HOJE, MEU DEUS, HOJE eu deveria estar completamente venturoso e beatificado, próspero e feliz! Imensamente louvado, satisfeito e realizado. Afinal, hoje 12 de outubro, é o Dia das Crianças. Das minhas crianças, em particular. Hoje é o dia das minhas filhas que se tornaram mães e me deram, de presente, netos.
Mesmo trilho, dia de ver estes pequeninos seres e trocar com eles os obsequiosos benfazejos que estão escondidos dentro de mim. Trancafiados num lugarzinho secreto onde somente eu tenho livre e total acesso. Hoje também é o dia ‘D’, ou seja, o dia de dizer aos meus filhos o quanto eu os amo e os venero.
Via de extensão, me abraçar aos netinhos, gritando, a plenos pulmões, o meu amor incondicional, e demonstrando, às claras, e não só isto, fazendo fluir, em toda a sua plenitude, a afabilidade, o comprazimento e o folguedo ímpar, a felicidade contagiosa e tamanha, que me invade o âmago.
Tudo isto me deixa em frangalhos, à beira de um ataque de nervos, em vista das emoções jubilosas e dos regalos que me elevam a um estado de graça jamais imaginado. Meu Deus, como eu me sinto realizado em poder estar com eles nesta data, nesta hora, neste momento tão especial e marcante.
Entretanto, apesar de toda esta exultação, me ocorre exatamente o oposto. No pleno e abastado da minha vida, uma dor desgostosa e maçante, pegajosa e chata resolveu me fustigar a alma. Uma tristeza destas grandiosas, vinda não sei de onde, me tirou a paz, me atirou o sossego no ralo.
Num repente, se achegou, de mansinho, e me pegou de jeito. Me escanteiou do foco. Destruiu a minha fortaleza interna e me fez beijar o chão frio. Me embaçou a visão não me permitindo enxergar um palmo adiante do nariz, e, logo à frente, a linha do horizonte a ser seguida.
Para completar meu quadro perversamente lúgubre, uma solidão despropositada me deixou igualmente aprisionado, me abandonou num imprevisto mal chegado, completamente à deriva, algemado, acorrentado ao sombrio sepulcral de uma senda sem retorno.
Em razão disto, estou aqui, assim, perdido mesmo, ao “Deus dará”, sem saber como fazer para voltar e tentar dar um novo tapa no visual da minha entenebrecida desgraça mal parida e completamente obumbrada de um túrbido gigantesco que não desgruda nem por reza braba.
Pelo exposto, diante do que está à minha frente, almejava, agora, aparecer para todos os meus pequenos, travestido num semblante alegre e descontraído, envolto num sorriso franco, enroupado numa plenitude que bailasse fácil ao som cativante e terno de uma melodia maviosa e gostosa de ser digerida e revisitada por todos que me são caros.
Hoje, meu Deus, hoje, exatamente hoje, agora, eu deveria estar completamente feliz! Imensamente satisfeito e realizado. Afinal, está na minha porta, o 12 de outubro. Chegou o dia das crianças. Das minhas crianças, em particular. Hoje é o dia das minhas filhas que se tornaram mães e me deram, de presente, netos.
Entretanto, meu coração chora copiosamene. Meu peito arfa ao sabor de uma febre agonizante que me está definhando, aos poucos, a goles compassados, me colocando à pique a estrutura da planta dos pés às raizes dos meus fios de cabelos.
Apesar dos netos lindos, das filhas maravilhosas, do dia das crianças estar lá fora esplendoroso e imensurável, eu me sinto como aquela criança órfã... Tal e qual aquele menino que esqueceu de voltar correndo para os braços aconchegantes do mundo que roda, roda, roda, ao compasso engenhoso de um imenso carrossel girando continuamente em derredor de mim.
Fonte:
Texto e fotos enviados pelo autor, de Conceição da Barra/ES.
Mesmo trilho, dia de ver estes pequeninos seres e trocar com eles os obsequiosos benfazejos que estão escondidos dentro de mim. Trancafiados num lugarzinho secreto onde somente eu tenho livre e total acesso. Hoje também é o dia ‘D’, ou seja, o dia de dizer aos meus filhos o quanto eu os amo e os venero.
Via de extensão, me abraçar aos netinhos, gritando, a plenos pulmões, o meu amor incondicional, e demonstrando, às claras, e não só isto, fazendo fluir, em toda a sua plenitude, a afabilidade, o comprazimento e o folguedo ímpar, a felicidade contagiosa e tamanha, que me invade o âmago.
Tudo isto me deixa em frangalhos, à beira de um ataque de nervos, em vista das emoções jubilosas e dos regalos que me elevam a um estado de graça jamais imaginado. Meu Deus, como eu me sinto realizado em poder estar com eles nesta data, nesta hora, neste momento tão especial e marcante.
Entretanto, apesar de toda esta exultação, me ocorre exatamente o oposto. No pleno e abastado da minha vida, uma dor desgostosa e maçante, pegajosa e chata resolveu me fustigar a alma. Uma tristeza destas grandiosas, vinda não sei de onde, me tirou a paz, me atirou o sossego no ralo.
Num repente, se achegou, de mansinho, e me pegou de jeito. Me escanteiou do foco. Destruiu a minha fortaleza interna e me fez beijar o chão frio. Me embaçou a visão não me permitindo enxergar um palmo adiante do nariz, e, logo à frente, a linha do horizonte a ser seguida.
Para completar meu quadro perversamente lúgubre, uma solidão despropositada me deixou igualmente aprisionado, me abandonou num imprevisto mal chegado, completamente à deriva, algemado, acorrentado ao sombrio sepulcral de uma senda sem retorno.
Em razão disto, estou aqui, assim, perdido mesmo, ao “Deus dará”, sem saber como fazer para voltar e tentar dar um novo tapa no visual da minha entenebrecida desgraça mal parida e completamente obumbrada de um túrbido gigantesco que não desgruda nem por reza braba.
Pelo exposto, diante do que está à minha frente, almejava, agora, aparecer para todos os meus pequenos, travestido num semblante alegre e descontraído, envolto num sorriso franco, enroupado numa plenitude que bailasse fácil ao som cativante e terno de uma melodia maviosa e gostosa de ser digerida e revisitada por todos que me são caros.
Hoje, meu Deus, hoje, exatamente hoje, agora, eu deveria estar completamente feliz! Imensamente satisfeito e realizado. Afinal, está na minha porta, o 12 de outubro. Chegou o dia das crianças. Das minhas crianças, em particular. Hoje é o dia das minhas filhas que se tornaram mães e me deram, de presente, netos.
Entretanto, meu coração chora copiosamene. Meu peito arfa ao sabor de uma febre agonizante que me está definhando, aos poucos, a goles compassados, me colocando à pique a estrutura da planta dos pés às raizes dos meus fios de cabelos.
Apesar dos netos lindos, das filhas maravilhosas, do dia das crianças estar lá fora esplendoroso e imensurável, eu me sinto como aquela criança órfã... Tal e qual aquele menino que esqueceu de voltar correndo para os braços aconchegantes do mundo que roda, roda, roda, ao compasso engenhoso de um imenso carrossel girando continuamente em derredor de mim.
Fonte:
Texto e fotos enviados pelo autor, de Conceição da Barra/ES.
Um comentário:
Gostei muito,apesar do triste desfeixo. Também queria está com minhas crianças.
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