NOS DEIXOU neste sábado, 6 de abril p.p, o escritor, pintor, chargista e cartunista Ziraldo Alves Pinto, o eterno pai do fantástico “Menino Maluquinho.” Seus traços inconfundíveis e a sua criatividade bucólica e pastoril marcaram gerações. E continuarão marcando, ad aeternum. A notícia do seu falecimento, embora esperada pela passagem voraz do tempo inexorável, chegou a todos nós, como um sopro imenso de tristeza magoando profundamente nossos corações.
Nascido em Caratinga, nas Minas Gerais, aos 24 de outubro de 1932, Ziraldo partiu do nosso meio aos 91 anos. Morava no bairro da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro e nos deixou, como sempre desejou: em seu apartamento, dormindo, evidentemente sonhando com novas criações que certamente seguirão os mesmos passos do “Flicts”; “Bichinho da Maçã”; “Um Amor de Família”; “Uma Professora Muito Maluquinha”; “O Menino Marrom”; “Os Dez Amigos”; “Chapeuzinho Amarelo (ilustrações)”; “As Flores da Primavera”, e tantos mais.
Partiu ao lado da segunda esposa, dona Marcia Martins, dos filhos Daniella Tomas Pinto, roteirista e cineasta, Antônio Alves Pinto, compositor de trilhas sonoras e da diretora teatral Fabrízia Alves Pinto. O escritor deixou um legado de linhas e cores, de risos e reflexões. Sua extensa obra (repleta de personagens que se tornaram ícones culturais), permanecerá viva, dialogando vivamente com o futuro e inspirando novos talentos e criadores de sonhos. Seu livro mais conhecido, “O Menino Maluquinho”, com a sua panela na cabeça e uma energia indomável, representará, talvez a mais pura expressão do espírito de Ziraldo: aquele homem simples e alegre, irreverente e profundamente humano.
Em suas crônicas Ziraldo retratou o Brasil com uma honestidade rara, apontado as suas mazelas sociais sempre com pitadas de humor e esperança. Sua partida é um momento de reflexão sobre o papel do artista na sociedade. Ele nos ensinou que a magia da arte não é apenas para ser vista como um espelho refletindo a realidade. Sobretudo, deve ser notada e sentida, ou melhor, vista e revisitada como uma janela para tudo aquilo que podemos ou pretendemos ser.
Sendo assim, o país inteiro chora a perda de um de seus maiores artistas. Todavia, em paralelo, celebra a fortuna de ter sido palco para a sua inesgotável genialidade. Certamente, agora, esse cidadão que aprendemos a amar e a respeitar desenha lá na imensidão das estrelas, deixando para nós a tarefa de continuarmos a contar as histórias que ele tanto amava. Que a sua memória seja preservada nas páginas dos futuros livros infantis e nas lembranças afetuosas e imorredouras de quem cresceu acompanhando as suas incríveis e fantásticas aventuras.
Fonte: Texto enviado pelo autor
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