Compositor: Geraldo Vandré
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos, há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas, marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
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A Voz da Resistência em 'Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores'
A música 'Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores', também conhecida como 'Caminhando', é uma das mais emblemáticas composições de Geraldo Vandré e um símbolo da resistência contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Lançada em 1968, em pleno auge do regime autoritário, a canção se tornou um hino de protesto e esperança para uma geração que clamava por liberdade e democracia.
A letra da música é um convite à ação e à união. 'Caminhando e cantando e seguindo a canção' sugere um movimento coletivo de marcha, onde a música é o elo que une as pessoas na luta por um objetivo comum. A frase 'Quem sabe faz a hora, não espera acontecer' é um chamado à proatividade, incentivando os ouvintes a serem agentes de mudança em vez de meros espectadores da história. A referência às 'flores vencendo o canhão' é uma metáfora poderosa da não-violência e da força simbólica da resistência pacífica em contraste com a brutalidade das armas.
A canção também aborda a alienação dos soldados ('Há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos, de armas na mão'), que são ensinados a morrer pela pátria sem questionar o porquê, refletindo a crítica ao nacionalismo exacerbado e à manipulação dos militares. 'Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores' é, portanto, um marco da música de protesto brasileira, que transcendeu seu tempo e continua a ser um lembrete da importância da luta por direitos e liberdades fundamentais.
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