domingo, 14 de abril de 2024

Daniel Maurício (Devaneios Poéticos) = 11 =


Ela
Era dissimulada,
Tipo
"Olhos de Capitu"
Até que um dia
"Caiu a máscara"
E o beijo
Deslizou
Pelo
Corpo nu.
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Nos olhos do menino
Madrugavam sonhos.
"Sem entender direito
O que era fé
Esperava pelo sol
Mesmo diante
Das "chuvas de nãos"
Que tentavam borrar
O seu sorriso.
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Sem
Palavras
Só você
Consegue
Desenhar
Um
Sorriso
No meu
Rosto.
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Ela gritava
Por felicidade
Até que um dia quase
a saúde perdeu.
Calou suas queixas
Em preces
Saboreando as urgências
Dos "agoras"
Como se fossem
Um delicioso
Pedaço de pão.
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Num
Bocejo
Vazio do tempo
Sonolentamente
Pingam estrelas
Adormecidas.
Vida
Que passa
Tão rápido.
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Chovia...
A janela do meu eu
Lacrimejava e a solidão,
Essa velha louca
Adormecida no porão
Da minh'alma,
Amanheceu
Resmungando
E arrastando
Os seus chinelos
Pela casa.
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Lágrimas.
Na carta
De despedida
Saem pingos
Em todas
As letras
E não
Somente
No “i”.
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Tudo passa.
Mas quando
Ela passou
Eu fiquei
"Parado"
Na dela.
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Silenciando
Meus
Abismos
Uma poesia
Pousou
Em meus lábios
Num suave
Beijo.
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Sem
Nenhuma pressa
No teu jardim
Pouso
O meu olhar
Feito
Um beija-flor
Apaixonado.
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Quando
O amor
Fala mais alto,
As vozes
Dos deuses
Silenciam.

(É que nada
mais era preciso
ser dito.)
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Com a porta
Entreaberta
Deixei que entrasses
No meu céu.
E no céu da tua boca
Gostosamente
A lua procurei.
Mas foi com
Os olhos fechados
Que estrelas
Enxerguei.
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Fonte> Daniel Maurício. Palavras de cheiro. Curitiba: Ed. do Autor, 2021. Enviado pelo poeta.

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