segunda-feira, 22 de abril de 2024

Recordando Velhas Canções (Aquarela)


Composição: Vinícius de Moraes / Toquinho / Guido Morra / Maurizio Fabrizio.

Numa folha qualquer
Eu desenho um Sol amarelo
E, com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo

Corro o lápis em torno da mão
E me dou uma luva
E, se faço chover, com dois riscos
Tenho um guarda-chuva

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho azul do papel
Num instante, imagino
Uma linda gaivota a voar no céu

Vai voando, contornando
A imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul

Pinto um barco à vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar

Basta imaginar, e ele está partindo
Sereno e lindo
E, se a gente quiser
Ele vai pousar

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos
Bebendo, de bem com a vida

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E, num círculo, eu faço o mundo

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente, o futuro está

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar

Sem pedir licença
Muda nossa vida
E depois, convida
A rir ou chorar

Nessa estrada, não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela, ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar

Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela que, um dia, enfim
Descolorirá

Numa folha qualquer
Eu desenho um Sol amarelo (que descolorirá)
E, com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo (que descolorirá)

Giro um simples compasso
E, num círculo, eu faço o mundo (que descolorirá)
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Aquarela: Uma Viagem Pela Imaginação e Pela Vida
A música 'Aquarela', composta por Toquinho, é uma verdadeira viagem pela imaginação e pelas diversas fases da vida. A letra começa com a simplicidade de um desenho infantil, onde um Sol amarelo e um castelo são criados com poucos traços. Essa simplicidade é um convite à liberdade criativa, onde tudo é possível a partir de elementos básicos, como um lápis e uma folha de papel. A música evoca a pureza da infância, onde a imaginação não tem limites e qualquer mancha de tinta pode se transformar em uma nova criação, como uma gaivota voando no céu.

À medida que a canção avança, os desenhos ganham vida e se transformam em viagens por lugares distantes e sonhos de liberdade. O barco à vela, o avião e o navio de partida são metáforas para as aventuras e as descobertas que fazemos ao longo da vida. Toquinho utiliza essas imagens para falar sobre a capacidade de sonhar e a vontade de explorar o mundo, destacando a beleza e a coragem de se lançar ao desconhecido. A música também reflete sobre a passagem do tempo e a inevitabilidade da mudança, como quando menciona a 'astronave' do futuro que não podemos controlar.

Por fim, 'Aquarela' nos lembra da efemeridade da vida e dos momentos que vivemos. A passarela de aquarela que um dia descolorirá simboliza a transitoriedade de nossas experiências e a importância de aproveitá-las ao máximo. A repetição do verso 'que descolorirá' ao final da música reforça a ideia de que tudo é passageiro e que devemos valorizar cada momento. Toquinho, com sua melodia suave e suas letras poéticas, nos convida a refletir sobre a vida, a arte e a beleza das pequenas coisas que, juntas, compõem o grande quadro de nossas existências.

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