
Virou cachorra, anda correndo
Fonte:
Jangada Brasil. Revista Galeria de Mitos Brasileiros.
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