sábado, 6 de abril de 2024

Recordando Velhas Canções (O cio da terra)


Chico Buarque e Milton Nascimento

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
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A Celebração da Agricultura e Fertilidade em 'O Cio da Terra'
A música 'O Cio da Terra', composta por Chico Buarque, é uma obra que exalta a agricultura e a relação simbiótica entre o homem e a terra. A letra utiliza uma linguagem poética para descrever o processo de cultivo e colheita, metaforicamente associando-o ao ato de amor e à fertilidade.

No primeiro verso, 'Debulhar o trigo', o ato de separar os grãos da espiga é apresentado como o início de um processo que culmina no 'milagre do pão', uma referência à transformação do trigo em alimento essencial. A repetição do verbo 'recolher' enfatiza a importância da coleta e do aproveitamento integral dos frutos da terra. A menção ao 'fartar de pão' simboliza a satisfação e a abundância resultantes do trabalho árduo.

A segunda estrofe segue a mesma estrutura, mas foca na cana-de-açúcar, cuja 'garapa' é transformada em mel, outra metáfora para a doçura e recompensas do trabalho com a terra. O último verso, 'E fecundar o chão', remete ao 'Cio da Terra', que é o momento propício para o plantio, quando a terra está mais receptiva e fértil, pronta para ser 'afagada' e 'conhecida' em seus desejos. A música, portanto, celebra o ciclo agrícola e a conexão entre o homem e a natureza, reconhecendo a terra como uma entidade viva e generosa.

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